quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Ansiedade e vida agitada: o impacto silencioso em dentes e boca

Vivemos em um mundo acelerado, com rotinas cheias de compromissos, prazos e preocupações. Essa correria constante tem afetado não apenas a mente, mas também o corpo e a saúde bucal não fica de fora. A ansiedade e o estresse do dia a dia estão diretamente ligados a diversos problemas nos dentes e gengivas, muitas vezes sem que o paciente perceba.

Um dos sinais mais comuns é o bruxismo, hábito involuntário de apertar ou ranger os dentes, principalmente durante o sono. Essa tensão pode causar desgaste dental, dores na mandíbula, cefaleias frequentes e até fraturas nos dentes. Em muitos casos, o paciente acorda cansado, com sensação de peso na face, sem imaginar que o motivo está na tensão emocional acumulada.

Além do bruxismo, a ansiedade pode contribuir para a retração gengival, o aumento de aftas e até alterações na saliva, deixando a boca mais seca e suscetível a cáries e mau hálito. O estresse também pode diminuir a imunidade, facilitando inflamações e dificultando a cicatrização após tratamentos odontológicos.

O estilo de vida moderno, com pouca pausa para descanso, alimentação apressada e sono irregular, reforça esse quadro. E, muitas vezes, a saúde bucal acaba ficando em segundo plano o que agrava ainda mais os problemas.

Para quebrar esse ciclo, é essencial adotar alguns cuidados simples. O uso de placas de proteção noturnas, orientadas pelo dentista, ajuda a proteger os dentes do desgaste causado pelo bruxismo. Manter uma boa higiene oral, evitar o consumo excessivo de cafeína, álcool e cigarro, e realizar consultas regulares com o cirurgião-dentista são medidas fundamentais.

Além disso, buscar equilíbrio emocional é parte do tratamento. Praticar atividades físicas, dormir bem, meditar e reservar momentos de lazer ajudam a reduzir o estresse e a preservar a saúde como um todo.

A boca reflete o que acontece no corpo e na mente. Cuidar do bem-estar emocional é também cuidar do sorriso  e o autocuidado, hoje, é mais necessário do que nunca.

Fonte: Portal IG

Por que estamos nos afastando dos alimentos naturais?

A alimentação brasileira está mudando, e não para melhor. Em um país reconhecido pela diversidade de frutas, legumes e tradições culinárias,como o arroz com feijão, cresce a presença dos alimentos ultraprocessados nas mesas.

Produtos prontos, embalados e de preparo rápido vêm substituindo os alimentos frescos, num movimento que preocupa médicos e nutricionistas.

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE e Ministério da Saúde, os ultraprocessados já representam quase 20% das calorias diárias consumidas no país, proporção ainda maior entre jovens e moradores das grandes cidades.

Esses produtos, como biscoitos, embutidos, refrigerantes e macarrões instantâneos, em geral, são pobres nutricionalmente e ricos em calorias, açúcar, gorduras, sal, passam por várias etapas industriais e contêm aditivos químicos, corantes e aromatizantes.s.

“Vivemos uma transição alimentar silenciosa. Aos poucos, o ato de cozinhar e de escolher alimentos frescos está sendo substituído pela praticidade ofertada pela indústria de alimentos”, observa a professora Maria Tainara Soares Carneiro, coordenadora do curso de Nutrição da Estácio. Segundo ela, o fenômeno está ligado a tempo, renda e oferta. “Muitas famílias passam o dia fora e acabam recorrendo ao que é mais rápido e acessível. É uma questão social e estrutural.”

Fatores que explicam a mudança – A urbanização acelerada e as longas jornadas de trabalho reduziram o tempo para cozinhar, enquanto a indústria oferece conveniência e preços competitivos. Maria Tainara também destaca o marketing agressivo. “A publicidade é poderosa. Transforma o consumo em símbolo de praticidade e status. O problema é que esses produtos são pobres em nutrientes e ricos em gordura, sal e açúcar”, diz.

Pesquisadores da USP e da Fiocruz estimam que o consumo de ultraprocessados esteja associado a mais de 57 mil mortes prematuras por ano no Brasil — cerca de seis a cada hora. O dado, atualizado em 2024 pela American Journal of Preventive Medicine, aponta aumento do risco de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Outros estudos relacionam o consumo elevado desses produtos à piora cognitiva, ansiedade e baixa saciedade, especialmente entre adolescentes. “A alimentação é muito mais do que energia. Ela influencia nosso humor, disposição e até a capacidade de aprendizado”, reforça a coordenadora da Estácio.

Pequenas mudanças que transformam – Para Maria Tainara, voltar a comer bem não precisa ser complicado. A reaproximação com os alimentos naturais pode começar com atitudes simples: “Trocar o refrigerante pela água, levar frutas para o trabalho e preparar lanches caseiros já faz diferença”, orienta.

Ela também defende o resgate do preparo das refeições em casa. “Cozinhar é um ato de autocuidado e economia. Quando você prepara sua comida, entende o que está comendo.”

A professora recomenda que é preciso que as famílias se organizem na aquisição e no preparo dos alimentos “in natura” para a semana e aproveitem as promoções dos supermercados e feiras para um melhor custo-benefício. Planejar as compras e ler os rótulos com atenção. “Quanto mais nomes químicos e ingredientes desconhecidos, maior a chance de ser ultraprocessado”, alerta.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) reduziu, em 2025, o limite de ultraprocessados na alimentação escolar para 15%, priorizando alimentos da agricultura familiar — medida vista como avanço na formação de hábitos saudáveis desde a infância.

Para a professora da Estácio, é essencial fortalecer a educação alimentar e as políticas públicas.

“Precisamos resgatar o valor cultural e afetivo da comida de verdade. Ensinar a cozinhar, planejar e reconhecer o que se come. Isso é autonomia alimentar”, afirma, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde nos materiais: Guia Alimentar para a População Brasileira e Guia Alimentar para crianças menores de dois anos.

Da indústria à mesa – “O ambiente alimentar é desenhado para nos empurrar aos ultraprocessados. Eles são mais visíveis, alguns com o valor mais acessível e convenientes. A responsabilidade deve ser compartilhada entre o poder público, a indústria e o consumidor”, conclui Tainara.

Enquanto isso, nas cozinhas e mercados, a luta continua: reconectar o brasileiro aos alimentos que vêm da terra — e não da fábrica — é essencial para preservar a saúde e a identidade alimentar do país.

Fonte: Assessoria

Magreza injetável: entre o milagre farmacológico e a negligência disfarçada de autocuidado

Giovana Colletti (*)

Nos últimos meses, semaglutida e tirzepatida se tornaram o assunto preferido nas conversas sobre saúde e, curiosamente, o menos falado nas consultas médicas.

O que era um tratamento para diabetes tipo 2 se transformou em símbolo de uma promessa: emagrecer rápido, sem esforço, sem dieta, sem terapia, sem processo. A promessa é tentadora e justamente por isso, perigosa, mas o ponto crítico aqui não é o que estamos usando, é como e por que estamos usando.

O apelo por uma solução imediata para um problema multifatorial revela algo mais profundo do que uma simples tentativa de perder peso, revela um mal-estar moderno: a incapacidade de lidar com o tempo, com a espera, com o processo. Vivemos em um ambiente onde o corpo é tratado como vitrine e a saúde como performance.

O uso dessas medicações explodiu de forma tão acelerada que hoje é impossível ignorar o fenômeno social que elas representam. O que antes exigia anos de reeducação alimentar, acompanhamento multiprofissional e acima de tudo paciência, agora parece caber em uma seringa semanal, mas a pressa em emagrecer tem um custo e o corpo costuma cobrar com juros.

O problema é o uso indiscriminado sem avaliação médica adequada, sem acompanhamento nutricional e, muitas vezes, sem sequer entender o que o fármaco faz no organismo. Esses medicamentos atuam retardando o esvaziamento gástrico e modulando a saciedade via sistema nervoso central, traduzindo: a pessoa sente menos fome e come menos.

Só que o corpo não segue uma matemática básica, ele não responde a comandos simples, ela é muito mais inteligente do que pensamos e sintomas como náuseas, vômitos, constipação, refluxo, tontura e até pancreatite são efeitos adversos documentados, mas frequentemente minimizados ou ignorados.

O discurso público se restringe ao número na balança, não aos marcadores clínicos. Há quem comemore perder dez quilos em um mês sem perceber que junto com o peso foram embora massa muscular, reservas energéticas e até a relação saudável com o próprio corpo.

A promessa de emagrecer sem esforço alimenta um ciclo de dependência estética e aqui mora a ironia porque a pessoa acredita estar cuidando de si, mas está apenas trocando uma forma de negligência por outra. É comum ver quem usa o medicamento como “atalho” voltar a ganhar peso após a suspensão do uso justamente porque nada mudou na base comportamental.

O cérebro ainda busca o conforto alimentar, o corpo ainda reage ao estresse com fome, e a rotina ainda é incompatível com o autocuidado. A medicação vira muleta, não ferramenta. A busca pela magreza imediata repete um velho erro com roupagem moderna: querer resultados sustentáveis com soluções instantâneas.

O que muda agora é que o remédio é de última geração, mas o pensamento ainda é do século passado. Essa lógica não é só perigosa, é anticientífica porque ignora o contexto metabólico, o histórico alimentar, a saúde mental, os marcadores laboratoriais e a capacidade do paciente de sustentar as mudanças necessárias quando o medicamento sair de cena.

O verdadeiro problema não é o uso de medicamentos, é a forma descontextualizada com que estão sendo usados. Essas drogas podem ser peças chave em protocolos bem conduzidos, especialmente em casos de obesidade resistente, síndrome metabólica e diabetes tipo 2, mas o modo como estão sendo incorporadas transforma um tratamento em espetáculo onde vemos o uso de remédios para corrigir sintomas gerados por uma sociedade que adoece de imediatismo.

Comemos rápido, dormimos pouco, nos movemos menos e ainda esperamos que a química resolva o que a biologia tenta gritar: que estilo de vida não se terceiriza.

O motivo é ainda mais preocupante, visto que a maioria das pessoas que recorre a esses medicamentos não busca saúde, mas pertencimento. Pertencer à estética do corpo enxuto, ao discurso da disciplina, à ilusão de controle, enquanto isso, hábitos continuam desorganizados, exames continuam negligenciados e o sistema de saúde continua sobrecarregado por doenças que nenhum remédio é capaz de prevenir sozinho, mas enquanto a pressa continuar valendo mais que a consistência, o remédio continuará servindo para calar sintomas, não para curar causas.

É urgente deslocar o foco da perda de peso para a ganho de consciência: sobre alimentação, sono, estresse, ciclo hormonal e microbiota. A verdadeira transformação metabólica não acontece na seringa, acontece na rotina invisível, silenciosa e difícil, mas duradoura.

(*) Nutricionista – Pós-graduada em Nutrição Estética, Esportiva e Saúde da Mulher

Paracetamol na gravidez causa autismo em crianças?

O uso de paracetamol na gravidez se tornou tema de debates por uma suposta associação com o transtorno do espectro autista (TEA) — que afeta cerca de uma em cada cem crianças no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entretanto, até o momento, não há evidências científicas sobre isso. Os estudos mostram que o autismo resulta de uma complexa interação entre genes e fatores ambientais, e não de um único fator.

Segundo o neuropediatra Antonio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe — que é o maior e mais completo pediátrico do país — esse tipo de abordagem costuma apresentar soluções simples para questões complexas. “Sugere-se que um único fator possa ser responsável pelo autismo ou que exista um tratamento milagroso capaz de resolvê-lo. Isso desvia a atenção do que realmente é eficaz: terapias, educação, inclusão e acolhimento”, salienta.

Amplamente utilizado no Brasil, o paracetamol é registrado e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O medicamento possui segurança e eficácia comprovadas quando usado de forma adequada e com orientação médica ou farmacêutica. Por isso, o mais importante é que gestantes sempre usem medicamentos sob orientação médica.

O que a ciência já descobriu sobre paracetamol e autismo?

O neuropediatra explica que estudos observacionais iniciais sugeriram que crianças expostas ao medicamento no útero poderiam ter até 1,25 vez mais risco de desenvolver autismo.

No entanto, esses resultados foram influenciados por fatores de confusão, já que o paracetamol geralmente é usado para tratar febre e infecções. Ou seja, são condições que também podem impactar o desenvolvimento neurológico.

Um estudo realizado na Suécia com 2,5 milhões de crianças não encontrou associação significativa entre o uso de paracetamol na gravidez e o risco de autismo, após ajuste para fatores ambientais e familiares.

Além dos fatores de confusão, existe o viés de recordação, em que a informação sobre exposições passadas é coletada por meio de relatos dos participantes, que podem não recordar com precisão eventos passados.

“Por exemplo, indivíduos que desenvolveram uma enfermidade podem ter uma tendência maior a exagerar ou minimizar suas exposições anteriores em comparação a indivíduos saudáveis, o que pode afetar a validade das estimativas de associação entre exposição e desfecho“, esclarece o neuropediatra.

Os diagnósticos de autismo aumentaram?

O aumento da prevalência de transtorno do espectro autista (TEA) não significa que mais crianças estão necessariamente desenvolvendo o transtorno. Segundo o especialista, uma compreensão mais profunda dos sintomas e alterações nos critérios de diagnóstico possibilitaram a identificação de casos mais leves.

“Além disso, houve um aumento na conscientização entre profissionais de saúde, instituições e a sociedade em geral. Isso resultou em uma maior busca por serviços de saúde mental e diagnósticos mais precisos e precoces”, complementa.

 O que realmente está por trás do autismo?

Pesquisas apontam que o TEA envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais. De acordo com o especialista, aproximadamente mil genes têm sido relacionados ao transtorno, mas a sua influência não ocorre de maneira isolada. Ou seja, é a interação entre esses genes que pode aumentar a suscetibilidade de um indivíduo.

“Ademais, aspectos ambientais, como a idade avançada dos pais, o uso de determinados medicamentos durante a gravidez (como o ácido valproico) e o estresse vivido durante a gestação, podem ter papel significativo no aumento da incidência de casos”, finaliza.

Fonte: Assessoria

Por que você não deve espremer espinhas e cravos

Espremer espinhas é algo tentador, principalmente quando surge aquela pontinha branca. Mas este hábito deve ser deixado de lado em qualquer circunstância. Isso porque as espinhas são repletas de bactérias e, ao espremer, o risco de infecção, marcas e cicatrizes é maior.

Também não é aconselhável espremer cravos por conta própria, pelo mesmo risco de infecção. “A unha possui bactérias e causa marcas na pele”, alerta a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ), Regina Schechtman.

Cicatrizes e manchas são mais difíceis de tratar do que a própria acne, acrescenta a dermatologista Beatriz Bottura.

O que fazer então? Produtos com agentes secativos podem acelerar a cicatrização, mas se a lesão estiver muito inflamada, o ideal é procurar um médico.

Misturas caseiras divulgadas na internet, podem queimar a pele e agravar o quadro.

Limpeza de pele é diferente de espremer espinhas

A limpeza de pele feita por um profissional qualificado é liberada pelos médicos porque utiliza técnicas apropriadas, como higienização, uso de material esterilizado, pressão controlada sobre as lesões e aplicação de antissépticos, após o procedimento.

⚠️ Nem toda acne, no entanto, deve ser extraída durante a limpeza. Lesões muito inflamadas exigem outros tratamentos prévios, alerta Bottura.

“Na limpeza de pele, profissionais treinados executam o que chamamos de cirurgia da acne ou extração dos comedões (cravos). Eles possuem a técnica adequada, responsável por evitar o acúmulo de material queratinizado (sebo) dentro dos poros. Isso reduz muito o risco de infecção”, explica Schechtman.

Mas, se o paciente não resistir e acabar espremendo uma espinha, é essencial limpar bem a região e aplicar protetor solar para não piorar o aspecto da mancha.

Espremer espinhas pode levar até à meningite?

Em casos raríssimos, espremer espinhas pode levar à meningite, porque existe a possibilidade de bactérias caírem na corrente sanguínea. Esse risco é maior em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.

“A anatomia venosa da face tem comunicação com vasos intracranianos. Infecções profundas nessa região podem, em casos excepcionais, evoluir para complicações como trombose do seio cavernoso ou disseminação intracraniana”, alerta Bottura.

Schechtman acrescenta que já atendeu diversos casos de celulite da face. “Esse problema pode ser grave e exige internação para antibiótico venoso. Há situações que podem levar a sequelas e até à morte por infecção generalizada”, explica.

Também há registros de micobacteriose na face e abscessos por estafilococos (bactéria que habita a pele).

Fonte: Portal G1

Dourados lidera ranking nacional de inserção de DIU pelo SUS nas unidades de saúde

Dourados conquistou um resultado expressivo no cenário da saúde pública brasileira. De acordo com levantamento do Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (SISAB), o município foi a nona cidade do país em número absoluto de inserções de Dispositivos Intrauterinos (DIU) entre janeiro e julho deste ano. No entanto, quando considerada a proporção de inserções em relação ao total de mulheres em idade fértil, Dourados ocupa a primeira posição no Brasil.

No período analisado, foram contabilizadas 516 inserções de DIU, o que corresponde a uma cobertura de 0,74% das 69.144 mulheres em idade fértil do município. Esse índice coloca a cidade à frente de grandes capitais, como Rio de Janeiro, que registrou 0,52% de cobertura, Brasília, com 0,47%, e Florianópolis, com 0,37%. O resultado reflete o investimento que as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde vêm aplicando em políticas públicas de planejamento reprodutivo e acesso a métodos contraceptivos de alta eficácia.

Para a gerente da Rede Alyne – estratégia nacional do Ministério da Saúde focada em qualificar a atenção à saúde materna e infantil, Mariana Faria, o protagonismo da enfermagem é um dos diferenciais dessa conquista. Segundo ela, 79% das inserções de DIU realizadas na Atenção Primária em Dourados foram feitas por enfermeiros, o que demonstra a qualificação da equipe e o compromisso em ampliar o acesso das mulheres ao planejamento familiar.

O planejamento reprodutivo é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos investimentos mais custo-efetivos que um país pode realizar. Além disso, a prática proporciona benefícios diretos para a vida das mulheres, permitindo decisões conscientes sobre maternidade, ampliando o intervalo entre gestações, reduzindo gravidezes não planejadas e abortamentos, além de impactar positivamente nos índices de evasão escolar e nas taxas de mortalidade materna e infantil.

Em Dourados, a Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza a inserção de DIU hormonal, não hormonal e o implante subdérmico de etonogestrel em 17 Unidades Básicas de Saúde e no Centro de Atendimento à Mulher (CAM). As mulheres interessadas em realizar o procedimento devem procurar a unidade de referência e agendar uma consulta com médico ou enfermeiro para avaliação.

O DIU é considerado um método contraceptivo reversível, de longa duração e com alta eficácia, sendo amplamente recomendado como uma estratégia de prevenção de gestações não planejadas, inclusive na adolescência. A posição de liderança conquistada por Dourados no ranking nacional reforça o compromisso da gestão municipal em garantir o direito ao planejamento reprodutivo e em ampliar o acesso das mulheres a serviços de saúde de qualidade.

Fonte: Assecom

Você vive gripando? Talvez seu sistema imunológico esteja pedindo ajuda

Gripes recorrentes, resfriados que parecem não ter fim e infecções frequentes podem ser sinais de que o corpo está em alerta. De acordo com o Dr. Carlos Alberto Reyes Medina, Diretor Médico da Carnot Laboratórios, o enfraquecimento do sistema imunológico pode estar por trás desses episódios, e merece atenção.

Segundo o National Institute for Health and Care Excellence (NICE), adultos têm, em média, de 2 a 4 resfriados por ano, principalmente durante os períodos mais frios. Crianças, especialmente aquelas em idade escolar, podem apresentar de 6 a 10 episódios anuais .

“É comum que as pessoas acreditem que gripar muitas vezes no ano seja normal, mas quando isso acontece com frequência, pode ser um indicativo de que as defesas naturais do organismo não estão funcionando como deveriam”, explica o médico.

Entre os principais fatores que contribuem para a baixa imunidade, o especialista destaca má alimentação, estresse, falta de sono, uso indiscriminado de medicamentos e doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Além disso, a mudança de estações, especialmente no inverno, costuma sobrecarregar o sistema imunológico.

O Dr. Carlos alerta ainda para os riscos de negligenciar esse quadro.

“Quando a imunidade está baixa, o corpo não consegue reagir adequadamente a vírus e bactérias, aumentando não apenas a frequência das infecções, mas também a intensidade e o tempo de recuperação”, ressalta.

Para fortalecer as defesas naturais do organismo, o médico recomenda investir em hábitos saudáveis. Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e proteínas de qualidade, é fundamental para fornecer vitaminas e minerais essenciais.

Praticar exercícios físicos, manter uma boa rotina de sono e controlar o estresse também são atitudes que ajudam a reforçar a imunidade.

Outro ponto importante é o uso responsável de medicamentos. “O autotratamento é perigoso, porque pode mascarar sintomas e até agravar a fragilidade do sistema imunológico. Sempre que os episódios de gripe forem frequentes, é essencial procurar um médico para investigar as causas e indicar a melhor conduta”, orienta o Dr. Carlos.

A mensagem, segundo o especialista, é clara: viver gripando não deve ser encarado como normal. Com atenção aos sinais do corpo e acompanhamento médico adequado, é possível identificar desequilíbrios e recuperar a força do sistema imunológico, garantindo mais qualidade de vida e proteção contra doenças.

Fonte: Assessoria

O que acontece com seu corpo quando você dorme mal por 1 semana

Sabe aquele ditado popular “nada como uma noite bem dormida”? Ele não é à toa. Uma boa noite de sono é tão essencial para a nossa saúde e bem-estar quanto qualquer outro hábito saudável.

Segundo os especialistas , enquanto dormimos, o nosso corpo trabalha para manter o cérebro e o restante do corpo funcionando. Por isso, dormir mal, a longo prazo, pode causar impactos significativos.

Segundo o médico neurologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Brainer, enquanto dormimos, o cérebro diminui a pressão arterial e ativa o sistema glinfático, responsável pela limpeza de substâncias tóxicas do organismo. No entanto, quando dormimos mal, isso não acontece.

“O nosso cérebro não só não consegue fazer a limpeza dessas substâncias que são nocivas e que, em contato persistente com o neurônio, estressam o funcionamento. Portanto, não permite que o neurônio funcione da forma adequada, deixando o raciocínio mais lento. Literalmente, você perde neurônios, diminui as conexões sinápticas e a velocidade de processamento. O que deixa o indivíduo lento, com dificuldade de interpretação do que está acontecendo”, explica Brainer. 

Além do cansaço, da sonolência e da deterioração das funções cerebrais, há também um prejuízo de humor, dando mais chances de irritabilidade e depressão. De acordo com Luciana Palombini, pneumologista e pesquisadora do Instituto do Sono, os impactos são diferentes conforme a idade.

“Hoje, sabemos que existe um perfil individual para os efeitos do sono inadequado em diferentes pessoas, independentemente da idade. Agora, uma das coisas que acontece naturalmente com o aumento da idade é um prejuízo nos dois ciclos. Ou seja, existe uma maior chance de despertares noturnos e, durante o dia, uma maior chance de cochilos. Então, na faixa etária dos idosos, fica mais importante manter os hábitos de sono adequados porque existe uma maior tendência para essa desregulação”, diz a especialista.

Quais sinais o corpo dá quando o sono está ruim?

“O sono inadequado, os distúrbios de sono e a falta de sono impactam a saúde como um todo. […] Quando a pessoa não dorme de maneira adequada, muitas vezes, ela não se dá conta inicialmente. Essas queixas que falei, de sonolência, irritabilidade, de prejuízo de concentração e de memória, isso pode ir aumentando conforme a pessoa fica mais tempo com o sono inadequado”, afirma Palombini.

Como recuperar o sono?

A resposta, segundo João Brainer, é direta: o paciente deve procurar, primeiramente, dormir. O próximo passo é buscar regularizar o sono.

“Não adianta simplesmente [deixar de] dormir fora do horário habitual que o paciente costuma dormir. O ideal é que o paciente tenha uma rotina de sono para que ele comece a dormir bem”, destaca. 

“Por exemplo, a diminuição da exposição a telas antes do período para dormir porque isso pode perturbar a forma como você vai dormir. Não adianta ter horas de sono, tem que ser horas bem produtivas de sono. Ter um ambiente confortável, em termos de temperatura e luminosidade. O ideal é dormir num breu completo. […] Que o paciente acorde e, de fato, tenha a sensação de que ele conseguiu descansar e que o cérebro dele vai ficar mais produtivo dali para frente”, pontua.

Fonte: Portal Terra

Entenda os riscos diante ao quadro de soluços apresentado por Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve deixar a prisão domiciliar neste sábado, 16, para realizar exames médicos após refluxo e soluços. Mas em quais ocasiões a contração involuntária e repetitiva do diafragma pode representar um risco à saúde?

Caracterizado pelo som “hic”, que acontece devido ao fechamento rápido da glote [abertura entre as cordas vocais], o fenômeno é comum e, geralmente, inofensivo. Costuma desaparecer sozinho em alguns minutos ou horas. Mas a frequência e o tempo dos sintomas são sinais importantes de alerta.

“O soluço persistente (crônico), que seria um soluço que dura mais de 48h, não traz nenhum risco iminente, mas é um quadro que deve ser investigado, pois pode ser um sintoma de uma condição de saúde mais grave (doenças neurodegenerativas, doenças gastrointestinais, câncer, etc)”, explicou Miller Barreto, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Além disso, é importante estar atento à frequência com a qual esses soluços acontecem. Isso porque crises frequentes, mesmo aquelas mais curtas, podem indicar problemas como refluxo gastroesofágico.

Veja outros sintomas, acompanhados do soluço, que podem representar problemas mais sérios: Dificuldade de respirar; Dor no peito; Febre; Perda de peso inexplicável e vômitos frequentes.

Barreto acrescenta a existência de outros riscos inerentes ao soluço, que são mais persistentes: “dificuldade para se alimentar, que, em casos mais graves, pode levar à perda de peso e desnutrição, ocorrência de refluxo (com inflamação do esôfago) e dificuldade para dormir, podendo levar a quadros de cansaço e fadiga crônica”.

O que fazer em casos de soluço

Em casos de soluços persistentes, que ultrapassem 48 horas de duração, é importante procurar atendimento médico para investigar o que está causando os sintomas e iniciar um tratamento adequado.

Mas, se o soluço for acompanhado de outros sintomas, como dor no peito, é necessário buscar ajuda médica o mais rápido possível.

O tipo de especialista a procurar, segundo Barreto, vai depender dos sintomas apresentados pelo paciente. Por exemplo, alguém que apresente sintomas como soluço e refluxo deve procurar um gastroenterologista ou um gastrocirurgião. Já pacientes com quadro de soluço e alteração neurológica devem procurar um neurologista.

No caso de Bolsonaro, vale lembrar que o ex-presidente passou por uma cirurgia no intestino em abril deste ano –a sétima desde a facada que sofreu nas eleições de 2018. A perfuração atingiu a região do abdômen, causando três lesões no intestino delgado e uma no intestino grosso.

Fonte: Portal Terra

MS adota aplicação da ‘dose zero’ contra sarampo para reforçar proteção em bebês

Mato Grosso do Sul vai implementar a aplicação da chamada dose zero contra o sarampo para crianças de 6 a 11 meses e 29 dias, seguindo recomendação do Ministério da Saúde. A medida preventiva se soma às ações já em curso no Estado, que mantém bloqueios vacinais e vigilância ativa para evitar a reintrodução do vírus.

De acordo com a Nota Técnica nº 49/2025-DPNI/SVSA/MS, a dose zero não substitui as vacinas previstas no calendário de rotina – aos 12 e 15 meses – e não é contabilizada para fins de cobertura vacinal, funcionando como uma proteção adicional. A aplicação será adotada em todos os municípios de Mato Grosso do Sul, considerados área de maior vulnerabilidade para circulação do vírus, especialmente por conta da fronteira internacional.

O documento também orienta que a imunização deve ser intensificada não apenas entre as crianças, mas também com atualização do esquema vacinal de adolescentes, jovens e adultos, com atenção especial a pessoas oriundas de outros países. Além disso, traz recomendações específicas para vacinação de pessoas com APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca), que devem receber versões da vacina sem o componente alergênico.

“A inclusão da dose zero é uma estratégia fundamental para criar uma barreira imunológica antes mesmo da idade prevista no calendário de rotina. Isso nos dá mais segurança para proteger bebês que estão em fase de maior vulnerabilidade, especialmente em um cenário de risco aumentado pela proximidade com áreas onde há circulação do vírus”, explica Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES.

Desde os primeiros casos confirmados na Bolívia neste ano e o risco real de reintrodução do vírus, o Governo do Estado, por intermédio da SES, intensificou as ações de bloqueio, com foco nas regiões de Corumbá e Ladário. Nessas localidades, estão sendo realizadas campanhas de vacinação, bloqueio vacinal, busca ativa de sintomáticos e ações educativas, em parceria com o Ministério da Saúde e secretarias municipais.

Fonte: Portal do MS

 

Sono saudável depende mais da qualidade do que da quantidade

“Oito horas diárias de sono”: um mantra repetido por décadas e que agora é colocado em xeque. Desafiando crenças arraigadas sobre o descanso, novas pesquisas sugerem que a qualidade do sono, e não a quantidade de horas dormidas, pode desempenhar um papel mais importante na saúde.

A descoberta vem de um amplo estudo internacional publicado na revista científica Health Data Science, no qual cientistas da Universidade de Pequim e da Universidade Médica do Exército Chinês monitoraram os padrões de sono de 88.461 adultos por quase sete anos usando sofisticados sensores acoplados ao corpo dos participantes.

Regularidade, a chave para um sono saudável

A análise, que contou com dados do repositório de pesquisa Biobank do Reino Unido, examinou seis elementos-chave do sono (duração, início, ritmo, intensidade, eficiência e despertares noturnos), concluiu que, embora a duração adequada do sono continue sendo vital para a nossa saúde, a regularidade do sono – manter horários consistentes para dormir e acordar – tem um impacto mais decisivo na saúde do que as horas gastas para dormir.

Essa revelação sugere que ritmos previsíveis podem ser muito mais benéficos para o bem-estar do que a ciência havia considerado até então.

O estudo identificou ainda uma relação clara entre padrões de sono irregulares e um risco maior de desenvolver até 172 doenças. Curiosamente, ritmos irregulares de sono/vigília foram associados a quase metade dessas doenças, triplicando o número de condições relacionadas à duração do sono ou ao horário exato em que os participantes foram para a cama, conforme relatado pela plataforma online Science Alert.

Riscos associados a padrões irregulares de sono

Entre as descobertas de destaque está o fato de que dormir regularmente após às 00h30 aumenta o risco de cirrose hepática em 2,57 vezes em comparação com aqueles que vão para a cama antes das 23h30. Além disso, a baixa estabilidade nos ciclos diários de sono/vigília aumenta o risco de gangrena em até 2,6 vezes, conforme indicado no artigo original na Health Data Science.

O estudo também aponta riscos significativos associados a padrões irregulares de sono, incluindo um risco 2,8 vezes maior de desenvolver a Doença de Parkinson e uma chance 60% maior de desenvolver diabetes tipo 2, de acordo com resultados destacados pela Science Alert.

Outras doenças associadas a esses padrões irregulares incluem hipertensão primária, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), insuficiência renal aguda e depressão.

Desconstruindo mitos sobre sono excessivo

A pesquisa também desafia um dos mitos mais difundidos sobre o sono: o de que dormir demais (9 horas ou mais) é prejudicial à saúde. Dados objetivos coletados por meio de dispositivos conectados ao corpo revelaram que esse hábito apresenta associação significativa apenas com uma única doença.

A origem desse mal-entendido parece estar em uma estatística reveladora: 21,67% dos participantes que relataram dormir mais de nove horas, na verdade, dormiram menos de seis.

Portanto, o verdadeiro problema não estava no sono excessivo, mas na percepção equivocada de se estar dormindo quando, na realidade, não estavam tendo um descanso eficaz. Essa discrepância, observam os autores, provavelmente distorceu as conclusões de estudos anteriores baseados apenas em pesquisas subjetivas.

“Nossas descobertas ressaltam a importância frequentemente negligenciada da regularidade do sono”, disse o epidemiologista Shengfeng Wang, principal autor do estudo. “É hora de ampliar nossa definição de sono de qualidade para além da mera duração”, acrescentou.

Os cientistas também confirmaram a relevância dessas associações em uma amostra dos EUA, o banco de dados NHANES, reforçando a validade das descobertas em diferentes contextos culturais e sanitários.

Mas por que o sono irregular tem um impacto tão profundo? Embora os mecanismos ainda não estejam totalmente esclarecidos, pesquisadores apontam as vias inflamatórias do corpo como uma possível ligação biológica. O próximo passo será explorar se intervenções específicas para o sono — como programas para melhorar sua regularidade — podem reduzir efetivamente os riscos de doenças a longo prazo.

Fonte: Portal G1

Fiocruz fecha acordo para produzir canetas emagrecedoras

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), anunciou um acordo com a farmacêutica EMS para a fabricação de versões próprias da liraglutida, princípio ativo do Saxenda, e da semaglutida, ingrediente do Ozempic e do Wegovy.

Os fármacos, indicados para tratar diabetes tipo 2 e obesidade, foram desenvolvidos pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk. No entanto, a patente da semaglutida já chegou ao fim, e a da semaglutida termina no ano que vem.

Os acordos assinados estabelecem a transferência da tecnologia usada para a síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do medicamento final dos remédios para Farmanguinhos pela EMS. Até que toda a tecnologia de produção seja transferida para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro, a produção será realizada na fábrica da EMS em Hortolândia, São Paulo.

Em nota, a diretora de Farmanguinhos, Silvia Santos, diz que “a liraglutida e a semaglutida inauguram a estratégia da Fiocruz de se preparar também para a produção de medicamentos injetáveis, com a possibilidade de incorporação de uma nova forma farmacêutica”, e que o acordo “é mais uma ação para fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde”.

A parceria foi anunciada durante a terceira edição do Fórum Saúde, realizado em parceria entre o think tank, Esfera Brasil e a EMS. O evento aconteceu em Brasília nesta semana. Além de Silvia, a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz, o presidente da EMS, Carlos Sanchez, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estiveram presentes.

Assim como em outras ocasiões, Padilha reforçou que, se comprovado um custo-benefício, as canetas emagrecedoras, como ficaram conhecidos os medicamentos, poderão ser incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A produção numa instituição pública, como a Fiocruz, facilita o processo por viabilizar custos menores para o governo.

Em publicação no Instagram após o evento, o ministro descreveu a medida como “um grande acordo” e anunciou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também vai fazer um chamado público para que “outras empresas que tenham produtos como esses possam correr para fazer registros”. O objetivo é acelerar a aprovação de novas canetas e “termos mais concorrência e produção nacional no país”.

A liraglutida e a semaglutida fazem parte da classe de medicamentos chamada de análogos de GLP-1, que simulam o hormônio GLP-1 no corpo humano. No pâncreas, essa interação estimula a produção de insulina, por isso o uso para diabetes. No estômago e no cérebro, os remédios reduzem a velocidade da digestão e ativam a sensação de saciedade, levando a uma menor ingestão de comida e à consequente perda de peso.

A liraglutida, presente no Saxenda, para obesidade, e no Victoza, para diabetes, foram os primeiros aprovados no Brasil. Em relação ao emagrecimento, o remédio foi considerado uma revolução ao levar a uma redução de, em média, 8% no número da balança após 56 semanas nos estudos. Fármacos anteriores não tinham uma eficácia tão relevante e causavam muitos efeitos colaterais.

Alguns anos depois, a Anvisa aprovou a semaglutida, do Wegovy, para obesidade, e do Ozempic, para diabetes. A molécula também foi desenvolvida pela Novo Nordisk, mas levou a uma perda de peso de peso significativamente maior (17,4% após 68 semanas) e demanda apenas uma injeção semanal, contra a diária no caso da liraglutida.

Em março deste ano, a patente da liraglutida chegou ao fim no Brasil, abrindo o caminho para que outras farmacêuticas começassem a vender versões genéricas e similares do Saxenda. É o caso do Olire, a primeira caneta emagrecedora nacional, lançada  nesta semana no mercado brasileiro pela EMS.

A partir de março do ano que vem, porém, a patente da semaglutida também chegará ao fim. Por isso, laboratórios como a EMS, e agora a Fiocruz, já se movimentam para trazer versões genéricas e similares do Wegovy e Ozempic ao país. A Novo Nordisk tenta estender a patente na Justiça, mas perdeu na primeira e na segunda instância. O caso está agora no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Fonte: Folha de Pernambuco

Por que o câncer colorretal cresceu muito entre pessoas mais jovens

“Assustador”. “Preocupante”. “Problema global”. “Alerta mundial”. Esses foram alguns dos termos usados por médicos entrevistados pela BBC News Brasil para descrever o crescimento dos casos de câncer colorretal na população mais jovem, com menos de 50 anos.

No domingo (20), a cantora e apresentadora Preta Gil morreu aos 50 anos após complicações de câncer colorretal. No caso dela, o tumor foi descoberto em janeiro de 2023, quando tinha 48 anos.

Esse tipo de câncer, que afeta o intestino grosso (o cólon) e o reto, está entre os mais impactantes na saúde e na qualidade de vida. E, nas últimas décadas, uma tendência estranha chamou a atenção dos especialistas.

Em várias partes do mundo, os casos de câncer colorretal permaneceram relativamente estáveis entre os mais velhos — que proporcionalmente continuam a representar a maioria dos acometidos pela enfermidade.

No entanto, as taxas de casos desse tumor começaram a subir com rapidez entre indivíduos com menos de 50 anos.

“Se você comparar os números atuais com a taxa que tínhamos há 30 anos, alguns trabalhos chegam a apontar um aumento de 70% na incidência de câncer colorretal em pacientes jovens”, resume o oncologista clínico Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or.

Essa diferença nas estatísticas já provocou algumas mudanças de saúde pública: nos Estados Unidos, um dos primeiros países a detectar o fenômeno, a idade mínima para a realização de exames preventivos que flagram o tumor colorretal precocemente (sobre os quais falaremos adiante) caiu de 50 para 45 anos.

No Brasil, alguns dados preliminares obtidos pela reportagem também apontam para um crescimento da doença numa idade precoce.

O que explica o fenômeno?

Para o oncologista Samuel Aguiar Jr., líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo, os dados representam um “alerta mundial”.

“Vemos essa realidade no nosso dia a dia, e é assustador. Já virou normal ver pessoas jovens, de 35 ou 40 anos, chegarem no consultório com o diagnóstico desse tumor”, relata ele.

“Esse cenário preocupa, pois o impacto do câncer colorretal numa pessoa jovem é muito grande”, concorda Jácome, que também é membro do Comitê de Tumores Gastrointestinais Baixos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc).

“Falamos de indivíduos que estão na idade de se estabilizar no emprego, de casar, de ter o primeiro filho… Ou seja, há uma série de sonhos que ainda não foram realizados.”.

Mas, afinal, o que explica esse cenário? Por que os tumores colorretais estão subindo tanto entre jovens, a ponto de chamar a atenção de especialistas do mundo todo?

“Existem algumas hipóteses e teorias, mas nenhuma delas foi confirmada até o momento”, responde Hoff.

“A primeira delas está relacionada à mudança dramática que ocorreu nas últimas décadas, em que nós saímos de uma civilização agrária e rural para uma sociedade predominantemente urbana. Isso alterou vários aspectos da vida, com o avanço de uma dieta baseada em produtos ultraprocessados, com menor presença de alimentos naturais, e mais sedentarismo”, contextualiza o médico.

“Se essa hipótese se confirmar, estamos diante de um quadro alarmante, uma vez que os produtos industrializados se tornaram a base da alimentação moderna, inclusive da merenda escolar das crianças”, comenta Aguiar Jr.
Sabe-se que o sobrepeso e a obesidade são fatores que estão relacionados a esse tumor — e os quilos extras são um problema que afeta cada vez mais pessoas.

Além dos aspectos que envolvem o estilo de vida, os pesquisadores também levantam outras suspeitas.

“Também não podemos descartar o impacto de algumas práticas, como o uso indiscriminado de antibióticos, seja diretamente para tratar as pessoas ou na produção pecuária, em aves e bovinos”, destaca Jácome.

Preta lutava contra quatro tumores diagnosticados no ano passado, em dois linfonodos, no peritônio (com metástase) e na ureter (Foto: Divulgação)

O QUE FAZER?

Como mencionado no início da reportagem, as mudanças nas estatísticas sobre o câncer colorretal nos EUA modificaram os programas de detecção precoce no país.

A partir de 2021, as autoridades americanas passaram a indicar a realização de exames preventivos para todo mundo com mais de 45 anos — antes, esses testes eram preconizados apenas para quem estivesse acima dos 50.

No Brasil, não existe nenhum esquema público de rastreamento do câncer colorretal (como a mamografia para o câncer de mama ou o papanicolau para o câncer de útero), mas o Inca está debatendo um programa específico para essa doença, que deve ser lançado nos próximos meses.

“Eu sei que essas discussões estão ocorrendo, porque temos notado um aumento na incidência e uma necessidade de rastreamento”, diz Cancela.
No caso específico desse tumor, existem dois testes principais que podem ser utilizados: o exame de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia.

Como o próprio nome indica, a primeira opção investiga se há sangue no cocô de um indivíduo. Embora a presença do líquido vermelho ali não seja um sinal direto de câncer (pode ser um indicativo de uma úlcera mais simples, por exemplo), ela levanta um sinal amarelo para uma investigação mais aprofundada.

Já a colonoscopia envolve inserir pelo ânus uma cânula com câmera na ponta. Essa abordagem permite que o especialista visualize em tempo real o interior do intestino e detecte algo de anormal nas paredes desse órgão.

Durante esse procedimento, também é possível remover pólipos, lesões que podem se desenvolver e virar um câncer no futuro.

Mas qual dos testes é melhor?

Depende do ponto de vista.

“A colonoscopia é o exame padrão ouro, porque tem uma sensibilidade maior, ou seja, uma capacidade superior de detectar as lesões com acurácia”, aponta Jácome.

“Além disso, ela já é capaz de remover na mesma hora algumas dessas lesões”, complementa ele.

Mas existem alguns problemas aqui, como a baixa disponibilidade de equipamentos e profissionais capazes de fazer esse procedimento. Além disso, precisamos levar em conta que esse teste exige toda uma preparação, o indivíduo fica sedado por algumas horas e perde um dia de trabalho.

“É praticamente impossível para qualquer país do mundo implantar um programa de rastreamento do câncer colorretal baseado apenas na colonoscopia”, defende Hoff.

“O exame de sangue oculto nas fezes é baratíssimo, fácil de fazer e, se realizado uma vez ao ano, consegue detectar sinais precoces da doença, como sangramentos”, lista o oncologista.

“Mesmo nos grandes programas de rastreamento populacional da Europa, que oferecem gratuitamente a colonoscopia, a adesão das pessoas é baixíssima. Menos de 20% da população realiza esse exame com periodicidade”, calcula Aguiar Jr.

Seguindo essa linha de raciocínio, o que os especialistas propõem é basicamente um esquema de funil: o exame de sangue oculto nas fezes deveria ser indicado a todo mundo com mais de 45 anos, como uma espécie de triagem.

Aqueles que não apresentarem nenhuma alteração, estão liberados e voltam para um novo check-up daqui a um ano. Já os indivíduos que tiverem a presença de sangue no cocô devem ser encaminhados para uma avaliação mais aprofundada, com a colonoscopia.

Fonte: Portal G1

Menos de 24% do público-alvo faz mamografias no Brasil, aponta estudo

Apenas 23,7% da população-alvo realiza mamografias no Brasil, segundo levantamento do Instituto Natura em parceria com o Observatório de Oncologia do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. O índice está muito abaixo dos 70% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres brasileiras — excluindo o câncer de pele não melanoma —, com 73.610 novos casos estimados anualmente. A principal forma de salvar vidas é por meio da detecção precoce, viabilizada pelos exames de rastreamento, mas essa realidade ainda está distante de grande parte da população.

A OMS recomenda a realização de mamografias a cada dois anos entre mulheres de 50 a 69 anos, com uma taxa mínima de cobertura de 70%. No entanto, o Brasil ainda não alcançou nem um quarto desse percentual.

➡️ Em nota, o Ministério da Saúde informou que é assegurado a todas as mulheres o acesso a exames como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Disse também que, “em 2024, foram realizadas 4.307.786 mamografias pelo SUS e que mais de 9 mil mamógrafos estão em operação na rede pública e privada, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)”. Leia a nota completa mais abaixo.

Confira outros destaques do estudo:

  • 41,7% das mamografias de rastreamento (feitas quando ainda não há sintomas) realizadas no SUS foram feitas por mulheres pretas e pardas entre 2023 e 2024.
  • 44% das mulheres pretas e pardas e 36% das brancas tiveram diagnóstico tardio.
  • O tempo médio para início de tratamento no Brasil ultrapassa em 158 dias o prazo estipulado por lei – que é de 60 dias.

Confira o percentual de exames realizados por:

  • Mulheres amarelas: 11,5%
  • Mulheres indígenas: apenas 0,1% realizou o exame no biênio de 2023-2024
  • Mulheres brancas: 46,8%

Cobertura por região e estado

O Sul lidera em cobertura mamográfica, com os seguintes percentuais ao longo dos anos:

  • 2015-2016: 31,3%
  • 2017-2018: 30,5%
  • 2019-2020: 22,9%
  • 2021-2022: 24,3%
  • 2023-2024: 27,2%

Os estados com os melhores índices em 2023 foram:

  • Bahia: 33%
  • Piauí: 32,6%
  • São Paulo: 29,9%

Já as menores coberturas foram observadas em:

  • Roraima: 3,3%
  • Tocantins: 6,4%

As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os piores desempenhos entre mulheres de 50 a 69 anos, com 11,9% e 15,3%, respectivamente.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informa em nota que:

“O Ministério da Saúde assegura a todas as mulheres o acesso a exames para diagnóstico do câncer de mama, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Em 2024, foram realizadas 4.307.786 mamografias em todo o país pelo SUS. Atualmente, mais de 9 mil mamógrafos estão em funcionamento na rede pública e privada, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Desde 2023, a pasta ampliou em 48% os recursos destinados à assistência oncológica no SUS, com foco na expansão da oferta de serviços e na qualificação do atendimento.

Fonte: Assessoria

Meningite: Atualização no esquema vacinal amplia proteção contra a doença

O Brasil já registrou mais de 4.400 casos de meningite em 2025, segundo dados do Ministério da Saúde. Diante do avanço da doença e da circulação dos diferentes sorogrupos da bactéria meningococo (Neisseria meningitidis), o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou, desde a última terça-feira, dia 1.º, a vacina meningocócica ACWY como dose de reforço para crianças de 12 meses.

A atualização acompanha as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, que busca o controle global das meningites meningocócicas até 2030.
A meningite é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal — e pode ser causada principalmente por vírus e bactérias. A infecção meningocócica, causada por bactérias, é uma das mais graves e de rápida progressão, principalmente em crianças menores de 5 anos.

Sinais e sintomas

Os sinais clínicos da doença variam conforme sua apresentação. “Na meningite meningocócica, os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça intensa e vômito. Já na doença meningococcemia, a criança apresenta febre associada a sinais de choque, como manchas vermelhas ou roxas na pele, conhecidas como petéquias — que indicam pequenos sangramentos. Há ainda casos em que a criança desenvolve simultaneamente os dois quadros, o que agrava ainda mais o estado clínico”, explica o infectologista Victor Horácio de Souza.

Segundo o especialista, a doença pode causar complicações graves, como convulsões, insuficiência renal e lesões de pele com risco de infecção secundária. “É uma doença de alta mortalidade, por isso a vacinação é tão essencial”, reforça.

Novo esquema vacinal amplia cobertura contra a meningite

A vacina ACWY era aplicada pelo Sistema Único de Saúde apenas em adolescentes com idades entre 11 e 14 anos. Agora, crianças de 12 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias que ainda não tenham tomado o reforço ou que estejam com o calendário vacinal atrasado também vão receber. Com a nova diretriz do Ministério da Saúde, o esquema vacinal contra a meningite passa a ser:

  • Primeira dose da vacina meningocócica C aos 3 meses;
  • Segunda dose aos 5 meses;
  • Reforço com a vacina meningocócica ACWY aos 12 meses.

“A inclusão da vacina ACWY no calendário nacional amplia significativamente a proteção das crianças. Antes, vacinávamos apenas contra o meningococo tipo C. Agora, passamos a proteger também contra os tipos A, W e Y. Também é importante destacar que a vacina é segura e bem tolerada”, destaca a pediatra Heloísa Giamberardino, do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe.
A especialista também alerta para a gravidade e velocidade de evolução da doença. “A meningite meningocócica é uma infecção que evolui de forma muito rápida, levando a quadros de choque e necessidade de tratamento em UTI. Por isso, manter o calendário vacinal em dia é essencial, especialmente no outono e inverno, quando a circulação do meningococo é maior”, ressalta.
Os pais ou responsáveis devem procurar a unidade de saúde mais próxima para verificar a situação vacinal e garantir a proteção de meninos e meninas.

Fonte: Assessoria