sexta-feira, 29 de março de 2024

“Faria tudo de novo”, diz douradense que pedalou ida e volta do RJ com seu pet de estimação na bike

Ciclista percorreu quase 3.000 km e encerrou sua aventura após 54 dias de estrada, quando foi recepcionado em Indápolis por um grupo de ciclismo

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Elizeu Vargas durante o retorno à Dourados, acompanhada pela sua filha (Foto: João Pires)

“Vou ali no Rio de Janeiro conhecer o Estádio do Maracanã e já volto…”.

Foi mais ou menos assim, que o ciclista douradense Elizeu Vargas, 48 anos, separado, decidiu pegar estrada junto com o seu fiel amigo, o cachorrinho Billy (7 meses), e fazer um pedal até o Rio de Janeiro, onde, como um bom flamenguista, aproveitou para conhecer o Maracanã.

Vargas, como é conhecido entre os ciclistas, aderiu ao esporte há aproximadamente 4 anos, quando começou pedalar sozinho na cidade, até se ‘enturmar’ em um grupo de ciclismo denominado ‘Bicicréticos’.

E foi nos pedais em grupo onde ele se apaixonou de vez pela modalidade, prova disto aconteceu no dia 10 de maio, quando embarcou com o Billy na garupa de sua bicicleta, com destino ao Rio de Janeiro, com aproximadamente 55 quilos de bagagem, entre os itens: uma barraca, um pequeno fogareiro, agasalhos, uma coberta, garrafa térmica e uma caixa plástica para transportar seu cãozinho de 8 quilos.

O carinho do ciclista ao seu companheiro durante 54 dias de aventura (Foto: João Pires)

Ao Estado Notícias, Vargas contou detalhes sobre a aventura, enquanto pedalava no retorno à Dourados, na tarde de sábado (2), acompanhado pelo seu grupo de ciclismo (incluindo este editor da matéria), que o encontrou em posto de gasolina, em Indápolis.

Ele relatou à reportagem (assista o vídeo no final da matéria), que para realizar o pedal até o RJ, a primeira coisa que fez foi pedir demissão do emprego, onde trabalhou durante anos em propriedades rurais de um conhecido pecuarista de Dourados. Outro detalhe, ele planejou tudo sem contar seus planos para ninguém, exceto as duas filhas, Raísa e a adolescente Talía, que atualizou as redes sociais do pai neste período.

“Não disse nada para ninguém, para não correr o risco de alguém me desanimar”, justificou.

Durante a viagem, Vargas contou que pedalava durante todo o dia e só parava a noite para descansar e se alimentar em algum posto de combustíveis à beira da estrada. “Só parava para comer em algum posto, onde eu sempre pedia autorização para armar a barraca”, afirmou.

Foto: João Pires

Ele também relatou alguns ‘perrengues’ no percurso, como o dia que seu cachorrinho pulou da caixa, após assustar com a buzina de um caminhão. Mas não passou de um susto, pois ele sempre deixava o fiel companheiro amarrado na própria caixa com uma cordinha. “O Billy saltou e logo puxei antes de cair no asfalto”, disse.

“A maioria dos caminhoneiros que buzinavam eram aqueles que já passaram por mim e estavam voltando, inclusive já aconteceu de motoristas passarem e dar a volta e trazer alguma coisa para mim”, completou.

Grupo Bicicretico´s recepcionou o ciclista no sábado (3), em Indápolis (Foto: João Pires)

MARACANÃ

Já no Rio de Janeiro, o ciclista e flamenguista disse que o principal objetivo foi visitar o estádio do Maracanã, onde, segundo ele, chegou “do nada”.

“Cheguei sem avisar ninguém e quando os funcionários do estádio me viram me chamaram para entrar, tiraram fotos, perguntaram de onde eu era e ainda me entregaram uma medalha”, afirmou.

Vargas relata ainda que no estádio foi entrevistado por uma equipe de reportagem, “mas não eram repórteres do flamengo, mas do fluminense”, comentou em tom de brincadeira.

E O CAPACETE?

Quem acompanhou Elizeu Vargas em sua página do Instagram, desde seu retorno partindo do RJ, notou que nos vídeos diários ele sempre estava sem capacete, que segundo o ciclista, esqueceu em uma lanchonete. “Parei para comer uma lanche e acabei esquecendo o capacete e daí não quis voltar para pegar, pois já estava longe”, justificou à reportagem.

EM CASA

Ao todo, Vargas ficou 54 dias longe de casa, retornando à Dourados no sábado, dia 3. Seus últimos 20 km entre Indápolis à Dourados, foi marcado por muita emoção, quando foi recepcionado pela sua filha Talía, que acompanhou o grupo Bicicrético’s durante todo o trajeto até encontrar o pai. “Meu pai mandava os vídeos e eu editava no TikTok para postar no Instagram”, disse. “Às vezes eu ficava preocupada, mas ele estava realizando um desejo dele”, completou a adolescente.

Questionado pelo Estado Notícias com relação a lição de vida após a aventura, afirmou: “Faria tudo de novo”.

ASSISTA:

Crédito: João Pires

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