A dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano recebeu a equipe de reportagem em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, um dia antes da apresentação que marcaria a volta aos palcos.
Eles fizeram uma pausa de três meses para Zé Neto tratar a depressão e a síndrome do pânico.
Em entrevista ao Fantástico, Zé Neto falou sobre o uso de cigarro eletrônico e como tentava driblar os sintomas do adoecimento emocional. “Só me arrependo até hoje de ter fumado. O cigarro foi uma das piores coisas que aconteceu comigo. Acho até que foi o grande culpado da minha depressão ter piorado porque atacou exatamente na coisa que eu mais amo fazer. Eu não conseguia cantar, não conseguia respirar, então comecei a ficar com medo de cantar.”
TRAJETÓRIA
A parceria profissional dos amigos de infância Zé Neto e Irineu começou em 2011. Daí, viraram a dupla Zé Neto e Cristiano.
“No final de 2013, a gente saiu de casa para Goiânia. Um salário de R$ 2 mil. Pagava R$ 1,5 mil de aluguel e sobrava para comer, fazer as coisas”, relembra Cristiano.
O sucesso chegou cinco anos depois, com a gravação do primeiro DVD. Adupla chegou a fazer 34 shows em um mês. O ritmo pesou, principalmente para Zé Neto. “Eu estava saturado porque eu já não estava mais entregando o que a dupla se propõe a entregar”, diz.
A situação fez Cristiano pensar em parar de vez. “Fiz uma reunião com ele, com os empresários e falei: ‘Eu vou parar, mas por ele’. Aí, ele [Zé] virou para mim e falou: ‘Minha vida já está difícil. Já estou com um monte de problema. Se você parar o Zé Neto e Cristiano, que é a única coisa que me mantém vivo, você vai parar, vai acabar comigo”, relembra Cristiano.
VIROU TEMPESTADE
Natália Toscano, esposa de Zé Neto, lembra que certo dia, com um show marcado, o marido disse a ela que não aguentaria. “‘Eu não consigo, não vou'”, relata a esposa.
“Eu comecei a tremer, aí meu coração disparou, meu rosto começou a formigar, eu tive uma síndrome do pânico. Eu dizia: ‘Estou morrendo'”, lembra Zé Neto. “É aquele ciclo vicioso de depressão: ‘Vamos empurrar mais um pouquinho’. Foi aumentando. E o que era uma gotinha virou tempestade.”
Zé Neto também diz ter se arrependido de ter fumado cigarro eletrônico. “Foi uma das piores coisas que aconteceram comigo. Acho até que ele foi um grande culpado de a minha depressão ter piorado. “Eu não conseguia cantar, não conseguia respirar. Não conseguia entregar mais”, relata.
NOVOS SHOWS
A agenda de shows agora vai ser menor. Serão 12 apresentações por mês. “Pode ser menos ou mais”, diz a dupla. Antes da primeira apresentação, a dupla tirou as dúvidas e explicou, no palco, o que aconteceu no período de afastamento. As perguntas foram feitas por fãs, jornalistas e contratantes de todo o Brasil.
Fonte: Portal G1