G1 MS

O jardineiro Luiz Alves Martins Filho, conhecido como Nando do Danúbio Azul, foi condenado a 29 anos, 10 meses e 10 dias de prisão por tráfico de drogas e favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente. O juiz Marcelo Ivo de Oliveira, titular da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, ainda o condenou a mil dias-multa.
Segundo a denúncia, Nando foi acusado de organizar e participar de orgias regadas a drogas, especialmente pasta base de cocaína, com adolescentes viciados ou usuários de entorpecentes.
Na maioria das vezes, o acusado ia de carro procurar os jovens e oferecia drogas em troca dos programas sexuais. Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), Luiz Alves agiria dessa forma desde 2010 e, com o auxílio de outros seis denunciados, teriam cometido o crime, no mínimo, contra 10 menores identificados.
Nando do Danúbio Azul negou ter cometido esses crimes, mesmo após testemunho de cerca de 20 pessoas, entre vítimas, testemunhas e acusados.
Na avaliação do juiz, não houve provas suficientes contra os outros acusados e ao crime de associação criminosa. Pela exploração sexual, que se deu de forma continuada com cada vítima, Nando foi condenado a 19 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão, que, somados à pena aplicada pelo crime de tráfico de drogas, totalizaram os quase 30 anos.
Luiz Alves já tinha sido condenado por atentado violento ao pudor e ainda responde outros processos criminais nas varas do tribunal do júri, onde é acusado de vários homicídios, destruição e ocultação de cadáveres e porte ilegal de armas.
Investigação
Para a polícia, Nando é responsável pela morte de 16 pessoas. O jardineiro disse que os crimes em série começaram há 5 anos. A primeira ossada foi encontrada no dia 17 de novembro de 2016, durante as investigações de 10 desaparecidos no bairro Danúbio Azul. O local é bem conhecido por Nando e fica ao lado do bairro onde as vítimas sumiram.
Das 16 vítimas que Nando assumiu ter matado, a polícia suspeita que ele tenha enterrado 13, sendo que 10 foram localizadas durante as escavações e as outras três podem ter ser sido enterradas em outros locais. As três vítimas restantes foram mortas a tiros e os corpos não foram transportados ou enterrados, segundo a Delegacia Especializada de Homicídios (DEH).