sábado, 23 de novembro de 2024

As nossas moedinhas gastamos aqui na cidade”, dizem artistas de rua em Dourados

Artistas de rua contam o dia a dia de trabalho nos semáforos das cidades onde passam. Leia mais...

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João Pires

 

As argentinas, Mariana, Julieta e Nicole, pela primeira em Dourados (Foto - João Pires)

 

“De grão em grão a galinha enche o papo”.  O ditado popular pode ser muito bem aplicado por dezenas de artistas de rua que frequentemente passam por Dourados  e nos semáforos fazem o seu local de trabalho, como é o caso das argentinas, Mariana Miniuse, 25 anos, Julieta Garcia (22) e Nicole Baltore (22), com o cachorrinho Waro, de oito meses que as acompanham nas viagens. Elas estão em Dourados pela primeira vez, onde encontraram outros grupos que vieram do Chile, Bolívia e Colômbia.

 

A reportagem do Estado Notícias conversou com as três malabaristas recentemente, enquanto faziam apresentações no final da tarde, no cruzamento das ruas Joaquim Teixeira Alves com a Camilo Hermelindo da Silva, no centro.

 

Nicole em uma das suas apresentações no semáforo da rua Joaquim Teixeira Alves com a Camilo Hermelindo da Silva (Foto - João Pires)

 

Nicole conta que em um sábado a tarde o faturamento das três chega até R$ 200, caindo pela metade durante a semana. “Quando alguém tira uma moeda do bolso e contribui com a gente, essas moedinhas acabam retornando para o comércio, pois o dinheiro gastamos aqui”, afirma. “Os comerciantes ficam até satisfeitos com a quantidade de moedas que levamos e isso facilita o troco deles!”, complementou.

 

Elas contam que estão de passagem pela cidade e que pretendem junto com o grupo de colombianos irem até o estado de Goiás, onde acontece uma convenção circense. “Aprendemos malabares desde adolescente em circos e hoje fazemos da rua o nosso palco”, diz Nicole.

 

Segundo as artistas em um sábado a tarde chegam arrecadar mais de R$ 200 e dividem entre elas o valor (Foto - João Pires)

 

Para chegarem até Goiás, elas dizem que pretendem viajar em bicicletas que conseguiram comprar em Dourados com o dinheiro arrecadado nos semáforos. “Muitos ignoram e fecham os vidros dos carros, mas grande parte são pessoas solidárias. A gente só quer levar um pouco de alegria”, destaca a malabarista.

 

ESTILO DE VIDA

 

As argentinas fizeram da rua e do talento adquirido em circos, seu estilo de vida. Nas cidades onde passam, segundo elas, sempre encontram outros grupos que as acolhem. “Dependendo da cidade tem gente que nos oferece abrigo e se for o caso a gente paga um hotel. Temos uma vida normal, comemos, almoçamos, se divertimos, tomamos banho, como qualquer pessoa”, fazem questão de mencionar.

 

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