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Depois de um déficit recorde registrado em 2015, o governo central começou o ano com superávit no mês de janeiro de 14,83 bilhões de reais, o melhor resultado para o mês desde 2013. O montante reúne as contas do Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social (INSS).
Esse é o primeiro resultado positivo registrado desde abril de 2015. Em janeiro do ano passado, o resultado havia sido superavitário em 10,42 bilhões de reais (alta real de 28,6%). O resultado de janeiro foi ajudado pelo pagamento de 11,36 bilhões de reais em concessões, que inclui a venda de hidrelétricas no fim do ano passado.
No primeiro mês do ano, houve uma alta real de 1,7% nas receitas em relação a janeiro do ano passado. As despesas tiveram alta real de 3,8%.
As contas do Tesouro Nacional e do Banco Central registraram um superávit primário de 23,28 bilhões de reais em janeiro. E o resultado do INSS foi um déficit primário de 8,44 bilhões de reais em janeiro. Somente o Banco Central registrou um saldo negativo de 159,5 milhões de reais em janeiro.
Concessões – O caixa do governo federal recebeu um reforço extra com as receitas com concessões, que somaram 11,36 bilhões de reais em janeiro. O desempenho foi o resultado de 11 bilhões de reais do recebimento das concessões das hidrelétricas.
Sem a receita relativa a essas concessões de hidrelétricas, o superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida) do governo em janeiro cairia para 3,83 bilhões, de reais. Nesse caso, teria sido o pior resultado desde janeiro de 2001 para o mês.
Segundo o economista da gestora William Michon Júnior, não há uma melhora estrutural. “Não é um sinal animador. Nos próximos meses devemos ter ajustes para baixo nesse número”, comenta.
Investimentos – Os investimentos do governo federal somaram 5,48 bilhões de reais em janeiro. Desse total, 4,85 bilhões de reais são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2016.
Os investimentos com o Programa de Aceleração Econômica (PAC) somaram 3,73 bilhões de reais em janeiro, uma queda real de 28,8%. As despesas com o programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” totalizaram 580,6 milhões de reais, queda real de 71,8% em comparação com o mesmo mês do ano passado.