G1/MS

Horas após o depoimento, três presas da operação Lama Asfáltica, que teve a 2ª fase deflagrada nesta terça (10), obtiveram a liberdade. Ambas saíram da 3ª Delegacia de Polícia, enquanto outras 5 mulheres permanecem em prisão temporária, com outros 7 homens.
o advogado Hilário Carlos de Oliveira, defensor da Mariane Mariano de Oliveira, ressaltou que a sua cliente teve a prisão convertida em domiciliar. Há menos de um mês, ele se tornou mãe. Já o advogado Newley Amarilla protocolou, há pouco, pedido de revogação da prisão do outro servidor da Agesul, Hélio Yudi Komiyama.
O advogado José Valeriano de Souza Fontoura, que atua para os presos Edson Giroto (ex-secretário estadual de obras e ex-deputado federal), Rachel Rosana de Jesus Portela Giroto (esposa do ex-secretário) e Maria Vilma Casanova, ex-presidente da Agesul, entrou com pedido e obteve a soltura de Rachel.
“Por enquanto estamos sem novidades. Meus clientes continuam detidos e ainda não entrei com nenhum pedido. Vou verificar o teor do restante da investigação e por enquanto a defesa não irá se manifestar”, explicou Fontoura.
No caso de Rachel, a argumentação foi de que ela é advogada (prerrogativa da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB) e possui filho pequeno. Ela estava no presídio militar estadual. A mesma alegação ocorreu para Elza Cristina Araújo dos Santos, advogada, secretária e sócia de João Amorim – também preso. Ela foi solta.
A reportagem entrou em contato com Benedicto de Figueiredo, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Ainda foram presos na ação:
– Ex-secretário-adjunto de Fazenda de MS, André Luiz Cance
– Ana Paula Amorim Dolzan
– Ana Lúcia Amorim Dolzan
– Renata Amorim
– Wilson Roberto Mariano de Oliveira
– Ana Cristina Pereira da Silva
– Evaldo Furrer Matos
– Flávio Henrique Garcia
Foi cumprido ainda um mandado de busca e apreensão no apartamento do ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli
(PMDB). Policiais ficaram no imóvel, localizado no Jardim dos Estados, bairro nobre de Campo Grande, por aproximadamente duas horas e saíram de lá com malotes.
Corrupção
Os investigados teriam adquirido propriedades rurais com recursos públicos desviados de contratos de obras, de fraudes em licitações e ainda de recebimento de propinas, resultando também em crimes de lavagem de dinheiro.

As investigações sobre o suposto esquema de corrupção teve início em 2013. Na primeira fase da apuração, foi verificada a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a administração pública, mediante corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos.
Lavagem de dinheiro
Em análise a material apreendido na primeira fase da operação, a CGU e a Receita Federal verificaram indícios de lavagem de dinheiro, inclusive decorrentes de desvio de recursos públicos federais e provenientes de corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie.
Segundo a polícia, o grupo investigado atua no ramo de pavimentação de rodovias, construções e prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica.