segunda-feira, 2 de junho de 2025

Mortes e fome em Gaza: Reino Unido adota primeiras medidas contra Israel

Reino Unido suspende comércio com Israel e convoca embaixadora por ofensiva em Gaza

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Segundo a ONU, apenas cinco caminhões de ajuda puderam entrar em Gaza na segunda-feira (Foto: Divulgação)

O Reino Unido anunciou nesta terça-feira (20) a suspensão das negociações de livre comércio com Israel e convocou a embaixadora no país por conta da nova ofensiva terrestre israelense com a Faixa de Gaza e pela escassez de ajuda humanitária no território palestino.

O governo britânico também impôs novas sanções contra assentamentos na Cisjordânia, em meio a críticas às ações militares israelenses em Gaza.

As medidas desta terça-feira vieram um dia após o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, junto com o presidente Emmanuel Macron, da França, e o premiê Mark Carney, do Canadá, condenarem a condução da guerra em Gaza por parte de Israel e suas ações nos territórios ocupados da Cisjordânia.

Starmer afirmou nesta terça que os líderes dos três países estão “horrorizados” com a situação em Gaza.

A suspensão das relações comerciais foi anunciada pelo secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy. Ele afirmou que o atual acordo comercial entre os dois países continua em vigor, mas que o governo britânico não pode prosseguir com as negociações diante de um governo israelense que, segundo ele, está promovendo políticas “escandalosas” em Gaza e na Cisjordânia.

A ONU afirmou nesta terça-feira que recebeu autorização de Israel para que cerca de 100 caminhões de ajuda humanitária entrem em Gaza, porém até a última atualização desta reportagem a ajuda ainda não entrou no território palestino. Segundo a ONU, apenas cinco caminhões de ajuda puderam entrar em Gaza na segunda-feira.

A autorização para entrada de ajuda humanitária ocorre em meio à ofensiva terrestre israelense e ataques aéreos diários no território palestino. Os bombardeios israelenses mataram ao menos 60 palestinos nesta terça-feira, segundo o Ministério da Saúde palestino controlado pelo grupo terrorista Hamas.

Ameaça de sanções a Israel

Os líderes da França, Canadá e Reino Unido pediram a Israel o fim de suas “ações escandalosas” na Faixa de Gaza e prometeram responder com “medidas concretas” caso a ofensiva militar não seja interrompida.

Em uma declaração conjunta, o presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros canadense, Mark Carney, e britânico, Keir Starmer, condenam a “odiosa linguagem usada recentemente por membros do governo israelense” e advertem que o deslocamento forçado permanente de civis viola o direito internacional humanitário.

Eles também reforçaram a pressão para que o governo israelense permita a entrada de ajuda humanitária no território. Nesta segunda, pela primeira vez em mais de dois meses, Israel permitiu a entrada de caminhões, mas a ONU considera a quantidade insuficiente.

Os três líderes prometem que não ficarão “de braços cruzados” enquanto o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, “continua com essas ações escandalosas”.

“Israel sofreu um atentado atroz em 7 de outubro. Sempre apoiamos o direito de Israel de defender os israelenses contra o terrorismo, mas esta escalada é totalmente desproporcional. Se Israel não puser fim à nova ofensiva militar nem interromper suas restrições à ajuda humanitária, adotaremos outras medidas concretas em resposta”, disseram os líderes, sem informar quais seriam essas ações.

Fonte: Portal G1

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