João Pires

Uma área pública no Jardim Clímax está sendo usada como lixão clandestino em Dourados. O terreno, localizado entre as ruas Barão do Rio Branco e Cíder Cerzósimo de Souza, já foi utilizado pelo antigo CAD (Clube Atlético Douradense) e atualmente serve apenas como um lixão a céu aberto, em uma das regiões mais populosas da cidade.
O local é usado principalmente por carroceiros para descarte de galhadas e resíduos de materiais de construção. No entanto, outros objetos podem ser encontrados, como carcaças de eletrodomésticos, móveis e até peças automotivas proveniente de oficinas mecânicas. Outro problema também enfrentado pelos moradores é o mau cheiro de animais mortos e fumaça devido ao fogo ateado constantemente.
Ontem, a reportagem do Diário MS esteve no local e conversou com algumas pessoas que residem nas imediações. Segundo moradores, frequente são vistos transeuntes procurando objetos que podem ser vendidos em sucatas e usuários de drogas. “A prefeitura já limpou este terreno diversas vezes, mas sem fiscalização não adianta”, comentou o aposentado Samapaio Bianco, que reside no bairro há 40 anos.
Já Vania Oliveira, que possui uma horta bem próxima ao lixão, relatou que recentemente policias estiveram no local buscando uma motocicleta abandonada por bandidos. Ela reside com o marido e um filho pequeno e demonstrou preocupação. “Mudamos aqui quatro meses para trabalhar e sempre no final da tarde eles colocam fogo nas galhadas e outros objetos jogados. À noite o medo é maior devido à escuridão e à falta de iluminação em frente a minha casa”, disse.

Outros vizinhos também relatam que o local é propício para proliferação do mosquito transmissor da dengue e animais peçonhentos, como ratos, cobras, além de insetos, como baratas e aranhas que surgem nas residências.
Segundo consta, a área utilizada como descarte de lixo clandestino seria utilizada para a construção de aproximadamente 200 residências do “Minha Casa, Minha Vida”, projeto do governo federal. Porém, no início de 2014 foi invadida por integrantes do movimento sem-teto e posteriormente as obras foram interrompidas por questões financeiras da empreiteira contratada na época.
IMAM
O diretor do Imam (Instituto do Meio Ambiente), Upiran Gonçalves, alegou que não tem conhecimento do caso e que na manhã de hoje estaria solicitando aos fiscais para fazer um levantamento da situação para as devidas providências.
Ele ressalta que a Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) é responsável pela limpeza de terrenos públicos, porém, frequentemente o Imam recebe denúncias de pessoas que utilizam estes locais para o descarte irregular de lixo.
A Lei municipal 3.425/2010 estabelece a proibição a qualquer cidadão depositar lixo de qualquer natureza em via pública ou em lugar de uso comum, ou de uso alheio, excetuando-se em áreas destinadas ao depósito ou coleta de lixo. O descumprimento da Lei prevê multa fixada em 20 UFERM a ser aplicada pelo setor fiscalizador competente.