quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Menos de 24% do público-alvo faz mamografias no Brasil, aponta estudo

Dados do Panorama do Câncer de Mama mostram também que 44% das mulheres pretas e pardas tiveram diagnóstico tardio. Em países com cobertura de 70%, a mortalidade caiu cerca de 35%

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Mamografias ainda cobrem menos 24% da população-alvo no Brasil, aponta estudo (Foto: Divulgação)

Apenas 23,7% da população-alvo realiza mamografias no Brasil, segundo levantamento do Instituto Natura em parceria com o Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. O índice está muito abaixo dos 70% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres brasileiras — excluindo o câncer de pele não melanoma —, com 73.610 novos casos estimados anualmente. A principal forma de salvar vidas é por meio da detecção precoce, viabilizada pelos exames de rastreamento, mas essa realidade ainda está distante de grande parte da população.

A OMS recomenda a realização de mamografias a cada dois anos entre mulheres de 50 a 69 anos, com uma taxa mínima de cobertura de 70%. No entanto, o Brasil ainda não alcançou nem um quarto desse percentual.

➡️ Em nota, o Ministério da Saúde informou que é assegurado a todas as mulheres o acesso a exames como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Disse também que, “em 2024, foram realizadas 4.307.786 mamografias pelo SUS e que mais de 9 mil mamógrafos estão em operação na rede pública e privada, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)”. Leia a nota completa mais abaixo.

Confira outros destaques do estudo:

  • 41,7% das mamografias de rastreamento (feitas quando ainda não há sintomas) realizadas no SUS foram feitas por mulheres pretas e pardas entre 2023 e 2024.
  • 44% das mulheres pretas e pardas e 36% das brancas tiveram diagnóstico tardio.
  • O tempo médio para início de tratamento no Brasil ultrapassa em 158 dias o prazo estipulado por lei – que é de 60 dias.

Confira o percentual de exames realizados por:

  • Mulheres amarelas: 11,5%
  • Mulheres indígenas: apenas 0,1% realizou o exame no biênio de 2023-2024
  • Mulheres brancas: 46,8%

Cobertura por região e estado

O Sul lidera em cobertura mamográfica, com os seguintes percentuais ao longo dos anos:

  • 2015-2016: 31,3%
  • 2017-2018: 30,5%
  • 2019-2020: 22,9%
  • 2021-2022: 24,3%
  • 2023-2024: 27,2%

Os estados com os melhores índices em 2023 foram:

  • Bahia: 33%
  • Piauí: 32,6%
  • São Paulo: 29,9%

Já as menores coberturas foram observadas em:

  • Roraima: 3,3%
  • Tocantins: 6,4%

As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os piores desempenhos entre mulheres de 50 a 69 anos, com 11,9% e 15,3%, respectivamente.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informa em nota que:

“O Ministério da Saúde assegura a todas as mulheres o acesso a exames para diagnóstico do câncer de mama, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Em 2024, foram realizadas 4.307.786 mamografias em todo o país pelo SUS. Atualmente, mais de 9 mil mamógrafos estão em funcionamento na rede pública e privada, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Desde 2023, a pasta ampliou em 48% os recursos destinados à assistência oncológica no SUS, com foco na expansão da oferta de serviços e na qualificação do atendimento.

Fonte: Assessoria

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