Gazeta Esportiva
Renato Augusto não precisou conversar com Tite para sentir o peso do treinador no momento em que recebeu uma proposta do Schalke 04. Foi um dos motivos pelos quais recusou. Quando chegou a altíssima oferta do Beijing Guoan, o meio-campista se viu obrigado a avisar o chefe de que estava partindo do Corinthians.
“Eu comecei falando. Primeiro, tinha que agradecer a ele por eu ter tido um ano melhor. Quis agradecer a ele por ter me tornado um jogador melhor, um cara melhor, um homem melhor”, disse o carioca, sem qualquer hesitação para pontar o gaúcho como “o melhor” treinador de sua carreira.
“Depois, ele começou a falar que sentia pena, porque tinha encaixado um time realmente muito bom. Mas entendeu que, infelizmente, com uma proposta como essa, não tem como dizer não. ‘Não tenho como chegar para você e falar para não ir. Seria injusto com sua família, com seu futuro.’ Se fosse ele, seria difícil ficar também”, relatou Renato.
A caminho da China, o meio-campista disse que Tite é capaz de ajeitar o Corinthians mesmo sem várias das peças decisivas na conquista do Campeonato Brasileiro. Jadson também partiu para o futebol chinês, e Ralf provavelmente seguirá o mesmo caminho nos próximos dias.
Assim, o gaúcho vai se despedindo de jogadores com os quais construiu uma relação de confiança. Renato Augusto sentiu o agora ex-comandante particularmente baqueado com sua transferência após um desempenho que lhe rendeu vários prêmios ao fim da temporada.
“Talvez seja o sentimento do pai que perde o filho, que está saindo de casa. É um sentimento de perda ainda maior por a gente ter encaixado um meio-campo tão forte, um esquema que funcionou perfeitamente. Mas o Tite é realmente acima da média, não tenho dúvida de que vai mexer os pauzinhos dele e montar um grande time”, apostou o meia do Beijing Guoan.