O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (14) que não vê dentro da Casa um ambiente para anistia “ampla, geral e irrestrita”, como defendem apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na última semana, aliados do ex-presidente ocuparam os plenários da Câmara e do Senado na tentativa de pressionar pela aprovação de um pacote de medidas, que incluía uma anistia para todos os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Após negociações, o movimento foi encerrado. Líderes da oposição, no entanto, defenderam que a pauta da anistia continua sendo uma prioridade.
“Um projeto auxiliar começou a ser discutido ainda no semestre passado, que não seria uma anistia ampla, geral e irrestrita. Eu não vejo dentro da Casa um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas, não acho que tenha esse ambiente dentro da Casa”, disse Motta.
Segundo o deputado há, no entanto, uma preocupação com participantes das invasões às sedes dos Três Poderes que receberam penas altas, que poderiam se beneficiar de uma revisão e progredir para regimes mais brandos.

Caso Eduardo Bolsonaro
Motta também foi questionado sobre a situação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pediu licença do mandato para morar nos Estados Unidos em março.
O prazo previsto para a licença foi encerrado, e o parlamentar afirma que não pretende voltar ao país. Ele, porém, diz que não pretende abrir mão do mandato.
Motta, no entanto, afirmou que tem demonstrado “discordância” com a atitude de Eduardo de permanecer nos Estados Unidos e defender sanções do governo norte-americano ao Brasil.
“Quando parte para uma atuação contra o país que prejudica empresas e a economia, eu não acho razoável […] realmente nós temos total discordância”, reiterou.
Segundo ele, há dentro da própria direita e do partido de Eduardo, o PL, “muitas atitudes do deputado Bolsonaro que não são apoiadas por eles próprios, até porque são questões indefensáveis”.
O presidente da Câmara também reiterou que interesses pessoais não podem ser colocados “acima do interesse do país”.
“Isso é uma coisa que não podemos permitir. Eu quero aqui registrar a nossa completa discordância com essas atitudes porque penso que são atitudes que trazem prejuízos consideráveis para pessoas, empresas e para a economia do país que não deveria estar sendo colocadas em discussão”
Fonte: Portal G1