segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Clima encarece laranja, e estoques do suco para exportação podem zerar

O calor, somado à seca e à doença greening são os principais problemas nas lavouras

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Laranjas recém-colhidas carregam um caminhão em meio a um pomar de laranjeiras em fazenda de Aguaí (SP) — Foto: Fábio Tito/g1

O calor, a seca e a incidência da doença greening nas lavouras de laranja estão fazendo com que a fruta e o suco mantenham preços elevados. Os estoques da bebida já estão tecnicamente zerados, aponta a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).

No armazenamento ideal, o volume de suco deve ser o suficiente para durar nas épocas em que não há colheita, período de cerca de 4 meses. Quando a conta não bate, já é considerado estoque tecnicamente zerado, explica Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR.

O último levantamento feito pela instituição foi em dezembro e divulgado em março. Nele, o volume era de 463.940,92 toneladas, o segundo pior da série histórica iniciada em junho de 2011. O pior volume foi também em 2023, em junho, com 84.745 toneladas.

As estimativas da CitrusBR são sobre a bebida enviada para engarrafamento no exterior. Portanto, em caso de estoque zerado, faltariam novos volumes para serem embalados, mas o que já foi para a indústria ainda poderia ser encontrado no mercado.

Não existe um levantamento dos estoques de sucos engarrafados aqui no Brasil, uma vez que muitas empresas fazem o produto a partir da sua própria plantação.

O baixo volume é causado pela quantidade de frutas. A safra de laranja 2024/2025 no Brasil deve ser a pior em 36 anos, com cerca de 232 milhões de caixas, uma queda de 24% em relação à última colheita, aponta o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

Apesar dos dados, isso não significa que não haverá laranja ou suco da fruta no mercado. Mas, com a escassez da fruta, a indústria já compete com os consumidores e o preço continua a subir.

Em julho, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) mostrou que os sucos de frutas (não é feita uma discriminação por sabor) ficaram 7,46% mais caros nos últimos 12 meses. Já o preço da laranja pêra, a mais popular, subiu 41,12% no mesmo período. A baía foi a que mais encareceu: 43,50%. A alta da laranja lima foi de 40,79%.

Fonte: Portal G1

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