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Conhecida pelo seu alto-astral, Juliana Paes é de bem com a vida e está, sem dúvida, na melhor fase de sua carreira. Saudosa com o fim de Totalmente Demais no próximo dia 30/5, a atriz parece estar se despedindo do papel aos poucos. As gravações ainda não acabaram, mas o ritual que faz para se transformar em Carolina Castilho ainda é feito com o
mesmo capricho, o que mostra que a mãe de Antonio e Pedro está mais feliz do que nunca com o sucesso da personagem.
Juliana Paes deixou pra trás o visual executiva que está acostumada a mostrar na TV e se transformou em uma verdadeira deusa étnica, inspirada no universo tribal chic, produzida pelo stylist Dudu Bertholini. O look preferido? “Sem dúvida, o vestido preto me conquistou!”.

Confira a entrevista:
Já são 16 anos de carreira, com papéis ímpares como ‘Gabriela’ e Maria Catarina Napoleão, em ‘Meu Pedacinho de Chão’. Como você avalia seu crescimento profissional? – Essa coisa de se autoavaliar é difícil. O que eu sempre busquei foi escolher bem os meus papéis, e o que me norteava nessas escolhas sempre foram os desafios. Logo no começo, era muito comum me oferecerem os mesmos tipos de personagem, com verves parecidas. Meu primeiro papel foi Ritinha, em ‘Laços de Família’, e o Ale (Alexandre Borges) tem essa coisa engraçada. Acabou que depois disso eu fui convidada pra papéis que tinham um pouquinho de uma veia cômica e sensual, porque a Ritinha também era assim. O meu cuidado maior nas próximas escolhas depois disso era fazer personagens desafiadores. Dei muita sorte também, e digo sorte porque eu nunca fiz parte de uma ‘patota’. Acabei trabalhando com diretores e autores variados. Não sou atriz de um autor e um diretor, e isso me ajudou muito. Os filhos também me deram mais segurança. Foi um reflexo muito claro. Se eu consigo criar meus filhos, com tanta fofoca, consigo ter a cabeça boa, dou conta de qualquer personagem. Não quero parecer arrogante, convencida, mas me deu uma empoderada.
Se você pudesse dar um conselho a você mesma há 16 anos atrás, qual seria? – Eu me aconselharia a manter sempre a curiosidade. Acho que a coisa mais difícil na nossa vida de ator, quando você ganha muita visibilidade, é que você passa a ser muito mais observado do que observa. E aí você vai se fechando um pouco, porque às vezes você quer passar despercebido, e a gente não consegue mais manter o olhar de observador, curioso. Um olhar num shopping, num restaurante, num lugar que tenha mais gente pra mim é um desafio. E eu de alguma maneira, que não sei como te dizer como, consegui manter esse olhar curioso, e essa coisa de não ter medo de estar nos lugares, pois eu vejo que muitos artistas se fecham muito, se enclausuram demais e acabam perdendo o contato com as pessoas. E são as pessoas que são a nossa matéria-prima. Então se a gente não vê gente, não está em contato com as pessoas, você vai perdendo a sua matéria-prima de composição, de estudo, de análise. E pra mim, eu analiso tudo, até Big Brother pra mim serve como laboratório.
A Gretchen comentou durante o lançamento de sua biografia que você seria um ótimo nome para interpretá-la no cinema. Vocês chegaram a conversar? – Não. Tudo o que eu sei sobre isso vi na internet. Acho que todas as histórias são dignas de serem contadas. Imagina a dela, que foi uma musa. Eu lembro da minha família sentada vendo a Gretchen se apresentar na TV. Era uma comoção. Existe uma história, e eu não descarto nenhuma história de ser contada, mas depende de roteiro. Acho que pode ser uma bela história.
Você já disse que não pensa mais em ter filhos, mas já afirmou também que nem tudo é definitivo. Não tem vontade de ter uma menina? – A cada mês que passa, vejo que Antônio está deixando de ser um bebê e está se tornando um menininho. Já sinto falta antecipada do cheiro, do toque, do chamego, do bebê nos braços. Você vai perdendo tudo isso, pois vê que a criança não quer mais o seu colo com tanta frequência. Eu sinto isso. Mas não significa que eu queira ter mais por que não é só ter um bebê. É uma vida, é muita responsabilidade. O mundo está cada vez mais perverso, perigoso. Já fico pensando nos momentos em que eles vão começar a sair na adolescência. Não estou preparada para deixar eles na festinha de 15 anos, já sofro por antecipação. Estou feliz com meus dois meninos e não quero mais nenhum.

Pode revelar alguma curiosidade que ninguém sabe sobre você? – Na verdade, sempre pintei e desenhei. Sempre tive uma paixão por desenho. Começou com uma brincadeira, mas eu tenho uma destreza com as mãos até pra fazer minha própria maquiagem, talvez por isso tenha desenvolvido técnicas, como esfumar, traçar, tenho mão pra isso. Sou formada em Publicidade/Marketing também e pouca gente sabe disso! Mas nunca cheguei a trabalhar na área. Quando estava preparando meu trabalho final, entrei para a minha primeira novela. Meu diploma enfeita meu escritório, mas tudo o que eu aprendi na faculdade uso até hoje!
Você posou nua em 2004. Posaria novamente? – Não. Acho que foi um momento, uma fase. Eu era solteira, não tinha filhos. Tinha todo um glamour quando eu fiz, mas que se perdeu. Hoje não posaria de novo.