João Pires

Durante palestra realizada na noite desta sexta-feira (25) em audiência pública na Câmara Municipal de Dourados, o juiz federal Odilon Oliveira fez criticas a presença do Exército Brasileiro no Rio de Janeiro.
Para ele, as operações militares nos morros cariocas servem apenas como medida paliativa e atribuí omissão do Governo Federal no aumento de efetivo policial nas fronteiras. “O governo coloca o Exército no RJ e acha que ali está o problema, porém o remédio está na fronteira”, afirmou.
Oliveira também ressaltou o papel do Estado no combate ao trafico de drogas e no tratamento dos dependentes químicos. “O Governo Federal empurra o problema para os estados, porém, não existem recursos suficientes. Em algumas cidades fronteiriças no Brasil, não existem nem sequer delegacias”, ponderou.
Exemplificou ainda a necessidade de clinicas e hospitais especializados para o tratamento de dependentes químicos, porém chamou atenção quanto a infraestrutura necessária na implantação das unidades. “Um hospital para tratamento de dependentes químicos, por exemplo, precisa além de um quadro clinico especializado, também de seguranças para proteger o internado, quando o traficante for ao local para cobrar a droga que ele pegou e não pagou”, exemplificou. “Vocês acham que o município de Dourados tem condições de implantar uma clínica deste porte?”, complementou.
Concluiu destacando o trabalho das forças policiais, DOF (Departamento de Operações de Fronteira), PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PF (Polícia Federal) na fronteira e conclamou a participação de toda a sociedade no combate ao tráfico, prevenção e tratamento de dependentes químicos. “Da mesma forma que ocorre as apreensões de drogas também aumentam o tráfico. A droga é problema de todos nós”, finalizou.

A audiência pública com o juiz federal foi proposta pelo vereador Junior Rodrigues (PR). Odilon esteve acompanhado pelo filho Odilon de Oliveira Junior, vereador em Campo Grande e presidente da Comissão Permanente de Políticas Anti Drogas.
Participaram do evento o secretário estadual de Segurança Pública, José Carlos Barbosa, vereadores Alan Guedes (DEM), Bebeto (PR), Pedro Pepa (DEM), Braz Melo (PSC), Ramin (PDT), Janio Miguel (PR) e Sergio Nogueira (PSDB) e representantes da segurança pública e conselhos municipais.