quarta-feira, 24 de abril de 2024

Modão modernizado: quem são as novas estrelas do sertanejo ‘agro’

Compartilhar

O remix de "Boiadeira" feito por Lucas Beat mostrou o potencial do agro eletrônico (Foto: Divulgação)

Uma nova comitiva desbrava as paradas do Brasil, de chapéu e bota, com um pé no passado do sertanejo do “modão” de raiz e outro no presente do funk, rap e eletrônica.

O toque de berrante na introdução de “Pipoco”, uma das músicas mais tocadas no Brasil hoje, anuncia a força da vertente chamada de “agro”.
Os artistas exaltam o agronegócio nas letras, ao som de um sertanejo que expande fronteiras agrícolas e musicais. O modão virou modinha.

A música sertaneja sempre exaltou o campo, mas aqui as letras parecem comerciais da agropecuária. Absorver outros ritmos é outra prática antiga, mas que fica mais intensa com bases sintetizadas e vozeirões de boiadeiros.

Ana Castela — Foto: Divulgação / Mauricio Antônio

ANA CASTELA

Ana Flávia Castela nasceu em Amambai (MS) e foi criada na vizinha Sete Quedas, na fronteira com o Paraguai. Os avós tinham uma fazenda no lado paraguaio. Ela cresceu entre os dois países, aprendeu a cantar em um coral de igreja e começou a postar covers de músicas pop no YouTube.

Ana foi levada para a Agroplay por Rodolfo Alessi, amigo da mãe dela. O primeiro tiro já foi no alvo. “Boiadeira” saiu em fevereiro de 2021. Ainda de aparelho nos dentes e espinhas no rosto, Ana cantava sobre uma menina que trocou a cidade pelo interior: “A maquiagem dela agora é poeira”.

“Boiadeira” virou a alcunha da cantora de 18 anos. A faixa ganhou um remix do DJ paulistano Lucas Beat, que mistura funk e house. Com “Nois é da roça bebê” e a levemente eletrônica “Neon”, Ana virou ícone dos fãs novinhos que dançam de chapéu e bota no TikTok.

Ela virou ponteira da comitiva do agro com a explosão country-funk-EDM de “Pipoco”, com DJ Chris no Beat e MC Melody. Ana chegou a entrar na faculdade de Odontologia, mas largou. Agora, jogar PlayStation é a única coisa que consegue fazer entre turnês e gravações.

Bruna Viola — Foto: Divulgação/ Bruna Viola

A BRUTA: BRUNA VIOLA

Ana Castela brilha em uma clareira que Bruna Viola ajudou a abrir. A cantora e instrumentista de mão cheia tem quase duas décadas de carreira no sertanejo mais tradicional. Em 2015, por exemplo, ela lançou “Sistema da bruta”, que alfineta os “abeia” – gíria que indica pessoas de fora deste universo rural.

Ela desafiou estereótipos de idade e de gênero. “Tinha um preconceito de que a viola caipira e a música de raiz era só para pessoas mais velhas ouvirem. E ainda de que a viola era um instrumento muito masculino”, ela diz.

“Fui quebrando essas barreiras, e aí tem a geração mais nova para quebrar mais um pouco”, ela elogia.

Ela também aproveita o novo período de alta no agro. Bruna Viola é protagonista do longa “Sistema bruto”, comédia de ação que se passa neste universo agro, com Jackson Antunes e Marisa Orth no elenco. A estreia acontece ainda em 2022, mas ainda sem data fechada.

Fonte: Portal G1

Últimas notícias