O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quinta-feira (21) em entrevista à GloboNews que o Ministério Público vai ter que ser “mágico” para não pedir a punição de ninguém diante do que foi apresentado no relatório final da comissão.
O relatório foi entregue nesta quarta (20) pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e será votado na próxima semana. O documento pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e mais 65 pessoas, entre as quais filhos do presidente, ministros e ex-ministros.
Se aprovado, o relatório deverá ser encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR), que deverá conduzir as investigações sobre eventuais indiciados com foro privilegiado. O relatório também será encaminhado para a primeira instância do Ministério Público nos estados, responsável pelos casos de indiciados sem foro.
“Eu não estou preocupado com o Aras ou com qualquer outro procurador que vai investigar ou qualquer outro membro do Ministério Público. Eu estou querendo saber o que um procurador vai querer escrever para dizer quais foram as causas dessas 600 mil mortes. Eu quero saber o que o procurador vai dizer das aglomerações que o presidente fez propositalmente. Eu quero saber o que o procurador vai falar sobre tratamento precoce, sobre imunização de rebanho, sobre a nítida vontade de não comprar vacina, do governo, mesmo sendo oferecida”, afirmou Aziz.
“O procurador vai ter que ser mágico para justificar isso e não imputar pena a ninguém. Vai ter que ser mágico. Eu não creio que nenhum procurador, seja o doutor Aras, seja quem for, vai ter argumentos para escrever uma lauda justificando essa ignorância com que foi encaminhada a pandemia no Brasil”, acrescentou.
Segundo o consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou até esta quarta (20) 604.303 óbitos por Covid, além de 21,6 milhões de casos confirmados. Além disso, ainda segundo o consórcio, 50% da população totalmente imunizada contra Covid.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro contraria a ciência promovendo aglomerações, criticando o uso de máscara, defendendo a tese já rechaçada pela comunidade científica da imunidade de rebanho e afirmando que não vai se vacinar.
Entidades médicas nacionais e internacionais, contudo, preconizam justamente essas medidas como forma de prevenção: vacinação, uso de máscara, higienização das mãos e evitar aglomerações.
Fonte: G1