João Pires

Considerado um dos trajetos mais utilizados para prática esportiva, a Avenida Guaicurus, em Dourados, já não suporta o número ciclistas e corredores de rua que utilizam a ciclovia para o lazer e treinamentos de ciclismo e atletismo (caminhadas e corridas).
Nos últimos meses, por conta da pandemia, houve um aumento significativo de pessoas que encontraram no ciclismo uma maneira de se manterem saudáveis e, consequentemente, também aumentou o número de ciclistas na Guaicurus, principalmente nas primeiras horas da manhã e fim de tarde até a noite, onde é visível a quantidade de atletas que usam o acostamento como única alternativa para os conhecidos ‘pedais’ até o Campus da UFGD e aeroporto.

Já a ciclovia que deveria ser utilizada pelos ciclistas não oferece as condições necessárias para a prática do esporte, tendo em vista que além do espaço reduzido, atende somente até o a rotatória de acesso à UFGD, obrigando o trafego de bicicletas no sentido contrário, onde se deparam com outros ciclistas e corredores de rua, além da falta de iluminação e conservação da ciclovia, colocando em risco a segurança dos atletas.

Apesar de não ser oficialmente inaugurada, a obra de duplicação da Avenida Guiacurus foi entregue no final do ano de 2014 e desde então surgiram os primeiros problemas na conservação, por exemplo o gramado às margens da via que invadiu alguns pontos da ciclovia.
Na opinião do ciclista Luciano Ortiz, o uso do acostamento pelos ciclistas que treinam para competições é inevitável, pois durante os treinamentos a velocidade média de uma bicicleta pode ultrapassar 30 km/h, dependendo da modalidade, o que torna muito perigoso o uso da ciclovia para esse fim. “Hoje é necessário um trabalho de conscientização urgente pelas nossas autoridades, com relação aos ciclistas e aos ciclistas com relação ao uso correto do acostamento, além da implantação de sinalizações e placas de advertência alertando a presença de grupos de ciclismo na avenida”, considerou ao Estado Notícias.

Já o militar do Exército e ciclista Edmar Capeli da Silva, considera que a ciclovia foi projetada de forma errada, sem pensar no crescimento populacional e consequente o aumento do números de bicicleta na cidade. Para ele, o local deveria ser no mesmo nível da pista de rolamento e nos dois sentidos da avenida. “Com o desnível toda a água da chuva e o barro acumula em alguns pontos, além do perigo na travessia próximo ás rotatórias”, disse o militar ao afirmar que utiliza a ciclovia diariamente até a 4ª Brigada do Exército.

ACIDENTES
Dois graves acidentes envolvendo ciclistas foram registrados nos últimos dois meses na Avenida Guaicurus. O primeiro envolveu um operador de caixa na noite do dia 1 de agosto, quando retornava do trabalho e foi atropelado por um carro ao fazer uma ultrapassagem irregular. Ele teve ferimentos graves.
Outro acidente aconteceu na segunda-feira passada, envolvendo uma ciclista quando retornava de um treinamento esportivo. Ela foi atropelada por um caminhão basculante, que resultou em diversas escoriações pelo corpo.