TV MORENA

No meu coração, ele está vivo. Meu filho vai chegar… Você fica naquela espera e nada, nada dele”, diz Janete dos Santos Andrade, mãe de Kauan Andrade, que está desaparecido desde o dia 25 de junho, em Campo Grande.
A polícia acredita que o garoto foi estuprado e morto, mas o corpo ainda não foi encontrado e não existe evidências materiais que comprovem a morte de Kauan.
Um homem de 38 anos é suspeito dos crimes. Ele está preso desde o dia 21 de julho quando foram encontrados materiais pornográficos infantis na casa dele. Segundo o advogado de defesa, ele já foi indiciado por pedofilia, exploração sexual de menores e abuso sexual.
A polícia aguarda resultado de cinco laudos, sendo dois da perícia técnica e três de exames de DNA. A expectativa é que os exames fiquem prontos na sexta-feira (4).
Dias antes de ser preso, o suspeito ligou para a família e ofereceu ajuda, segundo a mãe.
“Ele ligou para a minha menina e falou que se achasse o Kauan, ia trazer aqui. Eu não conhecia ele”, contou Janete.
O delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Delegacia Especializado de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), o suspeito nega todos os crimes.
“Os relatos que nós temo sé que ele teria ido nessa casa dno domingo a noite, e nós temos já a informação de que segunda-feira de manhã essa casa estava com forte cheiro de material de limpeza […] Tem o quarto, a sala e a garagem, então, tem essa trajetória de sangue, trazendo do quarto, passando pela sala e indo para a porta da frente, onde estaria o carro estacionado, no qual teria sido colocado [o garoto]”, afirmou o delegado.
A perícia esteve na casa do suspeito e recolheu material de manchas de sangue que pode ser da vítima, conforme foi indicado pelo adolescente de 14 anos. A polícia aguarda o resultado dos exames. Também foi verificada uma fossa séptica, mas nada foi encontrado.
O Corpo de Bombeiros realizou buscas por cinco dias no rio Anhanduí, cerca de 20 quilômetros do local onde o corpo teria sido jogado.
Abordagem
Relatos de crianças no bairro apontaram que o suspeito se apresentava como professor e atraia os pequenos para a casa dele, onde oferecia dinheiro em troca de sexo, segundo relatos das vítimas à polícia. “Ele abordava as crianças e se dizia professor. Quem não confia em um professor? Um cidadão acima de qualquer suspeita”, disse o delegado.
Os valores que o suspeito pagava aos pequenos variavam de R$ 5 a 30 e todas tinham o mesmo perfil: eram meninos e alguns cuidavam carros ou vendiam balas para ajudar a família. A polícia investiga ainda se outras três crianças foram vítimas de abuso sexual do suspeito.
O garoto sumiu no dia 25 de junho, depois de sair de casa para brincar no bairro Aero Rancho. O caso começou a ser investigado depois que a família registrou um boletim de ocorrência.