TV MORENA
Pelo menos 6 meninos que teriam sido abusados pelo suspeito de estuprar e matar Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos, em Campo Grande, relataram à Polícia Civil que o professor pagava a mais para eles caso levassem novos garotos.
De acordo com a investigação, seis testemunhas disseram que o suspeito pagava R$ 10 por encontro. No entanto, ele dizia às vítimas que, caso trouxessem novas crianças ou adolescentes, receberiam R$ 50.
“O suspeito se aproveitou da vulnerabilidade social destas vítimas e as explorava e cooptava para trazer outras crianças ou adolescentes ao seu encontro. A vítima que está desaparecida também não está aqui para ouvir a sua versão, mas, ao menos seis testemunhas relataram estes abusos”, comentou Paulo Sérgio Lauretto, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
“O suspeito nega os crimes. Os depoimentos, porém, são incontestáveis. Ele vai responder pelos crimes de estupro de vulnerável e exploração sexual”, afirmou o delegado. Desde a manhã desta terça-feira (25), bombeiros também fazem buscas por Kauan no Rio Anhanduí.
Além do suspeito de 38 anos, que se apresentava como professor, um adolescente de 14 anos foi apreendido e confessou participação. Manchas de sangue e material pornográfico também foram encontrados na casa do homem e são indícios da participação.
Entenda o caso
Kauan teria morrido por asfixia ao tentar reagir durante o abuso sexual, segundo relatos do adolescente à polícia. A família registrou boletim de ocorrência e o procura desde o dia 25 de junho. Na segunda-feira (24), policiais voltaram à casa do suspeito em busca de vestígios e vistoriaram uma fossa séptica, mas nada foi encontrado.
Agora, a polícia aguarda o resultado dos exames realizados nas manchas de sangue encontradas no colchão onde Kauan estava e ao redor da cama onde o menino teria morrido.
Segundo o adolescente, Kauan foi abordado quando estava com outras crianças perto da feira do bairro Coophavilla e teria sido levado para a casa do homem, onde foi amordaçado e teve as mãos seguradas enquanto era estuprado.
Mãe
A dor da ausência e a angústica por falta de notícias tomam conta da vida de Janete dos Santos Andrade há um mês. Ela é mãe de Kauan. “Se ele [suspeito] fez isso, tem que pagar pelo que fez. Porque Kauan é só uma criança. Não tem maldade né, não fez mal pra ninguém”, disse Janete em entrevista à TV Morena.
O suspeito é professor e já atuou na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande como profissional convocado, segundo a prefeitura. Este ano ele não chamado para dar aulas no município.
