Com a morte do papa Francisco e a proximidade de um conclave para definir seu sucessor, uma teoria desenvolvida pelo bispo irlandês São Malaquias, no século XII, é colocada em debate: ‘a Profecia dos Papas’, que indica que o próximo pontífice poderá ser o último antes do ‘fim do mundo’.
De acordo com o site do padre Paulo Ricardo, a profecia é baseada em uma visão profética de Malaquias ocorrida em 1139, e que foi descoberta somente em 1595 por um monge beneditino chamado Arnold Wion.
Em um artigo, o bispo Dom Estevão Bettencourt, falecido em 2008, explicou que a profecia continha 113 lemas escritos em latim. Malaquias descrevia todos pontífices da Igreja Católica a partir de Celestino II, eleito em 1143, até o fim dos tempos.
Em relação ao sucessor do papa Francisco, o tópico 113 da teoria diz que o próximo pontífice será o último dos Santos Padres, que será intitulado de ‘Pedro, o Romano’ e que “apascentará as ovelhas em meio a muitas tribulações”.
“Na derradeira perseguição da Santa Igreja Romana, reinará Pedro, o Romano, que apascentará suas ovelhas entre muitas tribulações; e, terminadas estas, a cidade das sete colinas será destruída, e o tremendo Juiz julgará seu povo. Fim”, o que é uma alusão ao fim do mundo.
A contagem dos dísticos da lista indica que Francisco seria o penúltimo papa. Segundo essa interpretação, após João Paulo 2º (“De labore solis”), haveria apenas mais três papas até o fim dos tempos:
1- Bento 16 (“Gloria Olivae”);
2 – Francisco (“In persecutione extrema S.R.E. sedebit”);
3 – E um último papa, Pedro 2º, que seria o derradeiro antes do fim do mundo.
Conforme o padre Paulo Ricardo, se baseando no artigo de Dom Bittencourt, pesquisadores chegaram à conclusão de que a ‘Profecia dos Papas’ foi forjada por interessados políticos – muito por conta de disputas pelo pontificado em 1595 – e que a teoria é um ‘instrumento de desonestidade que não merece crédito’.
Quando será o próximo conclave?
De acordo com as regras estabelecidas pelo papa João Paulo II em 1996, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia do papa anterior. Os cardeais são os principais conselheiros do pontífice e são escolhidos por ele para ajudar a governar a igreja.
No atual grupo, praticamente todos os cardeais foram elevados ao posto pelo papa Francisco, o que, na avaliação do jornalista especialista em Vaticano e doutor em Ciências Sociais, Filipe Domingues, pode tornar o processo mais demorado.
A seleção será feita por meio do Conclave, atualmente composto por 252 cardeais, dos quais 138 eleitores (com menos de oitenta anos) e 115 não eleitores. O processo é secreto e somente os religiosos da lista têm conhecimento das discussões da reunião.
Fonte: O Tempo