Apenas 23,7% da população-alvo realiza mamografias no Brasil, segundo levantamento do Instituto Natura em parceria com o Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. O índice está muito abaixo dos 70% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres brasileiras — excluindo o câncer de pele não melanoma —, com 73.610 novos casos estimados anualmente. A principal forma de salvar vidas é por meio da detecção precoce, viabilizada pelos exames de rastreamento, mas essa realidade ainda está distante de grande parte da população.
A OMS recomenda a realização de mamografias a cada dois anos entre mulheres de 50 a 69 anos, com uma taxa mínima de cobertura de 70%. No entanto, o Brasil ainda não alcançou nem um quarto desse percentual.
➡️ Em nota, o Ministério da Saúde informou que é assegurado a todas as mulheres o acesso a exames como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Disse também que, “em 2024, foram realizadas 4.307.786 mamografias pelo SUS e que mais de 9 mil mamógrafos estão em operação na rede pública e privada, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)”. Leia a nota completa mais abaixo.
Confira outros destaques do estudo:
- 41,7% das mamografias de rastreamento (feitas quando ainda não há sintomas) realizadas no SUS foram feitas por mulheres pretas e pardas entre 2023 e 2024.
- 44% das mulheres pretas e pardas e 36% das brancas tiveram diagnóstico tardio.
- O tempo médio para início de tratamento no Brasil ultrapassa em 158 dias o prazo estipulado por lei – que é de 60 dias.
Confira o percentual de exames realizados por:
- Mulheres amarelas: 11,5%
- Mulheres indígenas: apenas 0,1% realizou o exame no biênio de 2023-2024
- Mulheres brancas: 46,8%
Cobertura por região e estado
O Sul lidera em cobertura mamográfica, com os seguintes percentuais ao longo dos anos:
- 2015-2016: 31,3%
- 2017-2018: 30,5%
- 2019-2020: 22,9%
- 2021-2022: 24,3%
- 2023-2024: 27,2%
Os estados com os melhores índices em 2023 foram:
- Bahia: 33%
- Piauí: 32,6%
- São Paulo: 29,9%
Já as menores coberturas foram observadas em:
- Roraima: 3,3%
- Tocantins: 6,4%
As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os piores desempenhos entre mulheres de 50 a 69 anos, com 11,9% e 15,3%, respectivamente.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informa em nota que:
“O Ministério da Saúde assegura a todas as mulheres o acesso a exames para diagnóstico do câncer de mama, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Em 2024, foram realizadas 4.307.786 mamografias em todo o país pelo SUS. Atualmente, mais de 9 mil mamógrafos estão em funcionamento na rede pública e privada, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
Desde 2023, a pasta ampliou em 48% os recursos destinados à assistência oncológica no SUS, com foco na expansão da oferta de serviços e na qualificação do atendimento.
Fonte: Assessoria