Sabe aquele ditado popular “nada como uma noite bem dormida”? Ele não é à toa. Uma boa noite de sono é tão essencial para a nossa saúde e bem-estar quanto qualquer outro hábito saudável.
Segundo os especialistas , enquanto dormimos, o nosso corpo trabalha para manter o cérebro e o restante do corpo funcionando. Por isso, dormir mal, a longo prazo, pode causar impactos significativos.
Segundo o médico neurologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Brainer, enquanto dormimos, o cérebro diminui a pressão arterial e ativa o sistema glinfático, responsável pela limpeza de substâncias tóxicas do organismo. No entanto, quando dormimos mal, isso não acontece.
“O nosso cérebro não só não consegue fazer a limpeza dessas substâncias que são nocivas e que, em contato persistente com o neurônio, estressam o funcionamento. Portanto, não permite que o neurônio funcione da forma adequada, deixando o raciocínio mais lento. Literalmente, você perde neurônios, diminui as conexões sinápticas e a velocidade de processamento. O que deixa o indivíduo lento, com dificuldade de interpretação do que está acontecendo”, explica Brainer.
Além do cansaço, da sonolência e da deterioração das funções cerebrais, há também um prejuízo de humor, dando mais chances de irritabilidade e depressão. De acordo com Luciana Palombini, pneumologista e pesquisadora do Instituto do Sono, os impactos são diferentes conforme a idade.
“Hoje, sabemos que existe um perfil individual para os efeitos do sono inadequado em diferentes pessoas, independentemente da idade. Agora, uma das coisas que acontece naturalmente com o aumento da idade é um prejuízo nos dois ciclos. Ou seja, existe uma maior chance de despertares noturnos e, durante o dia, uma maior chance de cochilos. Então, na faixa etária dos idosos, fica mais importante manter os hábitos de sono adequados porque existe uma maior tendência para essa desregulação”, diz a especialista.
Quais sinais o corpo dá quando o sono está ruim?
“O sono inadequado, os distúrbios de sono e a falta de sono impactam a saúde como um todo. […] Quando a pessoa não dorme de maneira adequada, muitas vezes, ela não se dá conta inicialmente. Essas queixas que falei, de sonolência, irritabilidade, de prejuízo de concentração e de memória, isso pode ir aumentando conforme a pessoa fica mais tempo com o sono inadequado”, afirma Palombini.
Como recuperar o sono?
A resposta, segundo João Brainer, é direta: o paciente deve procurar, primeiramente, dormir. O próximo passo é buscar regularizar o sono.
“Não adianta simplesmente [deixar de] dormir fora do horário habitual que o paciente costuma dormir. O ideal é que o paciente tenha uma rotina de sono para que ele comece a dormir bem”, destaca.
“Por exemplo, a diminuição da exposição a telas antes do período para dormir porque isso pode perturbar a forma como você vai dormir. Não adianta ter horas de sono, tem que ser horas bem produtivas de sono. Ter um ambiente confortável, em termos de temperatura e luminosidade. O ideal é dormir num breu completo. […] Que o paciente acorde e, de fato, tenha a sensação de que ele conseguiu descansar e que o cérebro dele vai ficar mais produtivo dali para frente”, pontua.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve deixar a prisão domiciliar neste sábado, 16, para realizar exames médicos após refluxo e soluços. Mas em quais ocasiões a contração involuntária e repetitiva do diafragma pode representar um risco à saúde?
Caracterizado pelo som “hic”, que acontece devido ao fechamento rápido da glote [abertura entre as cordas vocais], o fenômeno é comum e, geralmente, inofensivo. Costuma desaparecer sozinho em alguns minutos ou horas. Mas a frequência e o tempo dos sintomas são sinais importantes de alerta.
“O soluço persistente (crônico), que seria um soluço que dura mais de 48h, não traz nenhum risco iminente, mas é um quadro que deve ser investigado, pois pode ser um sintoma de uma condição de saúde mais grave (doenças neurodegenerativas, doenças gastrointestinais, câncer, etc)”, explicou Miller Barreto, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Além disso, é importante estar atento à frequência com a qual esses soluços acontecem. Isso porque crises frequentes, mesmo aquelas mais curtas, podem indicar problemas como refluxo gastroesofágico.
Veja outros sintomas, acompanhados do soluço, que podem representar problemas mais sérios: Dificuldade de respirar; Dor no peito; Febre; Perda de peso inexplicável e vômitos frequentes.
Barreto acrescenta a existência de outros riscos inerentes ao soluço, que são mais persistentes: “dificuldade para se alimentar, que, em casos mais graves, pode levar à perda de peso e desnutrição, ocorrência de refluxo (com inflamação do esôfago) e dificuldade para dormir, podendo levar a quadros de cansaço e fadiga crônica”.
O que fazer em casos de soluço
Em casos de soluços persistentes, que ultrapassem 48 horas de duração, é importante procurar atendimento médico para investigar o que está causando os sintomas e iniciar um tratamento adequado.
Mas, se o soluço for acompanhado de outros sintomas, como dor no peito, é necessário buscar ajuda médica o mais rápido possível.
O tipo de especialista a procurar, segundo Barreto, vai depender dos sintomas apresentados pelo paciente. Por exemplo, alguém que apresente sintomas como soluço e refluxo deve procurar um gastroenterologista ou um gastrocirurgião. Já pacientes com quadro de soluço e alteração neurológica devem procurar um neurologista.
No caso de Bolsonaro, vale lembrar que o ex-presidente passou por uma cirurgia no intestino em abril deste ano –a sétima desde a facada que sofreu nas eleições de 2018. A perfuração atingiu a região do abdômen, causando três lesões no intestino delgado e uma no intestino grosso.
Mato Grosso do Sul vai implementar a aplicação da chamada dose zero contra o sarampo para crianças de 6 a 11 meses e 29 dias, seguindo recomendação do Ministério da Saúde. A medida preventiva se soma às ações já em curso no Estado, que mantém bloqueios vacinais e vigilância ativa para evitar a reintrodução do vírus.
De acordo com a Nota Técnica nº 49/2025-DPNI/SVSA/MS, a dose zero não substitui as vacinas previstas no calendário de rotina – aos 12 e 15 meses – e não é contabilizada para fins de cobertura vacinal, funcionando como uma proteção adicional. A aplicação será adotada em todos os municípios de Mato Grosso do Sul, considerados área de maior vulnerabilidade para circulação do vírus, especialmente por conta da fronteira internacional.
O documento também orienta que a imunização deve ser intensificada não apenas entre as crianças, mas também com atualização do esquema vacinal de adolescentes, jovens e adultos, com atenção especial a pessoas oriundas de outros países. Além disso, traz recomendações específicas para vacinação de pessoas com APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca), que devem receber versões da vacina sem o componente alergênico.
“A inclusão da dose zero é uma estratégia fundamental para criar uma barreira imunológica antes mesmo da idade prevista no calendário de rotina. Isso nos dá mais segurança para proteger bebês que estão em fase de maior vulnerabilidade, especialmente em um cenário de risco aumentado pela proximidade com áreas onde há circulação do vírus”, explica Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES.
Desde os primeiros casos confirmados na Bolívia neste ano e o risco real de reintrodução do vírus, o Governo do Estado, por intermédio da SES, intensificou as ações de bloqueio, com foco nas regiões de Corumbá e Ladário. Nessas localidades, estão sendo realizadas campanhas de vacinação, bloqueio vacinal, busca ativa de sintomáticos e ações educativas, em parceria com o Ministério da Saúde e secretarias municipais.
“Oito horas diárias de sono”: um mantra repetido por décadas e que agora é colocado em xeque. Desafiando crenças arraigadas sobre o descanso, novas pesquisas sugerem que a qualidade do sono, e não a quantidade de horas dormidas, pode desempenhar um papel mais importante na saúde.
A descoberta vem de um amplo estudo internacional publicado na revista científica Health Data Science, no qual cientistas da Universidade de Pequim e da Universidade Médica do Exército Chinês monitoraram os padrões de sono de 88.461 adultos por quase sete anos usando sofisticados sensores acoplados ao corpo dos participantes.
Regularidade, a chave para um sono saudável
A análise, que contou com dados do repositório de pesquisa Biobank do Reino Unido, examinou seis elementos-chave do sono (duração, início, ritmo, intensidade, eficiência e despertares noturnos), concluiu que, embora a duração adequada do sono continue sendo vital para a nossa saúde, a regularidade do sono – manter horários consistentes para dormir e acordar – tem um impacto mais decisivo na saúde do que as horas gastas para dormir.
Essa revelação sugere que ritmos previsíveis podem ser muito mais benéficos para o bem-estar do que a ciência havia considerado até então.
O estudo identificou ainda uma relação clara entre padrões de sono irregulares e um risco maior de desenvolver até 172 doenças. Curiosamente, ritmos irregulares de sono/vigília foram associados a quase metade dessas doenças, triplicando o número de condições relacionadas à duração do sono ou ao horário exato em que os participantes foram para a cama, conforme relatado pela plataforma online Science Alert.
Riscos associados a padrões irregulares de sono
Entre as descobertas de destaque está o fato de que dormir regularmente após às 00h30 aumenta o risco de cirrose hepática em 2,57 vezes em comparação com aqueles que vão para a cama antes das 23h30. Além disso, a baixa estabilidade nos ciclos diários de sono/vigília aumenta o risco de gangrena em até 2,6 vezes, conforme indicado no artigo original na Health Data Science.
O estudo também aponta riscos significativos associados a padrões irregulares de sono, incluindo um risco 2,8 vezes maior de desenvolver a Doença de Parkinson e uma chance 60% maior de desenvolver diabetes tipo 2, de acordo com resultados destacados pela Science Alert.
Outras doenças associadas a esses padrões irregulares incluem hipertensão primária, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), insuficiência renal aguda e depressão.
Desconstruindo mitos sobre sono excessivo
A pesquisa também desafia um dos mitos mais difundidos sobre o sono: o de que dormir demais (9 horas ou mais) é prejudicial à saúde. Dados objetivos coletados por meio de dispositivos conectados ao corpo revelaram que esse hábito apresenta associação significativa apenas com uma única doença.
A origem desse mal-entendido parece estar em uma estatística reveladora: 21,67% dos participantes que relataram dormir mais de nove horas, na verdade, dormiram menos de seis.
Portanto, o verdadeiro problema não estava no sono excessivo, mas na percepção equivocada de se estar dormindo quando, na realidade, não estavam tendo um descanso eficaz. Essa discrepância, observam os autores, provavelmente distorceu as conclusões de estudos anteriores baseados apenas em pesquisas subjetivas.
“Nossas descobertas ressaltam a importância frequentemente negligenciada da regularidade do sono”, disse o epidemiologista Shengfeng Wang, principal autor do estudo. “É hora de ampliar nossa definição de sono de qualidade para além da mera duração”, acrescentou.
Os cientistas também confirmaram a relevância dessas associações em uma amostra dos EUA, o banco de dados NHANES, reforçando a validade das descobertas em diferentes contextos culturais e sanitários.
Mas por que o sono irregular tem um impacto tão profundo? Embora os mecanismos ainda não estejam totalmente esclarecidos, pesquisadores apontam as vias inflamatórias do corpo como uma possível ligação biológica. O próximo passo será explorar se intervenções específicas para o sono — como programas para melhorar sua regularidade — podem reduzir efetivamente os riscos de doenças a longo prazo.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), anunciou um acordo com a farmacêutica EMS para a fabricação de versões próprias da liraglutida, princípio ativo do Saxenda, e da semaglutida, ingrediente do Ozempic e do Wegovy.
Os fármacos, indicados para tratar diabetes tipo 2 e obesidade, foram desenvolvidos pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk. No entanto, a patente da semaglutida já chegou ao fim, e a da semaglutida termina no ano que vem.
Os acordos assinados estabelecem a transferência da tecnologia usada para a síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do medicamento final dos remédios para Farmanguinhos pela EMS. Até que toda a tecnologia de produção seja transferida para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro, a produção será realizada na fábrica da EMS em Hortolândia, São Paulo.
Em nota, a diretora de Farmanguinhos, Silvia Santos, diz que “a liraglutida e a semaglutida inauguram a estratégia da Fiocruz de se preparar também para a produção de medicamentos injetáveis, com a possibilidade de incorporação de uma nova forma farmacêutica”, e que o acordo “é mais uma ação para fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde”.
A parceria foi anunciada durante a terceira edição do Fórum Saúde, realizado em parceria entre o think tank, Esfera Brasil e a EMS. O evento aconteceu em Brasília nesta semana. Além de Silvia, a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz, o presidente da EMS, Carlos Sanchez, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estiveram presentes.
Assim como em outras ocasiões, Padilha reforçou que, se comprovado um custo-benefício, as canetas emagrecedoras, como ficaram conhecidos os medicamentos, poderão ser incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A produção numa instituição pública, como a Fiocruz, facilita o processo por viabilizar custos menores para o governo.
Em publicação no Instagram após o evento, o ministro descreveu a medida como “um grande acordo” e anunciou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também vai fazer um chamado público para que “outras empresas que tenham produtos como esses possam correr para fazer registros”. O objetivo é acelerar a aprovação de novas canetas e “termos mais concorrência e produção nacional no país”.
A liraglutida e a semaglutida fazem parte da classe de medicamentos chamada de análogos de GLP-1, que simulam o hormônio GLP-1 no corpo humano. No pâncreas, essa interação estimula a produção de insulina, por isso o uso para diabetes. No estômago e no cérebro, os remédios reduzem a velocidade da digestão e ativam a sensação de saciedade, levando a uma menor ingestão de comida e à consequente perda de peso.
A liraglutida, presente no Saxenda, para obesidade, e no Victoza, para diabetes, foram os primeiros aprovados no Brasil. Em relação ao emagrecimento, o remédio foi considerado uma revolução ao levar a uma redução de, em média, 8% no número da balança após 56 semanas nos estudos. Fármacos anteriores não tinham uma eficácia tão relevante e causavam muitos efeitos colaterais.
Alguns anos depois, a Anvisa aprovou a semaglutida, do Wegovy, para obesidade, e do Ozempic, para diabetes. A molécula também foi desenvolvida pela Novo Nordisk, mas levou a uma perda de peso de peso significativamente maior (17,4% após 68 semanas) e demanda apenas uma injeção semanal, contra a diária no caso da liraglutida.
Em março deste ano, a patente da liraglutida chegou ao fim no Brasil, abrindo o caminho para que outras farmacêuticas começassem a vender versões genéricas e similares do Saxenda. É o caso do Olire, a primeira caneta emagrecedora nacional, lançada nesta semana no mercado brasileiro pela EMS.
A partir de março do ano que vem, porém, a patente da semaglutida também chegará ao fim. Por isso, laboratórios como a EMS, e agora a Fiocruz, já se movimentam para trazer versões genéricas e similares do Wegovy e Ozempic ao país. A Novo Nordisk tenta estender a patente na Justiça, mas perdeu na primeira e na segunda instância. O caso está agora no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Assustador”. “Preocupante”. “Problema global”. “Alerta mundial”. Esses foram alguns dos termos usados por médicos entrevistados pela BBC News Brasil para descrever o crescimento dos casos de câncer colorretal na população mais jovem, com menos de 50 anos.
No domingo (20), a cantora e apresentadora Preta Gil morreu aos 50 anos após complicações de câncer colorretal. No caso dela, o tumor foi descoberto em janeiro de 2023, quando tinha 48 anos.
Esse tipo de câncer, que afeta o intestino grosso (o cólon) e o reto, está entre os mais impactantes na saúde e na qualidade de vida. E, nas últimas décadas, uma tendência estranha chamou a atenção dos especialistas.
Em várias partes do mundo, os casos de câncer colorretal permaneceram relativamente estáveis entre os mais velhos — que proporcionalmente continuam a representar a maioria dos acometidos pela enfermidade.
No entanto, as taxas de casos desse tumor começaram a subir com rapidez entre indivíduos com menos de 50 anos.
“Se você comparar os números atuais com a taxa que tínhamos há 30 anos, alguns trabalhos chegam a apontar um aumento de 70% na incidência de câncer colorretal em pacientes jovens”, resume o oncologista clínico Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or.
Essa diferença nas estatísticas já provocou algumas mudanças de saúde pública: nos Estados Unidos, um dos primeiros países a detectar o fenômeno, a idade mínima para a realização de exames preventivos que flagram o tumor colorretal precocemente (sobre os quais falaremos adiante) caiu de 50 para 45 anos.
No Brasil, alguns dados preliminares obtidos pela reportagem também apontam para um crescimento da doença numa idade precoce.
O que explica o fenômeno?
Para o oncologista Samuel Aguiar Jr., líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo, os dados representam um “alerta mundial”.
“Vemos essa realidade no nosso dia a dia, e é assustador. Já virou normal ver pessoas jovens, de 35 ou 40 anos, chegarem no consultório com o diagnóstico desse tumor”, relata ele.
“Esse cenário preocupa, pois o impacto do câncer colorretal numa pessoa jovem é muito grande”, concorda Jácome, que também é membro do Comitê de Tumores Gastrointestinais Baixos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc).
“Falamos de indivíduos que estão na idade de se estabilizar no emprego, de casar, de ter o primeiro filho… Ou seja, há uma série de sonhos que ainda não foram realizados.”.
Mas, afinal, o que explica esse cenário? Por que os tumores colorretais estão subindo tanto entre jovens, a ponto de chamar a atenção de especialistas do mundo todo?
“Existem algumas hipóteses e teorias, mas nenhuma delas foi confirmada até o momento”, responde Hoff.
“A primeira delas está relacionada à mudança dramática que ocorreu nas últimas décadas, em que nós saímos de uma civilização agrária e rural para uma sociedade predominantemente urbana. Isso alterou vários aspectos da vida, com o avanço de uma dieta baseada em produtos ultraprocessados, com menor presença de alimentos naturais, e mais sedentarismo”, contextualiza o médico.
“Se essa hipótese se confirmar, estamos diante de um quadro alarmante, uma vez que os produtos industrializados se tornaram a base da alimentação moderna, inclusive da merenda escolar das crianças”, comenta Aguiar Jr.
Sabe-se que o sobrepeso e a obesidade são fatores que estão relacionados a esse tumor — e os quilos extras são um problema que afeta cada vez mais pessoas.
Além dos aspectos que envolvem o estilo de vida, os pesquisadores também levantam outras suspeitas.
“Também não podemos descartar o impacto de algumas práticas, como o uso indiscriminado de antibióticos, seja diretamente para tratar as pessoas ou na produção pecuária, em aves e bovinos”, destaca Jácome.
Preta lutava contra quatro tumores diagnosticados no ano passado, em dois linfonodos, no peritônio (com metástase) e na ureter (Foto: Divulgação)
O QUE FAZER?
Como mencionado no início da reportagem, as mudanças nas estatísticas sobre o câncer colorretal nos EUA modificaram os programas de detecção precoce no país.
A partir de 2021, as autoridades americanas passaram a indicar a realização de exames preventivos para todo mundo com mais de 45 anos — antes, esses testes eram preconizados apenas para quem estivesse acima dos 50.
No Brasil, não existe nenhum esquema público de rastreamento do câncer colorretal (como a mamografia para o câncer de mama ou o papanicolau para o câncer de útero), mas o Inca está debatendo um programa específico para essa doença, que deve ser lançado nos próximos meses.
“Eu sei que essas discussões estão ocorrendo, porque temos notado um aumento na incidência e uma necessidade de rastreamento”, diz Cancela.
No caso específico desse tumor, existem dois testes principais que podem ser utilizados: o exame de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia.
Como o próprio nome indica, a primeira opção investiga se há sangue no cocô de um indivíduo. Embora a presença do líquido vermelho ali não seja um sinal direto de câncer (pode ser um indicativo de uma úlcera mais simples, por exemplo), ela levanta um sinal amarelo para uma investigação mais aprofundada.
Já a colonoscopia envolve inserir pelo ânus uma cânula com câmera na ponta. Essa abordagem permite que o especialista visualize em tempo real o interior do intestino e detecte algo de anormal nas paredes desse órgão.
Durante esse procedimento, também é possível remover pólipos, lesões que podem se desenvolver e virar um câncer no futuro.
Mas qual dos testes é melhor?
Depende do ponto de vista.
“A colonoscopia é o exame padrão ouro, porque tem uma sensibilidade maior, ou seja, uma capacidade superior de detectar as lesões com acurácia”, aponta Jácome.
“Além disso, ela já é capaz de remover na mesma hora algumas dessas lesões”, complementa ele.
Mas existem alguns problemas aqui, como a baixa disponibilidade de equipamentos e profissionais capazes de fazer esse procedimento. Além disso, precisamos levar em conta que esse teste exige toda uma preparação, o indivíduo fica sedado por algumas horas e perde um dia de trabalho.
“É praticamente impossível para qualquer país do mundo implantar um programa de rastreamento do câncer colorretal baseado apenas na colonoscopia”, defende Hoff.
“O exame de sangue oculto nas fezes é baratíssimo, fácil de fazer e, se realizado uma vez ao ano, consegue detectar sinais precoces da doença, como sangramentos”, lista o oncologista.
“Mesmo nos grandes programas de rastreamento populacional da Europa, que oferecem gratuitamente a colonoscopia, a adesão das pessoas é baixíssima. Menos de 20% da população realiza esse exame com periodicidade”, calcula Aguiar Jr.
Seguindo essa linha de raciocínio, o que os especialistas propõem é basicamente um esquema de funil: o exame de sangue oculto nas fezes deveria ser indicado a todo mundo com mais de 45 anos, como uma espécie de triagem.
Aqueles que não apresentarem nenhuma alteração, estão liberados e voltam para um novo check-up daqui a um ano. Já os indivíduos que tiverem a presença de sangue no cocô devem ser encaminhados para uma avaliação mais aprofundada, com a colonoscopia.
Apenas 23,7% da população-alvo realiza mamografias no Brasil, segundo levantamento do Instituto Natura em parceria com o Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. O índice está muito abaixo dos 70% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres brasileiras — excluindo o câncer de pele não melanoma —, com 73.610 novos casos estimados anualmente. A principal forma de salvar vidas é por meio da detecção precoce, viabilizada pelos exames de rastreamento, mas essa realidade ainda está distante de grande parte da população.
A OMS recomenda a realização de mamografias a cada dois anos entre mulheres de 50 a 69 anos, com uma taxa mínima de cobertura de 70%. No entanto, o Brasil ainda não alcançou nem um quarto desse percentual.
➡️ Em nota, o Ministério da Saúde informou que é assegurado a todas as mulheres o acesso a exames como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Disse também que, “em 2024, foram realizadas 4.307.786 mamografias pelo SUS e que mais de 9 mil mamógrafos estão em operação na rede pública e privada, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)”. Leia a nota completa mais abaixo.
Confira outros destaques do estudo:
41,7% das mamografias de rastreamento (feitas quando ainda não há sintomas) realizadas no SUS foram feitas por mulheres pretas e pardas entre 2023 e 2024.
44% das mulheres pretas e pardas e 36% das brancas tiveram diagnóstico tardio.
O tempo médio para início de tratamento no Brasil ultrapassa em 158 dias o prazo estipulado por lei – que é de 60 dias.
Confira o percentual de exames realizados por:
Mulheres amarelas: 11,5%
Mulheres indígenas: apenas 0,1% realizou o exame no biênio de 2023-2024
Mulheres brancas: 46,8%
Cobertura por região e estado
O Sul lidera em cobertura mamográfica, com os seguintes percentuais ao longo dos anos:
2015-2016: 31,3%
2017-2018: 30,5%
2019-2020: 22,9%
2021-2022: 24,3%
2023-2024: 27,2%
Os estados com os melhores índices em 2023 foram:
Bahia: 33%
Piauí: 32,6%
São Paulo: 29,9%
Já as menores coberturas foram observadas em:
Roraima: 3,3%
Tocantins: 6,4%
As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os piores desempenhos entre mulheres de 50 a 69 anos, com 11,9% e 15,3%, respectivamente.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informa em nota que:
“O Ministério da Saúde assegura a todas as mulheres o acesso a exames para diagnóstico do câncer de mama, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Em 2024, foram realizadas 4.307.786 mamografias em todo o país pelo SUS. Atualmente, mais de 9 mil mamógrafos estão em funcionamento na rede pública e privada, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
Desde 2023, a pasta ampliou em 48% os recursos destinados à assistência oncológica no SUS, com foco na expansão da oferta de serviços e na qualificação do atendimento.
O Brasil já registrou mais de 4.400 casos de meningite em 2025, segundo dados do Ministério da Saúde. Diante do avanço da doença e da circulação dos diferentes sorogrupos da bactéria meningococo (Neisseria meningitidis), o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou, desde a última terça-feira, dia 1.º, a vacina meningocócica ACWY como dose de reforço para crianças de 12 meses.
A atualização acompanha as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, que busca o controle global das meningites meningocócicas até 2030.
A meningite é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal — e pode ser causada principalmente por vírus e bactérias. A infecção meningocócica, causada por bactérias, é uma das mais graves e de rápida progressão, principalmente em crianças menores de 5 anos.
Sinais e sintomas
Os sinais clínicos da doença variam conforme sua apresentação. “Na meningite meningocócica, os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça intensa e vômito. Já na doença meningococcemia, a criança apresenta febre associada a sinais de choque, como manchas vermelhas ou roxas na pele, conhecidas como petéquias — que indicam pequenos sangramentos. Há ainda casos em que a criança desenvolve simultaneamente os dois quadros, o que agrava ainda mais o estado clínico”, explica o infectologista Victor Horácio de Souza.
Segundo o especialista, a doença pode causar complicações graves, como convulsões, insuficiência renal e lesões de pele com risco de infecção secundária. “É uma doença de alta mortalidade, por isso a vacinação é tão essencial”, reforça.
Novo esquema vacinal amplia cobertura contra a meningite
A vacina ACWY era aplicada pelo Sistema Único de Saúde apenas em adolescentes com idades entre 11 e 14 anos. Agora, crianças de 12 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias que ainda não tenham tomado o reforço ou que estejam com o calendário vacinal atrasado também vão receber. Com a nova diretriz do Ministério da Saúde, o esquema vacinal contra a meningite passa a ser:
Primeira dose da vacina meningocócica C aos 3 meses;
Segunda dose aos 5 meses;
Reforço com a vacina meningocócica ACWY aos 12 meses.
“A inclusão da vacina ACWY no calendário nacional amplia significativamente a proteção das crianças. Antes, vacinávamos apenas contra o meningococo tipo C. Agora, passamos a proteger também contra os tipos A, W e Y. Também é importante destacar que a vacina é segura e bem tolerada”, destaca a pediatra Heloísa Giamberardino, do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe.
A especialista também alerta para a gravidade e velocidade de evolução da doença. “A meningite meningocócica é uma infecção que evolui de forma muito rápida, levando a quadros de choque e necessidade de tratamento em UTI. Por isso, manter o calendário vacinal em dia é essencial, especialmente no outono e inverno, quando a circulação do meningococo é maior”, ressalta.
Os pais ou responsáveis devem procurar a unidade de saúde mais próxima para verificar a situação vacinal e garantir a proteção de meninos e meninas.
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) está intensificando, em parceria com os municípios, a busca ativa por casos suspeitos de sarampo e rubéola em todo o estado. A ação é voltada especialmente para os profissionais de saúde, que atuam nas ESFs (Estratégias de Saúde da Família), unidades básicas, hospitais, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e diretamente nas residências, com o objetivo de identificar possíveis casos ainda não notificados.
O trabalho segue até 30 de junho em Mato Grosso do Sul e integra a mobilização nacional contra o sarampo e a rubéola, promovida pelo Ministério da Saúde. Iniciada em 17 de maio, ela está inserida nas atividades do ‘4º Dia S de Mobilização Nacional para Busca Ativa de Casos Suspeitos’, celebrado em todo o país no dia 17 de junho.
“Essas buscas ativas estão sendo feita de forma institucional, com a revisão de prontuários nas unidades de saúde; comunitária, com visitas domiciliares; e também laboratorial, revisando exames negativos para arboviroses que apresentem sintomas compatíveis com sarampo. Essa estratégia é essencial para aumentar a sensibilidade da vigilância e reforçar o compromisso de manter Mato Grosso do Sul livre da circulação do vírus”, explica Jakeline Miranda Fonseca, gerente de Doenças Agudas e Exantemáticas da SES.
Um formulário online foi disponibilizado pela SES para que os municípios relatem os resultados obtidos até essa data. Com isso, a partir do início de julho será possível apresentar um panorama dos casos detectados. A mobilização integra os esforços do Brasil para manter o status de eliminação do sarampo e da rubéola, conforme exigido pela OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).
De acordo com nota técnica do Ministério da Saúde, não há tratamento específico para sarampo, sendo a vacinação a principal forma de prevenção. A vacina Tríplice Viral, que também protege contra caxumba e rubéola, é gratuita e está disponível em todas as unidades do SUS (Sistema Único de Saúde).
A SES reforça a importância da participação de todos os profissionais da rede e da população no reconhecimento dos sintomas — como febre alta, manchas vermelhas no corpo, tosse seca, coriza, olhos vermelhos e manchas brancas na boca — e na busca precoce por atendimento.
As oscilações no clima ao longo do dia podem representar um desafio extra para quem treina com frequência. Rinite, sinusite e infecções respiratórias se tornam mais comuns nesses períodos, exigindo cuidados especiais para preservar a saúde e manter a constância nos treinos.
Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), cerca de 30% da população brasileira sofre com a rinite alérgica. Embora não seja contagiosa, a condição pode provocar sintomas como coriza, espirros, olhos inchados, dores de cabeça e coceira intensa, prejudicando o sono, o humor e até a produtividade no trabalho.
No caso de quem pratica atividades físicas com regularidade, esses sintomas podem afetar diretamente o desempenho e até desmotivar a continuidade dos treinos. Mas é possível amenizar os efeitos dessas variações climáticas com medidas simples e eficazes.
Para o treinador e influenciador da Bluefit, Leandro Twin, o segredo está na adaptação. “A prática de exercícios físicos ajuda a fortalecer o sistema imunológico e a melhorar a função pulmonar. Mas, durante essas mudanças bruscas no tempo, é fundamental tomar alguns cuidados extras para evitar que o corpo sinta os impactos”, afirma.
Entre os cuidados recomendados por especialistas, estão a hidratação constante, a escolha de horários com clima mais ameno para treinar e a atenção à qualidade do ar nos ambientes fechados. “Além disso, manter o nariz higienizado com soro fisiológico, evitar exposição a perfumes fortes, poeira e ambientes com mofo também faz diferença para quem sofre com rinite e sinusite”, completa Twin.
Veja algumas dicas para manter a saúde e o rendimento nos treinos mesmo com as mudanças climáticas:
1. Hidrate-se regularmente: o clima seco contribui para a desidratação silenciosa.
2. Faça a lavagem nasal com soro fisiológico: ajuda a manter as vias respiratórias limpas.
3. Evite treinar em horários de ar muito frio ou seco: prefira horários mais equilibrados, como meio da manhã ou fim da tarde.
4. Utilize roupas adequadas: o corpo precisa manter uma temperatura estável durante os exercícios.
5. Use umidificadores e mantenha os ambientes arejados: isso reduz o desconforto respiratório e os gatilhos para crises alérgicas.
6. Atenção aos sinais do corpo: sintomas como espirros constantes, dores de cabeça e irritação na garganta podem indicar a necessidade de adaptação na rotina ou avaliação médica.
As variações de temperatura e umidade não afetam apenas o conforto, mas podem enfraquecer o sistema imunológico e favorecer o surgimento de doenças respiratórias, como gripes, resfriados, sinusites e rinites alérgicas.
Manter a prática regular de atividades físicas é um dos pilares para uma vida mais saudável, mesmo em períodos de instabilidade climática. “Treinar em ambiente fechado e bem estruturado pode ser uma vantagem nesse cenário. Mas o mais importante é manter a constância e ouvir o corpo. Com os ajustes certos, é possível atravessar qualquer fase sem comprometer a saúde nem os resultados”, finaliza Leandro Twin.
Diante da superlotação nas unidades de saúde de Dourados, a Prefeitura adotou uma medida emergencial no feriado prolongado: a Unidade Básica de Saúde (UBS) Seleta, no Jardim Flórida, passou a funcionar em horário estendido, das 7h às 22h, entre os dias 1º e 4 de maio.
A ação teve impacto direto no atendimento da população e ajudou a desafogar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que atende 24 horas e vinha enfrentando forte demanda.
Durante o plantão especial, 1.750 pacientes foram atendidos na UPA, enquanto na Seleta exatos 1.360 pacientes receberam atenção básica em saúde. E com o objetivo de reforçar a campanha de imunização em meio ao aumento de casos de doenças respiratórias, o Pronto Atendimento Médico (PAM), ofertou 746 vacinas e na Seleta, 836 pessoas dos grupos prioritários receberam a imunização contra a gripe.
Na sexta-feira (2), o secretário municipal de Saúde, Márcio Figueiredo, reuniu a equipe do Hospital da Vida para discutir medidas emergenciais.
“Todos os leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estão ocupados, bem como os leitos clínicos. Mais de dez pacientes aguardam vaga em UTI. Estamos avaliando alternativas para aliviar essa pressão”, destacou.
A vacinação é apontada pelas autoridades como a principal forma de prevenir a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A vacina de 2025 oferece proteção contra os vírus H1N1, H3N2 e influenza B, podendo ser administrada com outras vacinas do calendário nacional.
A campanha do Ministério da Saúde inclui crianças de seis meses a menores de seis anos, idosos a partir de 60 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas, quilombolas, trabalhadores da saúde, professores, caminhoneiros, profissionais das forças de segurança e diversos outros grupos considerados de risco.
Com a queda nas temperaturas e previsão de um inverno severo, o número de internações por doenças respiratórias tem aumentado em todo o Estado, colocando diversas cidades em estado de emergência.
A Secretaria Municipal de Saúde de Dourados reforça o chamado para que os grupos prioritários procurem os postos de saúde, de segunda a sexta, das 7h às 11h e das 13h às 17h, além da Seleta funcionando em regime estendido até às 22h. Aos fins de semana, a vacinação segue como estratégia para facilitar o acesso da população e garantir maior cobertura vacinal. A orientação é clara: quanto antes se vacinar, maior a proteção contra complicações da gripe.
Impulsionado por redes sociais e relatos informais, o uso da Tadalafila, medicamento indicado para disfunção erétil e hiperplasia prostática, cresceu de forma alarmante no Brasil. Apenas no primeiro semestre de 2024, mais de 31 milhões de caixas foram comercializadas, colocando o fármaco entre os mais vendidos do país.
Esse crescimento tem um motivo, e a preocupação de especialistas: o uso indiscriminado da substância como pré-treino em academias. Muitos jovens passaram a consumir o medicamento sem prescrição, acreditando que ele poderia melhorar a performance e a vascularização muscular.
No entanto, os médicos alertam que não há comprovação científica para esses supostos benefícios, e o uso sem orientação pode trazer riscos graves.
Experiência de um fisiculturista
O fisiculturista Rodrigo Matos utilizou a substância por um curto período, entre 2021 e 2022, e relatou que os efeitos não foram os esperados. “Quando iniciei o uso, foi buscando melhorar a performance no treino. Mas eu nunca usei o tadalafil sozinho, sempre junto com outros suplementos. Usei por dois ou três meses, mas logo percebi que ele não trazia um benefício agudo, como um pré-treino tradicional”, explica Rodrigo.
Ele destaca que não sofreu efeitos colaterais no uso diário, mas quando tomou uma dose de 10 mg para outro fim, teve reações adversas. “Senti uma dor de cabeça forte, respiração muito ofegante, como se tivesse tomado uma dose alta de cafeína. Se você consumir mais do que a dose clínica, pode ter problemas sérios”, alerta.
Ele também comenta que, na comunidade fitness, a percepção sobre a tadalafila já mudou. “A galera que entende do assunto já sabe que Tadalafila não funciona como pré-treino. Quem continua tomando está usando para outro motivo, geralmente por causa da performance sexual”, afirma.
A professora do curso de Educação Física da Estácio, Tamiris Frazão, reforça que não há evidências científicas conclusivas que justifiquem o uso da tadalafila como pré-treino.
“Existem poucos estudos sobre a substância nesse contexto, e os resultados são inconclusivos. O mais importante para um praticante de musculação é priorizar a segurança. Se há necessidade real de suplementação, ela deve ser prescrita por um profissional e baseada em produtos com respaldo científico”, explica.
Ela destaca que há métodos comprovadamente eficazes para melhorar a circulação sanguínea e o desempenho no treino, como exercícios regulares, alimentação equilibrada e boas noites de sono.
“Além de treinos aeróbicos e resistidos, a hidratação adequada, a qualidade do sono e até técnicas de massagem podem ajudar a estimular o fluxo sanguíneo, sem a necessidade de substâncias que não tenham segurança comprovada”, orienta Tamiris.
Já o farmacêutico Josimar Girão, docente do curso de Farmácia na Estácio, alerta para os riscos do uso indevido da substância:
“Esse não é um medicamento isento de prescrição, ou seja, necessita de receituário médico para sua dispensação. No entanto, alguns estabelecimentos acabam vendendo sem essa exigência. Temos observado um aumento do consumo entre homens de 18 a 30 anos, especialmente como pré-treino, o que é preocupante. O uso indiscriminado pode causar efeitos colaterais como dor de cabeça, rubor facial, queda abrupta de pressão e, em casos mais graves, infarto e acidentes vasculares encefálicos. Por isso, é essencial que o uso seja feito apenas com acompanhamento médico.”
Riscos do uso indiscriminado
Embora seja vendido sem retenção de receita, o uso indiscriminado da tadalafila pode trazer riscos sérios à saúde. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão dores musculares, queda de pressão e cefaléia intensa. Em doses elevadas, o medicamento pode provocar problemas cardiovasculares e interações perigosas com outras substâncias.
Especialistas alertam ainda para o risco da dependência psicológica. Algumas pessoas passam a acreditar que não conseguem um bom desempenho, seja na academia ou na vida sexual, sem o medicamento.
A orientação é clara: qualquer substância que altere o funcionamento do organismo deve ser usada sob prescrição e acompanhamento médico. No caso da tadalafila, a busca por resultados rápidos na academia pode ter um custo alto para a saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo leve e demência leve associados à doença de Alzheimer. Segundo a entidade, trata-se de um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide.
“Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro. O donanemabe atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, retardando assim a progressão da doença”, explica a Anvisa.
Ainda de acordo com a agência, o donanemabe foi avaliado em estudo envolvendo 1.736 pacientes com doença de Alzheimer em estágio inicial, que apresentavam comprometimento cognitivo leve, demência leve e evidências de patologia amiloide.
O estudo analisou alterações na cognição e na função cerebral dos pacientes. Eles receberam 700 miligramas (mg) de donanemabe a cada quatro semanas nas três primeiras doses e, em seguida, 1.400 mg a cada quatro semanas (para 860 pacientes) ou placebo (uma infusão simulada para 876 pacientes), por até 72 semanas.
“Na semana 76 do estudo, os pacientes tratados com donanemabe apresentaram progressão clínica menor e estatisticamente significativa na doença de Alzheimer em comparação aos pacientes tratados com placebo”, destacou a Anvisa.
Contraindicação
O uso de donanemabe é contraindicado em pacientes que estejam tomando anticoagulantes, incluindo varfarina, ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) em ressonância magnética antes de iniciar o tratamento. Os riscos nesses pacientes, segundo a agência, são considerados maiores que os benefícios.
Reações
As reações adversas mais comuns listadas pela Anvisa são relacionadas à infusão, que pode causar febre e sintomas semelhantes aos da gripe, além de dores de cabeça.
“Como acontece com qualquer medicamento, a Anvisa irá monitorar a segurança e a efetividade do donanemabe sob rigorosa análise. Serão implementadas atividades de minimização de risco para o donanemabe em conformidade com Plano de Minimização de Riscos aprovado.”
Alzheimer
O Ministério da Saúde define a doença de Alzheimer como um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.
A doença se instala quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles.
Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em regiões do cérebro como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.
“A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população”, detalha o ministério.
No Brasil, centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com Alzheimer, além de medicamentos que ajudam a retardar a evolução dos sintomas.
“Os cuidados dedicados às pessoas com Alzheimer, porém, devem ocorrer em tempo integral. Cuidadores, enfermeiras, outros profissionais e familiares, mesmo fora do ambiente dos centros de referência, hospitais e clínicas, podem encarregar-se de detalhes relativos à alimentação, ambiente e outros aspectos que podem elevar a qualidade de vida dos pacientes.”
Uma dieta equilibrada, rica em proteínas magras, fibras e gorduras saudáveis é muito mais eficiente do que contar as calorias. Alimentos com alta densidade nutricional ajudam a manter o corpo nutrido e prolongam a saciedade. Nesse sentido, o nutrólogo Dr. Ronan Araujo vai apontar os fatores para perda de gordura abdominal.
Fibras solúveis são suas aliadas
Alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, feijão, maçã e cenoura, ajudam a aumentar a sensação de saciedade e a regular o açúcar no sangue. Além disso, as fibras solúveis ajudam a reduzir a absorção de gordura, promovendo a perda de gordura corporal, especialmente na região da barriga.
Proteínas magras preservam músculo e aceleram o metabolismo
O consumo adequado de proteínas é fundamental para manter a massa muscular durante o emagrecimento. Além disso, proteínas têm um efeito termogênico maior do que carboidratos e gorduras, o que significa que o corpo gasta mais energia para digerir e metabolizar as proteínas.
Redução de açúcares e carboidratos refinados
Carboidratos refinados, como pães brancos, massas e doces, causam picos de insulina, o hormônio responsável por armazenar gordura. Uma alta ingestão desses alimentos pode aumentar o acúmulo de gordura na região abdominal. Substituir esses alimentos por carboidratos integrais e fontes de fibras pode ajudar a estabilizar os níveis de insulina e, consequentemente, reduzir a gordura abdominal.
Exercícios regulares são cruciais
Para perder gordura abdominal, é necessário incorporar exercícios físicos à sua rotina. Exercícios aeróbicos, como corrida, caminhada e ciclismo, ajudam a queimar calorias e a reduzir a gordura visceral. Combinar atividades aeróbicas com treino de resistência é ainda mais eficaz, pois ajuda a preservar e aumentar a massa muscular, que garante que seu metabolismo continue acelerado.
Gerenciamento do stress e controle de cortisol
O stress pode levar ao aumento do hormônio cortisol, que está diretamente ligado ao armazenamento de gordura abdominal. Práticas anti-stress e exercícios de respiração ajudam a reduzir o nível de cortisol, o que promove uma redução na gordura visceral.
Começa nesta segunda-feira (7) a campanha nacional de vacinação contra a influenza. A meta é imunizar 90% dos chamados grupos prioritários, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos e gestantes.
Também podem receber a dose:
– Trabalhadores da saúde;
– Puérperas;
– professores dos ensinos básico e superior;
– Povos indígenas;
– Pessoas em situação de rua;
– Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
– Profissionais das Forças Armadas;
– Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
– Pessoas com deficiência permanente;
– Caminhoneiros;
– Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
– Trabalhadores portuários
– Funcionários do sistema de privação de liberdade;
– E população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (com idade entre 12 e 21 anos).
Proteção – De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante distribuído na rede pública protege contra um total de três vírus do tipo influenza e garante uma redução do risco de casos graves e óbitos provocados pela doença.
Em 2025, a dose contém as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B. A administração, de acordo com o ministério, pode ser feita junto com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.
Doses – Para a vacinação deste ano, a pasta adquiriu um total de 73, 6 milhões de doses. No primeiro semestre, 67,6 milhões de doses devem ser distribuídas para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No segundo semestre, 5,9 milhões serão enviadas para o Norte.
Inverno amazônico – A campanha, este ano, será realizada em dois momentos:
– Primeiro semestre (março/abril): nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul
– Segundo semestre (setembro): na Região Norte, alinhando-se ao período de maior circulação viral na região, o chamado inverno amazônico.
Eficácia e segurança – Ainda de acordo com a pasta, a vacina contra a gripe é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e dos óbitos relacionados à doença.
O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia (reação alérgica) grave após doses anteriores.
Cobertura – Em 2024, a cobertura vacinal contra a gripe entre os públicos prioritários foi de 48,89% na Região Norte e 55,19% nas demais regiões.
“O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação e conta com a participação de toda a população. Vacinar-se é um ato de cuidado próprio e coletivo. As vacinas são seguras, eficazes e gratuitas.”
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