Polícia Militar não tem competência para atuar dentro de aldeias indígenas, porém, o que foi visto na manhã desta quarta-feira (27) no confronto entre a Tropa de Choque do governador Eduardo Riedel (PSDB) e os indígenas, durante a tentativa de desbloqueio da MS-156, em Dourados, fere a CF (Constituição Federal).
Vídeos que circulam nos grupos de WhatsApp revelam a presença repressiva dos policiais militares, dentro da Aldeia Indígena.
Em um dos vídeos, uma indígena faz claramente um alerta: “Essa aqui é a nossa estrada!”, na tentativa de conter a entrada da tropa de choque dentro da aldeia, enquanto o bloqueio acontecia somente na rodovia, que liga Dourados à Itaporã. (Veja abaixo)
Também há relatos de uso de arma de fogo e balas de borracha contra mulheres dentro da aldeia. (Assista no vídeo abaixo da matéria)
O Estado Notícias apurou que apesar da repreensão do Governo do Mato Grosso do Sul, até o fechamento da matéria o bloqueio da MS-156 ainda permanece.
ENTENDA
Os indígenas das aldeias Bororó e Jaguapirú reivindicam uma solução definitiva para falta de água nas aldeais de Dourados (MS), que persiste durante décadas e sem nenhuma ação concreta do poder público, que se resume em promessas em todo ato de manifestação.
Desde as primeiras horas de segunda-feira (25) a MS-156 que faz a ligação entre Dourados à Itaporã permanece fechada pelos indígenas na tentativa de mais uma vez chamar a atenção da sociedade e do Estado para pôr fim de uma vez por todas no problema de falta d’água.
A reserva indígena de Dourados é considerada como uma das mais populosas do Brasil, onde pelo menos 13 mil índios sofrem com a falta de água e saneamento básico. Paralelamente a desigualdade social é visível, onde existem condomínios de luxo com lago artificial e cascatas a poucos metros da aldeia.
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Crédito: João Pires