domingo, 24 de novembro de 2024

Fernanda Torres revela faceta pouco conhecida: ‘Adoro ficar sozinha’

'Eu era muito ruim. Toda vez que olho, falo: 'como é que cheguei aonde cheguei?''

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G1

 

Fernanda Torres fala de seu novo livro: A Glória e seu cortejo de horrores! (Foto - Isabella Pinheiro/Gshow)

 

Em 1983, Fernanda Torres – então com 18 anos – subiu ao palco ao lado de Sérgio Britto e Paulo Goulart para encenar o texto “Rei Lear”, clássico de Shakespeare. “Tive ataques de riso incuráveis. Eu, morta em cena, e rindo, rindo muito!”

 

A lembrança foi reinterpretada no primeiro capítulo de “A Glória e seu Cortejo de Horrores”, terceiro livro da atriz e escritora. “A obra é um pouco sobre a história do teatro, do cinema e da televisão nessas últimas décadas, então, de certa forma, muito do que vivi está nessas páginas, só que na pele de outras pessoas.”

 

Fernanda Torres abre o álbum de fotos e relembra momentos importantes da carreira (Foto: Isabella Pinheiro/Gshow)

 

Foi para relembrar tantas histórias que Fernanda recebeu o Gshow em seu apartamento na Lagoa, Zona Sul do Rio, onde mostrou álbuns de fotos, falou sobre seus papéis mais marcantes – como a Vani do seriado Os Normais – e revelou curiosidades pouco conhecidas pelo público.

 

Com 38 anos de carreira, a atriz se diverte ao rever seus primeiros trabalhos. “O que penso quando faço uma retrospectiva da minha carreira? Que eu era muito ruim (risos). Toda vez que olho, falo: ‘como é que cheguei aonde cheguei?’ Era uma voz fina que não falava com ninguém”, exagera.

 

Com o passar do tempo, Fernanda desbravou caminhos e personagens no teatro, cinema e televisão. Mas foram suas incursões pela comédia, sobretudo na TV – como a Vani de Os Normais, a Fátima de Tapas e Beijos e a Maria Teresa de Filhos da Pátria – que lhe renderam um lugar especial no pensamento coletivo.

 

Fernanda Torres: atriz completa 40 anos de carreira em 2020 (Foto: Isabella Pinheiro/Gshow)

 

Apesar disso, o amor pelo ofício é algo que sempre esteve presente na vida da artista, que é filha de Fernando Torres e Fernanda Montenegro, dois pilares da dramaturgia nacional. “Muito cedo quis ser atriz, não só pelos meus pais, mas também porque a minha geração inteira – eu, Andréa Beltrão, Debora Bloch, Malu Mader, Patrícia Pillar e, um pouco mais nova, Cláudia Abreu – nós todos queríamos ser atores. Tinha uma questão geracional”, explica.

 

Apesar de todo o sucesso, foi justamente a partir de uma crise que a atriz se descobriu escritora. “Quando fiz 30 anos, tive uma crise. Não sentia mais o fôlego que tinha aos 20 e comecei a pensar que poderia ter feito outra coisa da minha vida. Foi justamente nessa época que comecei a escrever”, conta.

 

Apesar de “A Glória e seu Cortejo de Horrores” ser seu terceiro livro, a artista explica que, dessa vez, o processo criativo foi completamente diferente das duas obras anteriores – “FIM”, de 2013, e “Sete Anos: Crônicas”, de 2014.

 

“Quando escrevi o ‘FIM’, estava gravando ‘Tapas e Beijos’, então chegava da gravação e aquilo me aliviava. Agora, no ‘A Glória’, tirei um ano para isso. Não trabalhei como atriz nesse período e foi a primeira vez que tinha os dias inteiros para escrever.”

 

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