quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Falsa autobiografia de Eduardo Cunha está proibida de ser vendida

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Migalhas

 

Editora Record lançaria hoje o livro "Diário da Cadeia", escrito por um autor secreto que assina com o pseudônimo de Eduardo Cunha (Foto - divulgação)

 

A Editora Record terá que suspender o lançamento e comercialização da obra “Diário da Cadeia – Com Trechos da Obra Inédita Impeachment”, prevista para esta segunda-feira, 27.

 

A juíza de Direito Ledir Dias de Araújo, da 13ª vara Cível do RJ, concedeu tutela requerida pelo deputado cassado Eduardo Cunha, sob pena de multa diária de R$ 400 mil em caso de descumprimento.

 

O político alega que o livro, escrito por um autor secreto que assina com o pseudônimo de “Eduardo Cunha”, objetiva aparentar que o ex-parlamentar seria o verdadeiro escritor. Ele afirmou que o livro “é uma estratégia comercial ardil e inescrupulosa dos réus, através da qual, aproveitando-se da expectativa pública de um livro que Eduardo Cunha noticiou estar a produzir sobre o impeachment, proferem, em seu nome, com redação em primeira pessoa, as mais variadas suposições e opiniões sobre a política nacional, escarnecendo sua imagem”.

 

Violação da CF

 

A julgadora considerou, a partir da documentação que instruiu a inicial, que a propaganda de lançamento da obra dá a entender se tratar de livro de autoria do autor, o que é por ele negado, e assim viola a Constituição.

 

“A própria capa do livro leva-nos a pensar que o mesmo foi escrito pelo autor da ação, uma vez que é ele quem se encontra recluso, não sendo crível que o pseudônimo também se encontre recluso a justificar o título escolhido para o livro. ”

 

A magistrada também considerou no caso o CDC, que proíbe a propaganda enganosa.

 

Na decisão, a juíza Ledir Dias também obriga que a Editora Record exclua do seu site quaisquer trechos do livro, inclusive imagens da capa ou conteúdo que façam referência à imagem do ex-deputado.

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