domingo, 14 de dezembro de 2025

Animais silvestres enfrentam fogo, fome e sede no Pantanal

Entidades civis tentam furar o bloqueio do Governo do Mato Grosso ao fornecimento de água e comida para animais silvestres vítimas da seca em áreas protegidas estaduais. A administração Mauro Mendes (União Brasil) afirma que ajuda não é necessária e arrisca a vida da fauna.

Mais de 2,3 milhões de ha, quase 16% do Pantanal ou uma área maior que a de Sergipe, já torraram desde janeiro, estima o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O cenário foi pintado por uma das piores secas do último século, pela crise do clima e pelo fogo insistentemente usado para renovar pastagens para gado. Incêndios criminosos são investigados.

Governos federal, de estados e municípios pantaneiros decretaram situação de emergência e mobilizaram brigadistas do país todo para enfrentar as persistentes chamas.

Macaco morto pelas chamas na região da Transpantaneira. (Foto: GRAD/Divulgação)

Produção rural, turismo e outras economias são abaladas, mas o fogo não respeita barreiras naturais ou humanas. Inúmeros animais morrem queimados, de fome e sede, dentro e fora de unidades de conservação.

“A gente está tendo que assistir os animais padecendo de sede”, relata a veterinária e bombeira civil Carla Sássi, fundadora do Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD). O time de voluntários atende emergências com animais silvestres e domésticos em todo o país.

Uma das áreas afetadas é a Estrada Parque Transpantaneira, cujos 145 km ligam Poconé a Porto Jofre. No trecho, a água acumula naturalmente nas cheias pantaneiras, sobretudo junto às suas 125 pontes. Mas a secura transformou quase tudo em poças de lama, onde animais chafurdam buscando água. Nos 30 km de uma das porções mais secas da Transpantaneira, só quatro pontos ainda tinham água.

“A biodiversidade será prejudicada do curto ao longo prazos. Além da mortandade de animais, variadas espécies não conseguirão migrar para outras áreas e não conseguirão se reproduzir devido ao sofrimento gerado pelo fogo, fome e sede”, alerta Carla Sássi.

Daí o protesto do GRAD e de outras entidades civis pelo bloqueio do Governo do Mato Grosso à ajuda para animais silvestres em áreas protegidas estaduais. Ações em fazendas e áreas protegidas federais não foram interrompidas.

“É inadmissível que o órgão estadual proíba a atuação do terceiro setor e das comunidades na mitigação dos impactos da seca extrema sobre a fauna silvestre”, diz a bióloga Luciana Leite, Defensora da Biodiversidade e do Clima no braço brasileiro da Environmental Justice Foundation (EJF). No fim de agosto, o Ministério Público do Mato Grosso notificou a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema/MT) para fornecer água e comida à fauna silvestre, em pontos onde havia água em 2023.

Brigadistas tentam conter o passo do fogo no Pantanal. (Foto: Christiano Antonucci / Secom/MT)

Em anos anteriores, a instalação de bebedouros e oferta de comida ao longo da Transpantaneira foi crucial para salvar inúmeros animais, avaliam as entidades civis. Seca e incêndios de 2020 queimaram ¼ do Pantanal e mataram estimados 17 milhões de animais. De lá para cá, o bioma segue castigado.

“É inaceitável que o órgão alegue que o cenário é ‘normal’, especialmente em contrariedade às evidências apresentadas por diversos pesquisadores que afirmam que esta se trata de uma seca histórica”, aponta a bióloga Luciana Leite (EJF).

Quanto às medidas adotadas este ano contra a seca e incêndios, a Sema/MT lista a contratação de veterinários e compra de veículos, um posto para atender emergências com animais silvestres na região da Transpantaneira, implantação de aceiros, poços e açudes que servem de bebedouros e abrigos para animais.

O órgão elencou igualmente o cadastro de voluntários para atuar em áreas protegidas estaduais, a intensificação do monitoramento de fauna silvestre no Pantanal e a capacitação de profissionais para manejo e contenção da fauna silvestre em eventos extremos, como incêndios florestais.

Fonte: ECO

Brasil pode perder o Pantanal até o fim do século se tendências não forem revertidas, diz Marina Silva

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (4) que o Brasil pode perder o Pantanal por completo, até o fim deste século, se o mundo não for capaz de reverter o cenário de aquecimento global.

Marina participou de uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado nesta quarta para falar sobre as queimadas e a estiagem prolongada que atinge a maior parte do país – com prejuízo maior ao Pantanal e à Amazônia.

“Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século. Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada”, explicou Marina.

“E portanto, a cada ano se vai perdendo cobertura vegetal. Seja em função de desmatamento ou de queimadas. Você prejudica toda a bacia e assim, segundo eles [pesquisadores], até o final do século nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta”, continuou.

Mais esforços e mais orçamento

Na audiência com senadores, a ministra do Meio Ambiente que, diante dos dados, será preciso ampliar — cada vez mais — os esforços e recursos de combate a consequências das mudanças climáticas. Marina mencionou altas orçamentárias em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PL) fez apelos a congressistas para “quem quiser contribuir” com recursos à pasta.

A ministra defendeu, ainda, que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática, que exclua da meta fiscal do governo federal os recursos gastos nessas condições.

“Se tenho que agir preventivamente, como é o entendimento de Vossas Excelências e nosso, tenho que ter cobertura legal para isso”, afirmou.
Marina avaliou que o governo vive um “paradoxo” com cobranças simultâneas de investimento em medidas de combate ao incêndio e em empreendimentos que são “altamente retroalimentadores do fogo”.

Ela não especificou quais investimentos seriam esses, mas, em outro momento de sua participação, rebateu críticas sobre seus posicionamentos contrários a obras de infraestrutra e exploração mineral, como a margem equatorial.

“Nós temos condições de fazer esse enfrentamento com os meios que dispomos? Vamos ter que ampliar cada vez mais o nosso esforço. Ao mesmo tempo somos cobrados que tenha-se medidas para fazer medidas de combate ao fogo e, ao mesmo tempo, somos cobrados para que se faça investimentos que são altamente retroalimentadores do fogo. É um paradoxo. Não preciso citar aqui os empreendimentos”, declarou.

Fonte: Portal G1

ONU faz alerta para catástrofe mundial: ‘Ficando sem tempo para virar a maré’

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lançou nesta terça-feira, 27, um “SOS global” no topo de uma das ilhas do Pacífico, onde apresentou um relatório revelando a subida acelerada do nível do mar na região. “Estou em Tonga para emitir um SOS global – Salvem os Nossos Mares – sobre o rápido aumento do nível do mar. Uma catástrofe à escala global está colocando em perigo este paraíso do Pacífico”, declarou.

As ilhas do Pacífico, com uma população escassa e poucas indústrias pesadas, geram menos de 0,02% das emissões globais anuais de CO2. No entanto, este conjunto de ilhas vulcânicas e atóis de coral está cada vez mais ameaçado pela subida do nível dos oceanos.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) monitora marégrafos instalados nas praias do Pacífico desde a década de 1990. O relatório divulgado pela organização revela que os mares subiram cerca de 15 centímetros nos últimos 30 anos em algumas partes do Pacífico. A média global foi de 9,4 centímetros, conforme o documento.

“As populações, economias e ecossistemas de toda a região sudoeste do Pacífico são gravemente afetados pelos efeitos em cascata das alterações climáticas”, alertou a secretária-geral da OMM, a argentina Celeste Saulo. “É cada vez mais evidente que estamos ficando sem tempo para virar a maré”, acrescentou. /AFP

Fonte: Portal Terra

Pantanal Sul-mato-grossense se revela um gigante cheio de vida

Apesar de ferido por incêndios na maior seca desde 1951, o Pantanal continua bem vivo, sendo abrigo de 4,7 mil espécies, entre elas 3,5 mil de plantas, 650 de aves, 124 de mamíferos, 80 de répteis, 60 de anfíbios e 260 de peixes de água doce.

A estiagem atinge a maior planície alagável do mundo, uma área do tamanho de Bélgica, Países Baixos, Suíça e Dinamarca juntos.

A maior parte desse complexo fica em Mato Grosso do Sul, onde o olhar do repórter fotográfico Saul Schramm se deparou com vida abundante.

Os flagrantes feitos em Corumbá revelam como estão animais como jacarés, veados, tuiuiús, tucanos e garças, parte deles em lugares onde o fogo não chegou.

Foto Saul Schramm

Além da fauna e flora, o Pantanal tem gente, como os ribeirinhos, funcionários das fazendas e aqueles que vivem do turismo. De acordo com o vice-presidente da Acert (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo), Ademilson Esquivel, o setor é responsável por 1.000 empregos diretos e R$ 45 milhões injetados por temporada só em folha de pagamento. São associados: 19 barcos hotéis, 2 barcos de passeio, 3 hotéis, 1 concessionária e 1 loja de equipamentos náuticos.

“O pessoal de fora acha que está tudo pegando fogo, o que não é a realidade. Eles não têm noção do tamanho do Pantanal, mas o turismo está trabalhando normalmente. Corumbá é um dos maiores municípios do País (em extensão territorial) e não tivemos desistência porque o nosso raio de ação é de 320 quilômetros de rio”, explica Ademilson.

Foto Saul Schramm

A recomendação é que operadores, agentes de viagens e turistas entrem em contato diretamente com as propriedades hoteleiras (pousadas, barcos hotéis e hotéis da região) antes de realizar qualquer mudança na programação das viagens. Corumbá é o 2º maior destino turístico de Mato Grosso do Sul, perdendo apenas para Bonito.

Fonte: Portal do MS

Biólogos tentam resgatar animais ameaçados pelo fogo no Pantanal

Biólogos e veterinários estão fazendo uma varredura para avaliar o impacto do fogo na fauna do Pantanal.

A jararaca busca abrigo em baixo do carro.  As emas procuram comida no solo acinzentado. A sucuri morreu tentando fugir das chamas, assim como o jacaré.

“Os animais estão com o escore corporal ok, não apresentam características de queimadura. Então, eles já estão sofrendo o estresse da pressão ambiental do incêndio florestal. Quando você tenta usar da técnica, por exemplo, de afugentamento, ao invés de remover ele dá área onde está acontecendo o incêndio, você pode empurra-lo para a área de incêndio”, diz Paula Helena Santa Rita, bióloga e médica veterinária.

Ibama, Instituto Homem Pantaneiro e universidades são algumas das instituições que fazem parte de um grupo especializado no atendimento a animais silvestres tanto no Cerrado quanto no Pantanal. Por conta do fogo que consome o bioma, eles estão concentrados na procura por animais que estão debilitados e precisam de algum tipo de ajuda.

“Ver se esse animal precisa de alguma remoção. Mas, primeiramente, ver o que está acontecendo com o animal. Se ele está bem, se ele está se locomovendo. Caso tenha alguma debilitação dele, esteja muito machucado, é feita a remoção desse animal com todo aporte dos veterinários, dos biólogos, para o CRAS em Campo Grande”, fala o biólogo Wener Hugo Arruda Moreno.

Drones mostram o Pantanal do alto. No primeiro dia de buscas, muitos animais mortos e uma preocupação.

“A gente já consegue perceber que essas espécies acabaram se espantando com o fogo e acabaram saindo daqui. A gente não tá conseguindo visualizar. Com essa deslocação dessas espécies, elas podem acabar enfrentando por território. Então, isso pode gerar um problema futuro”, conta a médica veterinária Mariana Queiroz.

Fonte: Portal G1

 

Com agravamento da seca na bacia do Pantanal, Agência Nacional de Águas faz alerta

A escassez de chuvas e temperaturas acima da média histórica na Bacia do Alto Paraguai, que abrange Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, aponta para o agravamento da situação de seca nos dois estados. Para tratar da questão, autoridades responsáveis pela questão se reuniram nesta terça-feira (7), na sala de crise, em uma reunião virtual, convocada pela ANA (Agência Nacional de Águas) com apresentações de técnicos do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso já estão em situação de seca, de acordo com dados do Cemaden. A maioria das propriedades rurais do Estado enfrentam seca – severa e moderada -, e até agora, apenas 5% do território sul-mato-grossense não enfrenta escassez hídrica. O problema se agrava devido às altas temperaturas registradas, com previsão de continuidade nas próximas semanas, pressionando ainda mais os recursos hídricos e a saúde da vegetação, o que pode aumentar a probabilidade de ocorrência de incêndios florestais.

Para o trimestre atual – que compreende os meses de maio, junho e julho -, está previsto um recuo da influência do fenômeno El Niño e a partir do próximo mês o La Niña, fenômeno oriundo das águas do Oceano Pacífico, vai interferir no clima. Por enquanto, não há previsão de melhora na distribuição de chuvas, ou seja, a situação de seca deve se prolongar. O que está previsto ocorrer é uma queda brusca das temperaturas com a chegada do inverno – a partir de junho -, sob efeito do La Niña.

Devido a situação de estiagem e iminente escassez hídrica, o corpo técnico da ANA preparou uma nota para emissão de ‘declaração de escassez hídrica’. A medida deve ser avaliada pela diretoria da ANA nos próximos dias e, após decisão, deverá entregar em vigor. Com a ‘declaração de escassez hídrica’ as empresas concessionárias de distribuição de água podem, inclusive, impor tarifas emergenciais para custear obras ou serviços adicionais a fim de evitar o desabastecimento, explicou o superintendente da ANA, Patrick Tadeu Thomas.

“Assim, considerando a atual situação hidrometeorológica da bacia do Alto Paraguai (Pantanal), que encerra o período chuvoso com o rio Paraguai apresentando níveis d’água transitando entre os mínimos valores registrados para época, e a perspectiva de chuvas abaixo da média para o período de abril a junho, em que, de acordo com a normal climatológica, são esperados valores baixos de precipitação, considera-se importante instituir uma Sala de Crise com o objetivo de acompanhar e viabilizar medidas para mitigar os impactos da seca sobre os usos da água até o início do próximo período chuvoso na bacia”, afirma a nota técnica da ANA.

Os membros da sala de crise da Bacia do Alto Paraguai voltam a se reunir no dia 4 de junho, também em formato virtual, para avaliar a situação da região e a necessidade de outras medidas para enfrentamento da seca. Além do Cemaden, ONS e da ANA, integram a sala de crise, representantes do Serviço Geológico do Brasil, INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Imasul (Instituto Nacional de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), entre outras instituições.

Fonte: Portal do MS

Pesca do dourado continua proibida nos rios de Mato Grosso do Sul até março de 2025

Assembleia Legislativa aprovou na quinta-feira (29) projeto de lei que prorrogou a proibição da captura, embarque, transporte, comercialização, processamento e industrialização do peixe da espécie Salminus brasiliensis ou Salminus maxillosus, popularmente conhecido por dourado, em todos os rios do território de Mato Grosso do Sul, até o dia 31 de março de 2025.

A lei foi sancionada em seguida pelo governador Eduardo Riedel sob o número 6.190 e publicada ainda na tarde de quinta-feira (29) em edição extra do Diário Oficial, passando a vigorar para a temporada de pesca que se iniciou no mesmo dia.

A pesca do dourado estava proibida em Mato Grosso do Sul desde 2019 por força da Lei 5.231 que estabeleceu uma moratória de cinco anos para a espécie, e o prazo venceu em dezembro do ano passado, durante o período de defeso. A Assembleia iniciou, em seguida, os debates para decidir se prorrogava a moratória e por quanto tempo, culminando com a aprovação da Lei 6.190.

Fica permitida apenas a modalidade ‘pesque e solte’ e a captura para consumo próprio dos pescadores profissionais e ribeirinhos. A lei também não se aplica aos exemplares criados em cativeiro.

Também pode haver captura de matrizes e de reprodutores no ambiente natural destinados à pesquisa científica ou à recuperação de plantel por agricultores de reprodução de alevinos devidamente licenciados e registrados nos órgãos competentes, desde que com autorização ambiental expedida pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

No período de vigência da lei deve ser desenvolvido estudo técnico científico e econômico para avaliar o comportamento dos cardumes da espécie nos rios do Estado que embasem nova prorrogação da proibição ou liberação da captura.

Esse estudo deve ser apresentado até dia 28 de fevereiro de 2025. Caso os estudos concluam pela necessidade da manutenção da vedação, a Lei 6.190 de 2024 ficará prorrogada automaticamente pelo prazo de mais um ano.

Fonte: Portal do MS

Grupo sul-africano tem interesse em investir em lodges ecológicos no Pantanal

A beleza do Pantanal e a vocação da maior planície alagada do mundo para o turismo de contemplação despertou o interesse de um dos mais conceituados grupos internacionais em hotéis integrados a natureza e safaris ecológicos. Empresários sul-africanos do Grupo Natural Selection, que atua em três países africanos, estão interessados em investir em lodges (hotéis integrados à natureza) no Pantanal.

Os lodges são habitações criadas originalmente para hospedar turistas praticantes do safári em meio à selva africana, ao longo das décadas.

Os lodges ganharam o mundo como uma opção de hospedagem integrada à natureza, perfeita para os que desejam conhecer e se aventurar por florestas, desertos e montanhas.

O grupo foi recebido na manhã de ontem (1) pelo secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette, juntamente com o secretário de Estado de Governo, Rodrigo Perez, o diretor-presidente da Fundação de Turismo, Bruno Wendlig, e o diretor-presidente do Imasul (insituto de Meio Ambiente de MS), André Borges.

O encontro aconteceu na Governadoria e os investidores africanos têm como parceira no Estado a ONG Onçafári, por meio do CEO Mario Haberfeld, que juntamente com o CEO e co-fundador da Natural Selection, James Ramsey, o co-fundador e diretor de marketing Davi Von Smeerdjik, e o diretor de operações na Namíbia Louis Nortje, vieram apresentar suas operações e conhecer mais da política de sustentabilidade e desenvolvimento do Estado.

De acordo com os empresários o conceito alia a conservação em primeiro lugar, protegendo os espaços selvagens para o futuro. O grupo atua em países como a Namíbia, Bostwana e África do Sul com portfólio de 22 acampamentos e alojamentos acolhedores em três países.

O objetivo da reunião, segundo o secretário-executivo da Semadesc, foi apresentar o conceito ao Governo e debater futuros investimentos no turismo de MS, voltados a sustentabilidade e na pegada de Carbono Neutro. “O Governo Riedel tem como pilar a preservação ambiental e uma gestão pública focada na sustentabilidade”, enfatizou Falcette.

No encontro, o CEO da Onçafari, Mario Haberfeld, destacou que a meta do grupo é investir em lodges de luxo na região do Pantanal, a exemplo do que já realizam na África do Sul.

O diretor da Fundtur, Bruno Wendling, explicou que o Estado conta atualmente um planejamento e estratégias consolidadas voltadas ao desenvolvimento com sustentabilidade. “Este tipo de empreendimento poderá trazer mais turistas à região interessados em atividades mais sustentáveis como observação de animais, focados em experiências de proteção ao meio ambiente”, adiantou.

De acordo com os empresários o conceito alia a conservação em primeiro lugar, protegendo os espaços selvagens para o futuro. O grupo atua em países como a Namíbia, Bostwana e África do Sul com portfólio de 22 acampamentos e alojamentos acolhedores em três países.

O objetivo da reunião, segundo o secretário-executivo da Semadesc, foi apresentar o conceito ao Governo e debater futuros investimentos no turismo de MS, voltados a sustentabilidade e na pegada de Carbono Neutro. “O Governo Riedel tem como pilar a preservação ambiental e uma gestão pública focada na sustentabilidade”, enfatizou Falcette.

No encontro, o CEO da Onçafari, Mario Haberfeld, destacou que a meta do grupo é investir em lodges de luxo na região do Pantanal, a exemplo do que já realizam na África do Sul.

Fonte: Portal do MS

 

Entenda por que o Pantanal tem recorde de incêndios em plena época de chuva

Nesta semana, os incêndios no Pantanal chegaram à rodovia Transpantaneira, que liga o município de Poconé, a 104 km de Cuiabá, a Porto Jofre, na divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul.

No entanto, o bioma já vem queimando há mais de 30 dias, nos dois estados. Até o momento, o fogo consumiu mais de um milhão de hectares da biodiversidade, o triplo do que foi registrado no ano de 2022 inteiro.

Pouca chuva e os efeitos do El Niño explicam o recorde de focos de fogo em pleno período chuvoso, que vai de outubro a março, segundo especialistas. De acordo com o meteorologista Guilherme Borges existem regiões isoladas em que não se pode atribuir a culpa dos incêndios à ação humana.

“As pancadas de chuva na região não acumulam valores significativos e geralmente estão acompanhadas por raios. Quando esses raios atingem o solo e entram em contato com a vegetação já muito seca, favorecem a ocorrência de queimadas. Outro fator importante são os ventos, que ajudam a espalhar o fogo com mais facilidade”, explica.

Guilherme ainda destaca que este ano é marcado pelo fenômeno El Niño, caracterizado por deixar a massa de ar mais seca sobre a parte central do país.

Assim, as temperaturas tendem a ficar mais elevadas, enquanto a chuva ocorre de maneira irregular, em pancadas associadas ao forte calor, sem acumular valores significativos que possam combater os focos de incêndio.

O coordenador de inteligência territorial do Instituto Centro de Vida (ICV), Vinícius Silgueiro, disse ao g1 que a situação atual dos incêndios, neste mês, é um claro indicativo das mudanças climáticas em curso. Segundo ele, os dados revelam a redução dos períodos de chuva, agravada este ano pelo fenômeno El Niño, resultando em um significativo aumento de temperatura.
“Essa situação do bioma pantaneiro mato-grossense dos incêndios faz com que Poconé seja o município líder em área queimada em todo estado de Mato Grosso. Mais de 15% do município já foi queimado”, disse

 PANTANAL EM CHAMAS

O fogo já consumiu mais de 1 milhão de hectares do Pantanal neste ano, o triplo do que foi registrado em 2022, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ).

Somente nos primeiros 15 dias de novembro foram 3.024 focos, o pior registro para o mês na série histórica desde 2002, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Na última terça-feira (14), os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul decretaram ambiental devido aos incêndios que avançam.

Fonte: Portal G1

Desmatamento na Amazônia tem queda de 22% em 1 ano, aponta Inpe

A área desmatada na Amazônia foi de 9.001 km² entre agosto de 2022 e julho de 2023 (o equivalente ao tamanho da República de Chipre, no Mediterrâneo), de acordo com números oficiais do governo federal divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Quando comparado ao último levantamento do Inpe, houve uma queda de 22,3% do total da área desmatada entre as duas temporadas. Na edição anterior, esse número foi de 11.594 km², entre agosto de 2021 e julho de 2022.

Os números são do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais. Ele é diferente do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que mostra os alertas mensais – e que já sinalizava quedas na devastação nos últimos meses.

Com essa redução de 2.593 km², a taxa divulgada este ano é a menor para uma temporada do Prodes desde 2019.

“Esse resultado é fruto do trabalho de todos nós”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. “É um trabalho que já tínhamos um know-how da nossa gestão aneterior. Agora atualizamos e estamos vendo esses resultados”, acrescentou.

Nos últimos 20 anos, o índice do Prodes atingiu sua marca mais alta em 2004, quando 27,7 mil km² foram desmatados (veja gráfico abaixo).
Porém, depois disso, quando levado em consideração o período seguinte, houve uma queda constante nesses números. E assim a temporada com menor desmatamento na Amazônia em toda a série histórica do Prodes foi em 2012, com 4,5 mil km².

Mas a situação se inverteu novamente em 2015, e a área desmatada aumentou, chegando a 10.129 km², em 2019; 10.851 km², em 2020; e 13 mil km², em 2021.

O número só voltou a cair no último ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL), atingindo a marca de 11.594 km². Bolsonaro, porém, assumiu o governo com uma taxa inicial de desmatamento em torno de 7.500 km², a qual não apresentou reduções quando comparada com o índice do começo do seu mandato.

Agora no primeiro ano do terceiro governo de Lula (PT), que enfrenta desafios herdados da gestão anterior marcada por recordes negativos na área ambiental, como o aumento do desmatamento, emissões recordes de gases estufa, invasão de terras indígenas e a paralisação do Fundo Amazônia, observa-se uma nova redução no desmatamento no bioma.
“O discurso do presidente, de proteção à floresta, se traduziu em número e virou entrega concreta. É um resultado expressivo e que sela a volta do Brasil à agenda de clima”, comemora Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

No entanto, ele destaca a importância de o governo modificar sua abordagem legislativa, alertando que não adianta combater o “crime no chão da floresta” enquanto a gestão Lula fortalece suas bases no “carpete legislativo”. Astrini critica essa abordagem ao destacar o risco desssa atual celebração ser manchada por derrotas nas legislações socioambientais.

Foto mostra o Teatro Amazonas, no Centro de Manaus, no dia 12 de outubro, encoberto por fumaça de queimadas. — Foto: BRUNO KELLY/REUTERS

FUMAÇA NA AMAZÔNIA

Apesar da queda na taxa oficial, há meses o bioma amazônico sofre com os efeitos do desmatamento ilegal e da seca histórica que atinge a região. Por causa disso, desde setembro o Amazonas está em estado de emergência ambiental.

Segundo o Inpe, em outubro, o estado registrou 3,9 mil focos de queimadas durante todo o mês, a pior taxa dos últimos 25 anos.
Geralmente, setembro é o mês em que a seca é mais sentida na Bacia Amazônica. No entanto, neste ano, a situação está atípica, de acordo com os meteorologistas.

Isso porque essa secura fora do normal tem relação com o El Niño (que é o aquecimento do oceano Pacífico) e a distribuição de calor do oceano Atlântico Norte.

Em entrevista ao podcast “O Assunto”, a diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, resumiu: “O clima está muito favorável à expansão dos incêndios florestais. Existe uma relação entre o desmatamento e o fogo na Amazônia […] Mas a gente tá vendo esses incêndios se alastrando e isso acontece por conta da seca”.

A especialista destacou ainda que as queimadas tornaram-se mais frequentes devido ao desmatamento passado e à extração seletiva de madeira, e ainda advertiu sobre a possibilidade de uma situação mais catastrófica se as condições climáticas deste ano coincidirem com o aumento do desmatamento.

Fonte: Portal G1

Com tecnologia e técnica, bombeiros extinguem fogo na região do Pantanal

Com uso de técnicas de combate aos incêndios florestais aliadas a tecnologia, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul conseguiu extinguir o fogo da região de Nabileque, próximo ao Forte Coimbra, no Pantanal. As chamas foram controladas após dois dias de trabalho e agora as equipes fazem o monitoramento da região desde ontem (9), para garantir a segurança da área.

A linha de fogo chegou a atingir aproximadamente 4km de extensão. “No domingo detectamos, pelo geomonitoramento que o fogo foi extinto no território brasileiro. Duas equipes permanecem monitorando e controlando a situação no local”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental) do Corpo de Bombeiros – que funciona em Campo Grande.

O incêndio foi identificado na sexta-feira (7) após o CPA receber imagens da região em chamas. “Levantamos informações por meio de geomonitoramento. Imediatamente a equipe foi enviada ao local, por meio de embarcação junto com o Exército, e iniciaram o combate. No sábado (8), mais duas equipes chegaram para reforçar o combate na região”, explicou a tenente-coronel Tatiane.

O subtenente Clodoaldo da Silva, do Corpo de Bombeiros de Corumbá, explicou que uma das técnicas utilizadas ajudou a direcionar o fogo para uma área úmida, o que possibilitou a extinção das chamas.

“Nossa equipe de incêndio florestal efetuou o combate na região e nós verificamos que não tivemos êxito no combate direto. Então, optamos por utilizar a técnica chamada ‘fogo contra fogo’ e conseguimos direcionar a linha de fogo para o rio. Utilizamos a mesma técnica na cabeça do fogo que estava vindo para a região de Forte Coimbra e direcionamos para uma baía. Com imagens de drone verificamos que no momento não há mais focos de incêndios. Manteremos equipe de prontidão”, disse Silva.

O monitoramento da área será realizado por 48 horas, para garantir que não ocorram novos focos. A vigilância deve continuar até amanhã. O alerta das equipes também ocorre porque existem focos de incêndio na Bolívia, próximo da região da fronteira onde o fogo foi extinto.

Fonte: Portal do MS

Alemanha anuncia doação de 200 milhões de euros para ações ambientais

A ministra da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, anunciou hoje (30) a liberação de cerca de 200 milhões de euros a serem empenhados em ações ambientais no Brasil num período de 100 dias. O comunicado foi feito durante coletiva de imprensa em Brasília.

Ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a ministra alemã Schulze confirmou, dentro do aporte total, 35 milhões de euros para o Fundo Amazônia e 31 milhões de euros para apoio a estados da Amazônia na implementação do que o governo alemão se refere como “ações ambiciosas” para maior proteção da floresta.

A cifra total inclui ainda 29,5 milhões de euros em apoio a um fundo garantidor de eficiência energética para pequenas e médias empresas, com contribuição direta a investimentos privados em eficiência energética; e 5,37 milhões de euros em projeto de consultoria para o fomento de energias renováveis na indústria e no setor de transportes.

Também estão previstos no montante anunciado 13,1 milhões de euros em projeto destinado a apoiar pequenos agricultores em ações de reflorestamento de suas terras; 80 milhões de euros para que agricultores tenham acesso a linhas de crédito a juros reduzidos; e 9 milhões em apoio a cadeias de abastecimento sustentáveis.

Fundo Amazônia

A doação de 35 milhões de euros ao Fundo Amazônia foi formalizada por meio da assinatura de um contrato financeiro entre o banco alemão KfW e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Estados da Amazônia

O governo alemão sinalizou a intenção de destinar 31 milhões de euros a estados da Amazônia para projetos de proteção e de uso sustentável das florestas, alinhados com políticas e objetivos estratégicos do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia.

Fonte: Agência Brasil

Ações para preservar araras-azuis em MS são apresentadas ao Governo

“Tenho a impressão que aumentou o número de araras aqui. Estou certo?”. A pergunta feita pelo governador Eduardo Riedel aos integrantes do Instituto Arara Azul teve um satisfatório sim como resposta, fruto de um trabalho de preservação realizado há vários anos e que contou, inclusive, com o apoio do Governo de Mato Grosso do Sul.

Os resultados e andamento dessas ações foram a pauta do encontro do governador, na tarde de terça-feira (24), com membros do IAA – entre eles a presidente Elize Mense – e com a presidente da Fundação Toyota, Viviani Mansi.

Recentemente o Governo investiu R$ 499,5 mil para auxiliar o Instituto Arara Azul para que fossem criadas ações de pesquisa, turismo e produção de artesanato, com o foco na conservação da arara-azul-grande na natureza. Essa foi a primeira vez que um ente público apoiou financeiramente uma ação de conservação do IAA.

“A gente veio reforçar a importância desse trabalho, agradecer à parceria do Governo do Estado nessas ações e dizer o quanto nós da Fundação Toyota estamos satisfeitos. Temos uma característica de ser longevos, e a gente tem encontrado aqui no instituto excelentes parceiros. A arara-azul é um símbolo”, frisa Mansi.

A presidente da fundação ainda destaca que a iniciativa o IAA é valiosa tanto do ponto de vista da pesquisa como da proteção e educação ambiental. “Viemos dizer ao governador que estamos à disposição”, completa Viviani após o encontro.

Também participou da reunião, realizada na governadoria, o secretário titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, que acompanha o trabalho o IAA há vários anos.

“O Instituto Arara Azul é uma organização não governamental hoje referência mundial na recuperação das araras. Lembrando que esses pássaros estavam na lista de espécies em extinção, e em função do trabalho realizado elas saíram da lista vermelha”, frisa Verruck, que frisa a importância do apoio privado e público para esses projetos.

A representatividade do trabalho do Instituto Arara Azul, que ajuda na imagem criada sobre Mato Grosso do Sul, e o quanto foi essencial ter o instituto como parceiro no período de grandes incêndios florestais que afetaram Cerrado e Pantanal em 2020.

“O fogo não atingiu diretamente às araras, mas principalmente aquilo do que ela se alimenta. Ela tem uma restrição alimentar só de algumas árvores, essas plantas foram queimadas. Então existe todo um trabalho de recomposição dessas áreas. É um trabalho essencial e uma ajuda muito na questão da sustentabilidade”, conclui.

Fonte: Portal do MS

Países da região devem liderar preservação da Amazônia, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (24) que, embora a cooperação internacional seja bem-vinda, é papel dos países da região liderar os projetos de preservação da Amazônia. Lula participou em Buenos Aires, na Argentina, da sétima reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

“A cooperação que vem de fora da nossa região é muito bem-vinda, mas são os países que fazem parte desses biomas que devem liderar, de maneira soberana, as iniciativas para cuidar da Amazônia. Por isso, é crítico que valorizemos a nossa Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – a OTCA”, disse Lula.

A reunião da Celac foi privada e as falas não foram transmitidos ao vivo, mas o discurso de Lula foi divulgado pela Presidência.

Lula citou que, em breve, deve convocar uma cúpula dos países amazônicos e que o Brasil já formalizou a candidatura de Belém para sediar a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025. “O apoio que estamos recebendo dos países da Celac é indispensável para que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, o potencial do desenvolvimento sustentável e da economia verde, além, é claro, da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, disse.

Para Lula, há uma “clara contribuição” a ser dada pela região para a construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da multipolaridade. Segundo o presidente, os desafios globais e as “múltiplas crises” exigem respostas coletivas, citando, entre outros, as pandemias, as ameaças à democracia e as pressões sobre a segurança alimentar e energética.

“Tudo isso em um quadro inaceitável de aumento das desigualdades, da pobreza e da fome”, disse. “A maior parte desses desafios, como sabemos, é de natureza global, e exige respostas coletivas. Não queremos importar para a região rivalidades e problemas particulares. Ao contrário, queremos ser parte das soluções para os desafios que são de todos”, destacou.

Segundo o presidente, as experiências compartilhadas da região e de seu passado colonial devem servir para uma aproximação, e as diversas crises demonstram o valor da integração. Para o presidente, o diálogo com sócios extras regionais, ainda assim, é essencial.

“Isso não significa que devemos nos fechar ao mundo. Salienta apenas que essa integração será feita em melhores termos se estivermos bem integrados em nossa região. Temos de unir forças em prol de melhor infraestrutura física e digital, da criação de cadeias de valor entre nossas indústrias e de mais investimentos em pesquisa e inovação em nossa região”, disse o presidente, citando ainda que a estratégia de desenvolvimento deve garantir direitos fundamentais e combater a fome, a pobreza e as desigualdades de gênero.

“É preciso trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens”, argumentou.

Lula está em viagem à Argentina, a primeira internacional após tomar posse no cargo. Ontem (23), teve encontro com o presidente do país, Alberto Fernández, para retomada das relações bilaterais. Também nesta terça-feira, se reúne com o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, e com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

Diálogo e cooperação

Lula reafirmou o retorno do Brasil ao cenário internacional e disse que “nada mais natural do que começar esse caminho de retorno pela Celac”. Com a troca de governo, o Brasil está voltando a integrar o grupo, após três anos de afastamento do mecanismo.

“É com muita alegria e satisfação muito especiais que o Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês, com um sentido muito forte de solidariedade e proximidade”, disse Lula, citando ainda outras organismos de cooperação como o Mercosul e a Unasul.

Durante seu discurso de abertura na reunião, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, deu boas-vindas aos representantes dos 33 países que fazem parte da Celac e pediu uma salva de palmas para celebrar a volta do Brasil. “Uma Celac sem o Brasil é uma Celac muito mais mais vazia. Sua presença hoje nos completa”, disse, se dirigindo a Lula. A reunião encerrou a presidência pro tempore da Argentina na Celac. Quem assume agora é São Vicente e Granadino.

Fonte: Agência Brasil

Em três anos, Brasil perdeu quase ‘um estado do RJ’ para o desmatamento

O desmatamento no país aumentou 20% em 2021, segundo o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD), do MapBiomas. Dados do levantamento apontam que perdemos 16.557 km² da cobertura de vegetação nativa em todos os biomas.

Nos últimos três anos (2019-2021), o Brasil perdeu quase um Estado do Rio de Janeiro de vegetação nativa. A velocidade média de desmatamento no país também aumentou: passou de 0,16 hectares por dia para cada evento detectado em 2020, para 0,18.

Só na Amazônia foram 111,6 hectares desmatados por hora ou 1,9 hectare por minuto, o que equivale a cerca de 18 árvores por segundo, alerta o documento.

A agropecuária foi responsável por quase todo o desmatamento do país, com percentuais acima de 97%. Outros vetores relevantes, de acordo com o RAD, são o garimpo, mineração, expansão urbana e outras causas. “97% do desmatamento em geral aconteceu por conta da conversão da floresta para atividade agropecuária, seja pecuária, seja agricultura. Depois vem garimpo, o segundo grande motivo.

Os alertas de desmatamento que cruzam com imóveis rurais que estão no Cadastro Ambiental Rural (CAR) correspondem a 77% da área total.

“3 em cada 4 desmatamentos detectados no Brasil você consegue identificar um responsável, porque está no cadastro (CAR). Então deveria ter as ações sobre eles. O que vemos é que não existe da direção do órgão ambiental no nível federal a vontade de enfrentar esse problema de frente”, explica Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas.

Amazônia: 59% da área desmatada

A Amazônia concentrou 59% da área desmatada e 66,8% dos alertas de desmatamento em 2021. Em segundo lugar vem o Cerrado, seguido pela Caatinga.

“Foram mais de 997 mil hectares de vegetação nativa destruídos no ano passado – um crescimento de quase 15% em relação aos 851 mil hectares desmatados em 2020 que, por sua vez, já haviam representado um aumento de 10% em relação aos 771 mil hectares de desmate em 2019”, aponta o relatório.

Amazônia e Cerrado representam 89,2% da área desmatada em 2021. Somando a Caatinga, os três biomas responderam por 96,2% das perdas.

O Pará foi o estado que mais desmatou em 2021. Amazonas aparece em segunda lugar, Mato Grosso em terceiro, seguido do Maranhão e Bahia. Os cinco estados, juntos, responderam por 55% do desmatamento no Brasil em 2021.

Fonte: Portal G1