quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

O que os famosos poderiam aprender com Marília Mendonça, por Wilson Aquino

Compartilhar

Wilson Aquino (*) кредитная карта рассрочки без отказа

Há duas semanas o Brasil chora a perda de uma de suas mais ilustres filhas, a cantora e compositora Marília Mendonça. A dor e a tristeza do povo brasileiro revelou que as lágrimas derramadas não foram pela morte de uma simples cantora e sim por uma pessoa que compreendia muito bem os sentimentos e sofrimentos da mulher. E o mais importante: ela era sua defensora.

Marília Mendonça empunhava como ninguém a bandeira de luta em defesa da mulher, dando-lhe força e esperança de que, por mais difícil que estivesse a vida, no lar, no amor, no trabalho… Tudo pode ser revertido, mudado, para melhor, ensinava. Aconselhava sempre a se ter esperança, a lutar e a seguir em frente, mesmo as mais humildes e desassistidas mulheres brasileiras.

Tornou-se uma luz para mulheres tristes, feridas, discriminadas, desrespeitadas, humilhadas… Suas letras musicais, que ela mesmo compunha, trouxeram à tona denúncias de maus tratos recebidos e, ao mesmo tempo, apontaram o caminho, a solução para as oprimidas se livrarem das suas amarras.

Em seus shows, que lotavam grandes plateias e até estádios inteiros, com mulheres na sua maioria, não era de um público feminino ávido para ver uma simples grande cantora. Era para ver sua líder. Aquela que ousou denunciar e trazer à tona seus problemas e enchê-las de esperança de que tudo pode se resolver da melhor maneira possível, sempre.

Narrou inúmeros casos em que procurou ajudar mulheres que viviam os maiores dramas, envolvendo namorados, noivos e maridos infiéis e/ou violentos.

Para que sua voz fosse mais longe, passou a escrever esses casos e conselhos nas letras das músicas que cantava e encantava o público.

É lamentável que pouquíssimos famosos agem dessa forma, procurando realmente ajudar o próximo, usando fartas ferramentas que têm à disposição. A maioria pensa apenas e tão somente em seus próprios interesses, em seus ganhos pessoais. Não usam a fama, o sucesso e o fácil e gratuito acesso às mídias e à opinião pública, formada por gigantescas legiões de fãs, para empreender lutas em benefício do próximo. Ou pelo menos explorar melhor temas relevantes de elevado cunho moral e espiritual.

Quando muito, alguns dispensam apenas um tempinho para fazer uma ou outra obra de caridade. Poucos, bem poucos realmente, vestem a camisa por nobres causas em favor dos fracos e desprotegidos.

Preferem usar todo poder que possuem em coisas fúteis, nada edificantes. Perdem grande oportunidade de transmitir mensagens positivas, transformadoras, capazes de ajudar muitos a encontrarem o bom caminho e o trilharem com segurança e alegria.

Deus, na sua infinita bondade e sabedoria, ao criar o homem e Seu Plano de Salvação, estabeleceu como regra para o crescimento das pessoas, o amor ao próximo: “Amar o teu próximo como a ti mesmo”. Então, se preocupar e ajudar as pessoas não é uma simples orientação, mas uma obrigação de cada um.

Ele também ordenou: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15). O Evangelho é a Sua Palavra de amor, de esperança, de consolo e de amparo a toda criatura, para que tenham alegria e conheçam e sigam o bom caminho que as conduzirão rumo à salvação e à eternidade.

Do ponto de vista do verdadeiro sentido da vida, Marília Mendonça, durante sua curta temporada na Terra, obedeceu com sabedoria aos mandamentos de Deus de amar e ajudar o próximo. Exemplo que deveria ser seguido por tantos cantores, atores, atrizes, artistas, atletas, jogadores, políticos, empresários…

Fico pensando no quanto um ídolo no esporte, por exemplo, venerado por milhares de milhares de pessoas em todo o mundo, poderia ajudar se abrisse a boca para influenciar jovens, seus seguidores, a abandonarem os maus caminhos, o caminho das drogas, da bebida, da marginalidade, da violência e da ociosidade. Salvariam tantas almas e encheria incontáveis lares de paz e alegria.

Não tenho dúvida de que se houvesse uma legião de Marílias Mendonças, teríamos sim um sociedade muito melhor e não apenas no Brasil mas em todo o mundo.

(*) Jornalista e Professor