Assessoria UEMS

“Uma das experiências mais legais que tive foi de poder conviver com pessoas de diversos países. Fiz amizades com árabes, chineses, vietnamitas, paquistaneses, indianos, sul-coreanos, iranianos, mexicanos e americanos em geral. Foi muito incrível conhecer a diversidade dessas culturas e o que elas têm a nos ensinar. Os estereótipos ficaram para trás depois que convivi com essas pessoas”, é o que destaca a egressa da primeira turma do curso de Engenharia Florestal do Estado e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), unidade de Aquidauana, Gabrielly Bobadilha, de 26 anos, que atualmente está cursando doutorado na Mississippi State University, nos Estados Unidos.
Gabrielly nasceu e cresceu em Ponta Porã, o pai era Bombeiro Militar e a mãe atuava na área de serviços gerais em uma escola. Sempre estudou em escolas públicas, entrou na UEMS em 2009; de 2014 a 2016 fez o mestrado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) na área de Ciências Florestais, com ênfase mais na qualidade da produção de madeira; no final de 2016 fez o teste TOEFL e o processo seletivo para o doutorado no Mississippi.
Hoje, ela vive na pequena cidade de Starkville no Mississipi com o marido, onde desde agosto de 2017 faz parte do Departamento de Sustainable Bioproducts (Departamento de Bioprodutos Sustentáveis) em que trabalha com madeiras.
“Estou trabalhando com um material que não é muito novo na Europa, mas é bem recente nos Estados Unidos e Canadá, se chama Cross Laminated Timber (CLT), que nada mais é que tábuas de madeira coladas de maneira cruzada em número ímpar com o objetivo de aumentar a resistência do produto e competir com materiais como aço e concreto. O CLT tem sido usado na construção de prédios altos em alguns locais da Europa e já foi usado no Estado de Oregon aqui no Estados Unidos. Promete trazer maior sustentabilidade juntamente com maior agilidade na construção de grandes estruturas”, explicou.
O trabalho será realizado em dois locais diferentes do Estados Unidos: Norte (Madison, Wisconsin) e Sul (Starkville, Mississipi). Será testada a durabilidade dos produtos tratados e não tratados com vernizes e selantes, além da resistência a fungos e ao ambiente.
E foi no Programa de Iniciação Científica que começou a paixão pelos estudos na área de madeira (produção de carvão, de celulose e de madeira maciça).
“A Iniciação Científica foi essencial para minha formação por muitos motivos: aprendi a fazer análises químicas e físicas do solo (que me preparam para o mestrado, em que fui capaz de realizar análises semelhantes, mas com finalidade diferente). Contribuiu para que o conhecimento adquirido em sala de aula fosse executado em laboratório. Com a IC publiquei anais, resumos e banners em congressos regionais e nacionais. Tais publicações me ajudaram a contar pontos para o ingresso no mestrado e doutorado”, ressaltou.
Além disso, como trabalhou com fungos no último ano de Iniciação Científica, orientada pelo professor Jolimar Schiavo no laboratório de microbiologia e solos, Gabrielly tem maior familiaridade com a inoculação e comportamento deles, o que será um dos fatores analisados em sua tese de doutorado.
“A UEMS representa o início de tudo para mim. Foi lá que fiz o meu primeiro trabalho de pesquisa, apresentei meu primeiro banner, fiz os melhores amigos que podia ter. E ainda me deu a oportunidade de fazer um curso que me deu e ainda dá muitas possibilidades. Tenho muito orgulho de ser da UEMS”, finalizou a doutoranda.