quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

PM e ‘Guarda’ fecham aterro de Campo Grande para catadores

Catadores criticam medida e dizem que UTR não atende a todos.

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G1/MS

 

Policiais militares e guardas municipais fizeram a segurança na área de transição do aterro para impedir entrada de catadores (Foto: Priscilla dos Santos/G1 MS)

Equipes da Polícia Militar e da Guarda Municipal, atendendo determinação da Justiça, estão impedindo nesta segunda-feira (29), o acesso de catadores de materiais recicláveis a chamada área de transição do aterro municipal de Campo Grande.

 

A decisão de fechar o acesso a área aos catadores é do juiz Marcelo Ivo de Oliveira, em substituição legal na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande e atende pedido da Solurb, concessionária responsável pela coleta e destinação de lixo na capital e também pela implantação da Usina de Triagem de Resíduos (UTR) do município.

 

Em seu despacho no dia 18 de fevereiro, o magistrado aponta que a liminar que havia sido concedida a pedido da Defensoria Pública do Estado em favor dos catadores em janeiro de 2013, para que eles tivessem acesso ao local para recolher materiais que pudessem ser reciclados, teria validade somente até que entrasse em operação a UTR, o que ocorreu em agosto do ano passado.

 

No mesmo despacho em que proíbe o acesso aos catadores, o juiz fixa uma multa diária no valor de R$ 10 mil em caso de descumprimento. Em outra decisão, datada do dia 24 de fevereiro, o magistrado aponta que diante da possibilidade de que os catadores promovessem uma manifestação em razão do fechamento da área transição, que a Polícia Militar fosse acionada para fazer a segurança do local no domingo, dia 28 e nesta segunda-feira, dia 29.

 

Diante da mobilização das forças de segurança do estado e do município, os catadores não promoveram nenhum tipo de manifestação diante da área de transição do aterro. Nesta manhã apenas acompanharam a distância a Polícia Militar e a Guarda Municipal fazendo a segurança do local.

 

Segundo uma das lideranças dos catadores que trabalhavam no local, Luiz Berrocal, a decisão causa grande preocupação. Ele explica que na UTR a remuneração pelo trabalho é melhor do que na coleta de transição, em média R$ 220 contra R$ 150 por dia, mas que o número de vagas na usina é muito inferior ao de pessoas que trabalham no local, e que ficaram sem ter de onde tirar o sustento.

 

Berrocal diz ainda que mesmo sem serem notificados oficialmente da decisão da Justiça sobre o fechamento da área de transição para os catadores, que eles decidiram acatá-la, até para evitar qualquer tipo de confronto com a polícia.

 

Segundo a prefeitura de Campo Grande, o prefeito Alcides Bernal e a PGM (Procuradoria Geral do município) estão em contato com a Justiça para tentar uma prorrogação de prazo de fechamento do local para os catadores, de modo que eles possam ser melhor assistidos pelo poder público.

 

Enquanto isso, uma equipe da Secretaria de Assistência Social está no local conversando com os catadores e informando que mesmo que ocorra o fechamento eles deverão ser assistidos pela prefeitura.

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