sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Por que as ondas de calor estão cada vez mais frequentes?

Segundo os especialistas e as pesquisas mais recentes, ondas de calor são reflexo do aumento nas emissões de gases do efeito estufa que estão aquecendo o planeta

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A pesquisa analisou 213 ondas de calor registradas em 63 países ao longo das últimas duas décadas (Foto: Divulgação)

Os dias de calor extremo estão cada vez mais intensos. O verão dos primeiros meses do ano foi um dos mais quentes. Em 2024, tivemos inúmeras ondas de calor. E por que isso está acontecendo?

Segundo especialistas e estudos recentes, isso tem a ver com o aumento das emissões de gases poluentes que estão mudando o clima e deixando Terra mais quente.

Uma pesquisa publicada na revista Nature, um dos principais periódicos científicos, 50% do agravamento de eventos extremos entre 2000 e 2023 pode ser ligado diretamente às emissões das 180 maiores produtoras de combustíveis fósseis e cimento do planeta.

A pesquisa analisou 213 ondas de calor registradas em 63 países ao longo das últimas duas décadas e concluiu que, sem a influência da mudança climática causada pelo ser humano, ao menos um quarto desses episódios teria sido “praticamente impossível”.

O que causa uma onda de calor

As ondas de calor precisam de dois fatores principais para se formar: massas de ar quente e seco e bloqueios atmosféricos — sistemas de ventos no alto da atmosfera que agem como uma barreira, impedindo a chegada das frentes frias ao continente.

Quando há esse bloqueio, as frentes frias se formam, mas são desviadas para o oceano.

Sem a entrada de umidade e sem ventos que renovem o ar, a massa quente se fortalece e fica parada sobre uma região por vários dias. O resultado é a elevação constante das temperaturas e a formação da onda de calor.

O calor é uma ameaça para a saúde

As ondas de calor não afetam apenas o meio ambiente, mas também colocam em risco a saúde humana. O corpo pode se adaptar às altas temperaturas, mas não sem consequências.

O calor intenso causa náusea, tontura, fadiga e dores de cabeça. Em casos mais graves, o estresse térmico — índice que mede os riscos à saúde pela exposição ao calor — pode levar à falência de órgãos e morte.

“É impossível suportar esse período de tempo sob essas temperaturas sem consequências, o corpo não tem resiliência para suportar. O acompanhamento da temperatura tem que estar no programa de vigilância com prioridade máxima, se não estamos deixando milhões de pessoas expostas ao risco de vida” — Sandra Hacon, que pesquisa os impactos do calor na saúde na Fiocruz.

De acordo com o Ministério da Saúde, quase 60 pessoas morreram no Brasil nos últimos 14 anos devido ao calor extremo.

No entanto, especialistas reforçam que isso é subnotificado, já que não existe protocolo padronizado para associar mortes diretamente à exposição ao calor.

Fonte: Portal G1

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