Quatro pessoas morraram e outras 44 ficaram feridas durante as manifestações que tomaram ruas de diversas cidades da Venezuela desde segunda-feira (29), segundo ONGs que atuam no país.
Os manifestantes protestam contra o resultado que indicou vitória do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, após uma eleição tensa no fim de semana, em meio a apelos da oposição e da comunidade internacional para que as contagens completas dos votos sejam divulgadas.
Segundo a ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, que monitora a crise hospitalar e centros de saúde da Venezuela, uma das mortes ocorreu em Caracas e as outras duas, em Aragua, no centro do país.
Multidões foram às ruas do país e, em várias áreas, as manifestações foram dispersadas pelas forças de segurança. Uma morte foi relatada na região de Yaracuy, no noroeste do país, segundo a ONG Foro Penal, especializada na defesa de presos políticos.
O diretor da organização também informou que 46 pessoas foram detidas pelas autoridades, segundo a agência de notícias AFP.

Enquanto isso, os governos dos EUA e de outros países questionam os resultados oficiais que mostraram a vitória de Maduro sobre o candidato da oposição, Edmundo González. Em uma mensagem nas redes sociais, González prestou solidariedade “ao povo diante de sua justificada indignação”.
“Lamentavelmente, nas últimas horas temos notócias de pessoas falecidas, dezenas de feridos e detidos. Instamos as forças de segurança a respeitar a vontade popular expressa em 28 de julho e deter a repressão de manifestações pacíficas.
A cerca de quatro quarteirões do Palácio Miraflores, a sede do governo, em Caras, homens mascarados, vestidos à paisana e armados, bloquearam o caminho de um grupo de manifestantes, incluindo mulheres e homens, que, a cerca de 200 metros de distância, gritavam “liberdade , liberdade “, e “vai cair, vai cair, este governo vai cair”, segundo testemunhas da Reuters.
Manifestações semelhantes foram realizadas no centro, leste e oeste de Caracas.
Em Coro, capital do Estado de Falcón, no noroeste, os manifestantes derrubaram uma estátua que representava o ex-presidente e mentor de Maduro, Hugo Chávez (1954-2013). Já na cidade de Maracay, há relatos de uso de gás lacrimogêneo pelas forças de segurança contra participantes de um ato.
A autoridade eleitoral nacional disse, pouco depois da meia-noite de segunda, que Maduro conquistou um terceiro mandato com 51% dos votos.

Os manifestantes também queimaram cartazes de campanha com o rosto de Maduro. Eles levavam bandeiras, panelas e instrumentos de percussão para acompanhar os gritos de protesto.