Rafael Henrique
Diário MS

Obras paradas
dividindo espaço com mato alto, infiltrações em prédios construídos há pouco mais de três anos e equipamentos da academia ao ar livre estragados são alguns dos problemas encontrados no campus da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). A construção de dois prédios, iniciada em 2014 e que deveria ter sido concluída no ano passado, está há mais de um ano em situação de abandono.

A soma dos orçamentos das duas obras ultrapassa R$ 4 milhões. Uma das construções, já na segunda etapa, é a do prédio destinado à Faind (Faculdade Intercultural Indígena), proposto para abrigar salas de aula, laboratório e sala de exposições em dois pavimentos, complementando o prédio já existente. O orçamento da segunda etapa desta obra é de R$1,3 milhão.
A outra construção está destinada a abrigar a estrutura administrativa do EAD (Centro de Educação a Distância). O prédio tem dois pavimentos, nos quais se distribuem laboratórios de informática, estúdio, gabinetes, salas de capacitação, videoconferência, produção de conteúdo, ensino e avaliação e pesquisa. O orçamento desta construção é de R$ 3,3 milhões.
De acordo com a pró-reitora de Avaliação Institucional e Planejamento, Glenda de Almeida Soprane, a empresa contratada para a construção abandonou a obra da Faind em janeiro e a do prédio da EAD em fevereiro do ano passado. Os motivos do abandono não foram divulgados pela pró-reitora. Ela acrescenta que por causa dos cortes orçamentários feitos pelo governo federal ficou impossibilitada a abertura de uma nova licitação a fim de contratar outra empresa.
“A empresa contratada para as duas obras abandonou a obra da EAD no dia 23 de fevereiro e da Faind no dia 26 de janeiro do ano passado. Essas obras não foram licitadas novamente por falta de disponibilidade orçamentária, devidos aos cortes de orçamento realizados pelo governo federal”, explicou a pró-reitora por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa da UFGD, a pedido do DIÁRIO MS. A construção do prédio da EAD iniciou em março e a da Faind em julho de 2014.
LIMPEZA E INFILTRAÇÕES
O forro do teto de um dos banheiros do prédio da Faind, por exemplo, por causa da infiltração já caiu uma parte. As paredes do corredor que dá acesso às salas de aula estão com a pintura danificada também devido às infiltrações. Ainda no prédio da Faind, o elevador para cadeirantes não funciona.
Na quadra poliesportiva ao lado da Faind, os vestiários estão com infiltrações no teto. Na piscina olímpica ao lado da quadra a água está suja e os azulejos da lateral estão rachados, algumas partes já não têm mais o azulejo. O piso ao lado da piscina apresenta muitas rachaduras também.
Do lado de fora do cercado da piscina, os equipamentos da academia ao ar livre estão no meio do mato. Alguns destes equipamentos estão enferrujados e outros foram retirados do chão. Próximo dali, caçambas de lixo sem condições de uso foram esvaziadas e os sacos de lixo estão esparramados pelo chão.

Sobre estes problemas de limpeza, o pró-reitor de Administração, Lino Sanabria, informou que a empresa que faz o serviço de limpeza no campus da universidade teve o contrato rescindido pela UFGD. Ele reconheceu que a situação no momento está precária e garantiu que a abertura de licitação para contratação de uma nova empresa será feita em breve. “Em seguida entrará uma nova empresa licitada, quando ocorrerá a normalização do serviço, que por enquanto é precário”, explica o pró-reitor, também por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa.
Quanto às infiltrações, o pró-reitor atribuiu o problema as chuvas do mês de fevereiro, e disse que vários prédios da universidade foram afetados. Ele garante uma reforma em todos estes prédios com infiltrações, porém este trabalho, segundo ele será feito por ordem de prioridade. “Nesta semana foi concluída a troca total do telhado da Moradia Estudantil, que abriga mais de 60 pessoas”, comenta. Quanto à piscina, o pró-reitor garantiu que “a água recebe tratamento permanente”.
O pró-reitor de Administração não informou os motivos da rescisão do contrato com a empresa de limpeza e nem quando a licitação será aberta para a contratação de outra empresa. Ele também não informou quanto tempo levará para a reforma em todos os prédios danificados pela infiltração, na piscina e nos equipamentos da academia ao ar livre.
Sobre construção dos dois prédios de extensão do campus, que estão paradas, a UFGD não informou se há previsão para retomada dessas obras ainda este ano e nem o orçamento necessário para a conclusão das próximas etapas.