Ao determinar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou uma série de postagens afirmou que o ex-presidente preparou material que seria usado em postagens em redes sociais de seus filhos e apoiadores políticos.
Assim, disse Moraes, ele “reiterou as condutas ilícitas e maneira mais grave e acintosa”, em “flagrante desrespeito às medidas” de restrição e direitos imposta em julho.
Ao longo da decisão, o ministro do STF citou as situações em que postagens de redes sociais serviram para descumprir as obrigações impostas a Bolsonaro:
1 – A publicação, no Instagram, de uma postagem do ex-presidente em telefonema com o filho, o senador Flávio Bolsonaro, no último domingo (3). Na ocasião, Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes em Copacabana, no Rio de Janeiro. O material foi publicado no perfil de Flávio e, posteriormente, apagado. Segundo Moraes, a conduta aponta um “claro intuito de omitir o descumprimento das medidas cautelares”.
2- Uma outra postagem de Flávio Bolsonaro, também no Instagram, com uma legenda de agradecimento os Estados Unidos – para Moraes, uma “clara manifestação de apoio às sanções econômicas impostas à população brasileira”.
3- Mensagem de Carlos Bolsonaro na rede social X. No texto, ele pede para seguir o perfil de Bolsonaro e publica uma foto do ex-presidente. O ministro ressaltou que isso foi feito mesmo ele “tendo conhecimento das medidas cautelares — como a restrição o uso das redes sociais —impostas a seu pai”.
4 – Falas de Eduardo Bolsonaro, divulgadas no Youtube, em que o deputado licenciado se dirige aos manifestantes e faz referência a sanções aos ministros do STF.
5 – A ligação entre Nikolas Ferreira e Bolsonaro, também em 3 de agosto. Naquela ocasião, Nikolas mostrou o ex-presidente em chamada por vídeo aos manifestantes na Avenida Paulista. Segundo Moraes, a ligação foi usada pelo deputado para impulsionar os atos de bolsonaristas pelo país.
“A participação dissimulada de Jair Messias Bolsonaro, preparando material pré-fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve a conduta ilícita de tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito as medidas cautelares anteriormente impostas”, afirmou Moraes.
“Os apoiadores políticos de Jair Messias Bolsonaro e seus filhos, deliberadamente, utilizaram as falas e a participação – ainda que por telefone e pelas redes sociais -, do réu para a propagação de ataques e impulsionamento dos manifestantes com a nítida intenção de pressionar e coagir esta Corte Suprema”, completou.
Fonte: Portal G1