segunda-feira, 29 de abril de 2024

Reajuste da tarifa de energia trará impacto de R$ 24,7 milhões sobre indústria de Mato Grosso do Sul

Assessoria

 

O reajuste de 6,75% da tarifa de energia elétrica dos consumidores industriais sul-mato-grossenses atendidas pela Energisa trará um impacto de R$ 24,7 milhões sobre o setor neste ano, conforme levantamento feito pelo Radar Industrial da Fiems com base nos dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) apresentados pela Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica). O índice de aumento faz parte do reajuste tarifário anual autorizado nesta terça-feira (05/04) pela Aneel e que começará a valer a partir da próxima sexta-feira (08/04).

 

Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, o reajuste na tarifa de energia elétrica é mais um duro golpe sobre o setor industrial. “Já estamos sofrendo com aumentos de tarifas e de impostos quase que constantes, seja por parte da União, do Estado ou dos municípios. Está ficando cada vez mais difícil produzir neste País”, reclamou.

 

Ele reforça que, com certeza, essa elevação da tarifa de energia elétrica será repassada para o preço final dos produtos industrializados e os consumidores, que já enfrentam dificuldades para comprar, agora terão mais um agravante. “Fica até difícil avaliar a atual situação porque acabamos de sair da cobrança da tarifa vermelha e já no mesmo mês vem o reajuste tarifário anual sobre a conta de energia. Para mim, esse aumento é um disfarce porque o Governo Federal não tem capacidade para fazer uma gestão competente em todos os sentidos, ainda mais no setor elétrico, que ele desmantelou, como fez com a Petrobras e com outras estatais brasileiras”, analisou.

 

Detalhamento

 

De acordo com o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, para se chegar ao montante de R$ 24,7 milhões, o levantamento levou em consideração que o preço médio do mWh (Megawatt-hora) para o setor industrial do Estado em 2016 será de R$ 459,40 com o reajuste de 6,75%. “Com o consumo industrial cativo estimado para 2016 em 702.740 mWh, o valor será de R$ 322.838.756,00, ou seja, uma diferença de R$ 24.799.002,80 para mais na comparação com os R$ 298.039.753,20 apurados no ano passado”, detalhou.

 

Ezequiel Resende acrescenta que, considerando as informações apresentados pela Semade (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), por meio do Perfil Estatístico de MS 2015, o Estado conta com 8.768 consumidores cativos na classe industrial, que consumiram em 2014 o equivalente a 692.552 mWh. “Dados da Aneel apontam que a tarifa média para o setor industrial cativo em Mato Grosso do Sul atendido pela Energisa em 2015 era de R$ 430,35 por mWh. Estima-se ainda que, em 2015, o consumo tenha permanecido no mesmo nível do ano anterior e que em 2016 apresente até 1,5% de crescimento”, pontuou.

 

No ano passado, o preço médio do mWh da classe industrial do Estado foi de R$ 430,35 e o consumo chegou a 692.552 mWh, totalizando como valor gasto pelos consumidores industriais cativos R$ 298.039.753,20. O coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems explica que o levantamento não leva em consideração os 27 consumidores industriais que não estão sujeitos ao reajuste da concessionária porque compram energia diretamente no mercado livre. “Esse grupo deve ser responsável por um consumo equivalente a 553.130 mWh ao longo deste ano, o que representa 44% de todo o consumo industrial de energia elétrica em Mato Grosso do Sul”, finalizou.

Arábia Saudita habilita exportação de carne de nove frigoríficos sul-mato-grossenses

Notícias MS

 

Até o fim do mês nove frigoríficos de Mato Grosso do Sul realizarão os primeiros embarques de carne bovina para a Arábia Saudita, que habilitou as importações tanto para carne in natura quanto para industrializada.

 

Segundo a Autoridade Saudita de Alimentos e Medicamentos (SFDA), foram habilitadas as exportações de três unidades JBS, sendo duas de Campo Grande e uma de Naviraí, duas unidades Marfrig, em Bataguassu e Porto Murtinho, do frigorífico Total, de Paranaíba, Minerva, de Batayporã, Vale Grande, de Iguatemi e Mataboi, de Três Lagoas.

 

As indústrias fazem parte de uma lista que conta com 49 frigoríficos brasileiros aptos a exportar carne para o país do Oriente Médio. Os sauditas também habilitaram seis unidades em Mato Grosso, cinco em Minas Gerais, dois no Rio Grande do Sul, dois em Rondônia, dois no Paraná, 10 em São Paulo, oito em Goiás, três no Pará e um em Tocantins. A expectativa é que a quantidade de estabelecimentos aumente nas próximas semanas.

 

O setor estima que as exportações alcancem US$ 42 milhões em 2016. O potencial para os próximos anos, de acordo com cálculos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), chega a US$ 74 milhões. Para a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, esse é um mercado com grande potencial: o país consome anualmente 108 mil toneladas de carne (85% são importadas), com expectativa de aumentar o consumo em até 8% até 2019.

 

Em 2015 as exportações de carne bovina brasileira para os países árabes atingiram faturamento de US$ 1,4 bilhão – 24% do total exportado no ano. Somente os Emirados Árabes Unidos importaram do Brasil 18 mil toneladas de carne bovina no ano passado, gerando faturamento de US$ 84 milhões.

 

O mercado saudita foi reaberto após negociações entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com o ministro da Agricultura do Reino da Arábia Saudita, Abdulrahman Al Fadhlyé. A suspensão das importações ocorreu em 2012, após um caso atípico da doença da vaca louca.

 

O fim do embargo à carne brasileira representa abertura não apenas do mercado saudita, mas de todos os países do Golfo. Somente a Arábia Saudita comprou, em 2014, US$ 355 milhões do produto, o que equivale a quase 100 mil toneladas. O valor representa 10% de tudo o que o Brasil exporta em carne bovina, que soma 1,1 milhão de toneladas anualmente.