sábado, 15 de novembro de 2025

Mundo caminha para até 2,5°C de aquecimento até o fim do século

Mesmo após dez anos do Acordo de Paris, novos compromissos climáticos mal reduzem as projeções de aquecimento global; ONU diz que o planeta também deve ultrapassar 1,5°C já na próxima década

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O alerta é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que vê o planeta cada vez mais distante da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C (Foto: Saul Schramm)

O mundo continua caminhando para um aumento de temperatura entre 2,3°C e 2,5°C até o fim do século, mesmo que todos os compromissos climáticos atuais sejam cumpridos.

O alerta é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que vê o planeta cada vez mais distante da meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C.

🌡️ENTENDA: Essa meta de 1,5°C foi estabelecida pelo Acordo de Paris em 2015 para evitar impactos extremos do clima, como secas, elevação do mar e colapso de geleiras. Estudos recentes, porém, mostram que o mundo pode já ter ultrapassado esse ponto crítico.

A avaliação, divulgada nesta terça-feira (4), mostra que apenas 60 países, responsáveis por 63% das emissões globais de gases de efeito estufa, atualizaram suas metas climáticas nacionais (as chamadas NDCs) até o fim de setembro de 2025.

Todos os signatários do Acordo de Paris tinham a obrigação de revisá-las neste ciclo, mas a ONU afirma que o resultado ficou “muito aquém do necessário”.

📝ENTENDA: Essas metas são o principal instrumento do Acordo de Paris para enfrentar a crise climática. A NDC atual do Brasil, por exemplo, inclui a meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 53% até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050.

Ainda segundo a ONU, mesmo as novas promessas não foram suficientes para alterar de forma significativa as projeções de aquecimento.

Por que cada grau importa? — Foto: Gui Sousa/Arte g1

As estimativas caíram apenas de 2,6–2,8°C em 2024 para 2,3–2,5°C agora, uma diferença de poucos décimos de grau.

Segundo o próprio relatório, essa redução modesta se deve, em parte, a mudanças metodológicas nas análises, e não a ações concretas.

Além disso, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, prevista para janeiro de 2026, deve anular cerca de 0,1°C desse avanço simbólico.
A ONU alerta que o cenário coloca em risco a principal meta global de contenção do aquecimento.

A “lacuna de emissões”, termo que dá nome ao relatório, se refere à diferença entre o que os países prometeram cortar e o que seria necessário para manter o aumento da temperatura dentro do limite de 1,5°C.

Segundo o Pnuma, essa lacuna permanece praticamente inalterada desde 2015, quando o acordo foi assinado.

“As nações tiveram três tentativas para cumprir as promessas feitas no âmbito do Acordo de Paris, e elas erraram o alvo”, afirmou Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma.

Fonte: Portal G1

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