Vinicios Araújo
Do Dourados News

Desde julho cinco pessoas morreram vítimas de acidente no trânsito da rua Coronel Ponciano e na MS-156, que dá continuidade ao tráfego da via. Para cobrar o poder público, populares realizaram nesta quinta-feira (3) um manifesto com bloqueio total da rodovia estadual, ‘porta de acesso’ para bairros bastante populosos como Jardim Guaicurus, Dioclécio Artuzi e Harrison de Figueiredo.
Os manifestantes montaram uma barricada de pneus e com faixas e cartazes, gritavam palavras de ordem exigindo que Prefeitura e Governo do Estado apresentassem uma solução efetiva para a problemática da via.
A presidente de bairro no Dioclécio Artuzi, Lizandra Roberta Montezélio Borges, garantiu à reportagem que a mobilização só será desfeita com a manifestação das gestões públicas. “Vamos ficar aqui até ter uma solução. Do Estado ou do Município tem que vir, e sem promessa. Queremos uma solução”, afirmou.
Ela mora há três anos naquela região e aponta algumas medidas que podem fazer a diferença no trânsito violento da rodovia e avenida, tais como a implementação de guardrail, iluminação e ciclofaixa elevada para pedestres e ciclistas. “Como presidente do bairro eu já reivindiquei isso. Isso aqui está abandonado, ninguém olha pra nós. Nem Estado nem Município”, lamenta.
Ela contou que a mobilização foi organizada por meio de grupos no aplicativo WhatsApp. Cruzes de madeira foram posicionadas na rotatória do Trevo do DOF, além de um caixão. A ideia é sensibilizar sobre as mortes registradas nas vias.
A douradense Rosana Soares Coimbra, de 41 anos, perdeu o irmão em 2012 após um atropelamento na MS-156. Ela relata que participar do manifesto tendo um familiar entre as vítimas, traz de volta a dor e o sofrimento da perda.
“Minha mãe sofre até hoje a morte do meu irmão. Ele foi atropelado por um carro tentando atravessar aqui [MS-156]. Quando cheguei no dia do acidente, o corpo dele estava bastante machucado, a coisa mais horrível. Eu tenho filhos que estudam aqui no Alício de Araújo e enquanto eles não chegam eu não sossego”, contou.
Ela mora há 12 anos na Chácara Cidelis e garante que antes não havia tantos casos de acidente. “Não tinha essas casas aqui né, então a movimentação era menor. Depois eles abriram ali e veio muita gente pra cá. Nos horários de pico isso aqui fica desesperador”, relata.
Rosana conta ainda que já viu um usuário da via morrer na frente dela. “Eu disse pra ele, ‘não vai por aqui, não vai senhor’, mas aí ele foi e o carro bateu nele. Eu vi aquele homem morrer na minha frente”, recorda.
A contribuinte sugere como solução para o trânsito daquela região, a construção de túnel e implantação de passarela para travessia de pedestres. “A gente espera que melhore isso logo, porque se continuar desse jeito vai morrer mais gente ou nós podemos ser vítimas também como o meu irmão foi”, finalizou.