CAPELINHA DE PEDRA
Destruíram a Capelinha; Sepultaram a sua história; Que era pouco conhecida; Mas, importante memória.
Erguida com tijolos; Da reforma da Catedral; Virou ponto turístico; Em meio ao milharal.
“Achada” por ciclistas; Virou notícia de jornal; Sua beleza e encanto; Caiu na rede social.
A Capelinha de Pedra; Então ficou conhecida; Ali tinha muita energia; Quem chegava logo já sentia.
Preces e pedidos foram feitos; Agradecimentos também; Com fé e esperança; Acreditando em forças do além.
A construção homenageava; Uma família pioneira; Que veio em carro-de-boi; Enfrentando lama e poeira.
Do Rio Grande do sul vieram; Para o antigo Mato Grosso; A família Mattos e muitas outras; Em busca de paz e progresso.
Dessa vida passageira; Gerações inteiras; Enterraram seus ossos; Em rasas terras vermelhas.
Ao lado da Capela; De estilo espanhol; Suas covas contavam histórias; Seus mortos, lutas e glórias.
Agora está ao chão; Não tem mais capela; Só ficou na memória; Não tem mais perdão.
Podia ter sido o vento; Talvez uma assombração; Vandalismo ou quem sabe; Medo de desapropriação.
Virou poeira no tempo; O real se tornou lenda; Pelo bem ou pelo mal; De um tempo irracional.
Quero nestes versos; Fazer uma reflexão; Um apelo à sociedade; Para a sua reconstrução.
Pois um povo que não preserva;Seu patrimônio e sua história; É um povo triste; Sem cultura e sem memória.
