Faça o que eu digo…
Há um mês antes do Natal, os douradenses foram pegos de surpresa com a decisão judicial que acatou a sugestão do MPE em barrar a tradicional “Dourados Brilha” deste ano, com alegação de que diante da crise financeira que enfrenta o município a Prefeitura não poderia gastar em festividades natalinas, mesmo com os recursos que viriam do Governo do Estado e Sanesul.
…não faça o que faço
O curioso é que praticamente todos dos dias no Diário Oficial do MPE (Ministério Público Estadual) são divulgados os gastos exorbitantes do órgão, na maioria material de escritório e utensílios de cozinha, que vão desde fones de ouvido à pano de pratos 100% algodão.
Crise?
Exemplificando, no DO (Diário Oficial) desta quarta-feira (29) foi dado publicidade a aquisição de prato raso em porcelana, redondo, branco, liso, largura aproximada de 26 cm (admitindo-se 2 cm para mais ou para menos). Marca: Nadir. Embora não mencionado a quantidade de pratos o valor gasto neste item foi de R$ 840,00.
Mais compras
Já outra publicação, desta vez no dia 23, o DO (Diário Oficial) publicou a aquisição de colheres de chá e bandejas de aço inox, garrafa térmica, pano de prato, porta-guardanapo e pote de vidro com tampa. Sem mencionar a quantidade, o valor da compra foi de R$ 8.169,00.
Ainda compras
Também no DO, em publicação no dia 23, demonstra a aquisição de xícara para café, com pires, ambos em porcelana branca, capacidade mínima de 60ml. Marca:SCHIMDT. Valor da compra: R$ 4.410,00
Quem fiscaliza?
A intenção da coluna Rapidinhas! não é gerar dúvidas quanto a legalidade dos gastos do Ministério Público Estadual, porém, fica a pergunta: Será que todas estas compras são realmente necessárias em tempos de crise? Considerando ainda gastos em campanhas publicitárias na mídia, como TV e rádio. Quem fiscaliza?
Incoerência
É fato que o MPE tem verba garantida do Orçamento do Estado e os recursos devem ser aplicados com sensatez, porém, barrar uma festa popular de final de ano na segunda maior cidade do Estado, com a justificativa de economia financeira, é no mínimo incoerente.
Sem brilho
Em nota a Prefeitura de Dourados esclareceu que o recurso direcionado para o Dourados Brilha seria em conformidade ao estabelecido em planejamento financeiro, sem impacto a valores direcionados aos serviços públicos, sendo que a maior parcela seria proveniente dos convênios.
Sem festa
Em meio deste impasse em gastar ou não na festa natalina, o mais prejudicado é o povo, pois, como se bastasse às dificuldades do dia a dia, provavelmente este ano será privado do direito ao lazer, que até a gestão passada tinha respaldo, inclusive pela Justiça. Feliz Natal.
João Pires
ESTADO NOTÍCIAS