domingo, 24 de novembro de 2024

8º FIT: Profissionais de Teatro e Circo produzem carta cobrando políticas públicas

O documento repudia as ações recentes de censura às obras de arte e o sucateamento dos espaços públicos, defende uma garantia de orçamento para a área e o lançamento de editais de fomento que estão atrasados

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Divulgação

Assessoria

 

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Como resultado do debate sobre políticas culturais intitulado “Café, tereré e prosa”, profissionais de Teatro e Circo produziram uma carta como manifesto pelo não cumprimento dos marcos regulatórios pelas prefeituras, pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e pelo Governo Federal. O documento foi lido por Fernando Cruz na solenidade de abertura oficial do 8º Festival Internacional de Teatro (FIT), no último sábado (16), no Teatro Municipal.

 

O documento repudia as ações recentes de censura às obras de arte e o sucateamento dos espaços públicos, defende uma garantia de orçamento para a área e o lançamento de editais de fomento que estão atrasados, entre outros pontos detalhados na carta.

 

O 8º FIT prossegue com espetáculos e oficinas até 30 de setembro. Outra atividade de formação que acontecerá no Festival será o seminário “Dramaturgia e Política na América Latina”, que será realizado hoje (18), às 19h, no auditório da Unidade 1 da UFGD (Rua João Rosa Góes, 1761, Vila Progresso). A mesa será composta por Igor Schiavo (Artes Cênicas/UFGD) e Flávia Almeida (Letras/UFGD). Em seguida, às 20h30, acontecerá a leitura dramática das cenas das peças Villa e Discurso, de Guilherme Calderón, com direção de Júnia Pereira e Tig Vieira.

 

A programação completa pode ser acessada em www.fitdourados.com. Confira abaixo a íntegra do manifesto apresentado profissionais de Teatro e Circo:

 

 

Carta do 8º FIT- Festival Internacional de Teatro

 

Nós trabalhadores/as profissionais do Teatro e Circo, reunidos hoje, dia 16 de setembro no CAFÉ, TERERÉ E PROSA (DEBATE SOBRE POLÍTICAS CULTURAIS) do 8º FIT- Festival Internacional de Teatro manifestamo-nos, contra o desrespeito e descumprimento de todos os marcos regulatórios da política cultural já sancionada nas três esferas de poder – nacional, estadual e municipal.

 

Repudiamos todo o descaso da gestão pública de todas as esferas com as leis e a política cultural já firmada e denunciamos que:

 

– a arte e a cultura têm sido atingidas violentamente pela censura e a repressão que se instaura no país e nos manifestamos a favor da liberdade de expressão conforme previsto na constituição nacional. Acreditamos que nesse momento há uma tentativa de calar a arte, não só através da repressão e da censura, mas também pelo sucateamento das políticas públicas culturais e abandono dos espaços públicos como teatros, praças e parques (espaços de fruição das artes) e que por isso defendemos e exigimos:

 

– O orçamento de 1% da arrecadação municipal para cultura e o Plano Municipal de Cultura dos municípios sejam cumpridos e que as prestações de contas sejam públicas e transparentes.

 

-E que os municípios que não possuem Secretarias de Cultura se organizem para cria-las, criando também os fundos de investimentos culturais, propiciando maior fomentação Municipal para as artes.

 

– que O 1,5% para Cultura no Estado do MS, SEJA EFETIVADO;

 

– Que O FIC (Fundo de Investimento Cultural) 2015 seja pago imediatamente.

 

– Que os editais do FIC 2016/2017, Prêmio Rubens Correa de Teatro, Circuito sul-mato-grossense de Teatro, dança e circo sejam lançados ainda este ano, de forma transparente, democrática e acessível, garantindo a prestação de contas de sua arrecadação conforme estabelecido na lei do FIC;

 

– Que a Secretaria de Cultura e Cidadania e a Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul estejam mais efetivamente no Interior do Estado dando suporte e atendimento para a Cultura.

 

– Que o edital do FIP O Fundo Municipal de Investimentos à Produção Artística e Cultural do Município de Dourados-MS 2017/2018 , seja lançado, imediatamente, de forma cristalina, democrática e acessível, aumentado a dotação prevista e que prestação de contas de sua arrecadação seja conforme estabelecido na lei do FIP e que esta esteja de acordo com o Sistema Nacional de Cultura;

 

– O Art.19, inc.I da Constituição sobre o Estado laico seja respeitado e o município não use dinheiro público para promoção religiosa.

 

– O artigo 5º da Constituição seja respeitado e cumprido ,não higienizando , militarizando e burocratizando a arte nos espaços públicos.

 

– Os ESPAÇOS PÚBLICOS sejam cuidados como equipamento cultural e nossas praças se tornem espaços de convívio com arte e cultura, SEM GRADES OU CENSURAS!

 

– Que O Festival Internacional de Teatro de Dourados que mobiliza os movimentos teatrais do Mato Grosso do Sul e, por conseguinte do país inteiro oferecendo ao público de Dourados e região espetáculos regionais, nacionais e internacionais, assim como de universidades e oportunizando trocas de experiências e saberes entre os grupos participantes tenha investimentos reais e efetivos por parte da Prefeitura de Dourados e do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul.

 

“NENHUM DIREITO A MENOS!!! CULTURA É DIREITO DE TODA SOCIEDADE!”

 

Trabalhadores/as do TEATRO e Circo do Estado de Mato Grosso do SUL

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