Assessoria

O vereador Elias Ishy (PT) criticou o investimento pesado da Prefeitura de Dourados em propagandas e matérias em jornais, internet, rádio e TV tecendo elogios à gestão da Educação no município. Membro da Comissão Permanente de Educação da Câmara Municipal, Ishy considera exageradas as peças midiáticas, não condizentes com a difícil realidade constatada durante as visitas da Comissão às escolas e Ceims (Centros de Educação Infantil).
“A Prefeitura faz propaganda com obras e programas que são investimentos do governo federal e que a atual administração não tem gerenciado a contento. Exemplo gritante dessa falta de compromisso são as obras dos nove Ceims, iniciadas em 2014 com prazo de conclusão para 2015, mas a maioria mal chegou à metade do trabalho. Conforme informações da Secretaria de Educação, há uma lista de espera com 2.960 crianças. Esse déficit seria bem menor, caso esses Ceims já estivessem em funcionamento. Corre-se o sério risco de a Prefeitura não concluí-las até o fim deste ano e adentrarmos 2017 com o aumento do número de crianças fora das salas de aula”, aponta Ishy.
Além disso, muitas escolas sofrem com a deterioração da infraestrutura, por falta de manutenção, principalmente as escolas indígenas, que só receberam atenção depois que o Ministério Público Estadual exigiu providências. A infraestrutura precária prejudica inclusive as atividades de programas importantes como o ‘Mais Educação’ e o ‘Mais Cultura’, realizadas nos contraturnos.
O vereador destaca que nos últimos anos a Educação municipal foi marcada pela falta de diálogo e de planejamento, causando diversos resultados desastrosos, como a demora na realização do concurso público, a ponto de o setor atingir 52% de servidores contratados ou indicados. Apenas sob pressão do Ministério Público Estadual e mediante assinatura de TAC [Termo de Ajustamento de Conduta], é que o Executivo foi obrigado a realizar o certame, domingo passado. “As poucas conquistas dos profissionais da Educação nos últimos anos foram devido a muitas mobilizações e lutas de toda a categoria”, afirmou Ishy.
A falta de diálogo dificultou o funcionamento dos conselhos que fiscalizam os recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação) e da Merenda Escolar, bem como da comissão de elaboração do Plano Municipal de Educação, cuja maioria das propostas foi alterada pela Prefeitura de forma unilateral, sem permitir o debate antes da votação, em junho de 2014.
“Passados dez meses, ainda não foi constituída a Comissão de Acompanhamento do Plano e nem Fórum Municipal de Educação, instâncias previstas em lei para fazer o acompanhamento da implementação das metas estabelecidas”, finalizou.