sábado, 4 de maio de 2024

A suplementação para bovinos é essencial no período seco

Entre o período de abril e setembro, os países localizados no trópico sul têm sua produção de forragens afetada pela estacionalidade, o que torna praticamente impossível conciliar a produção de forragem de alta qualidade, durante o ano todo, com a demanda de nutrientes que os animais precisam.

 

Este fato gera a necessidade de suplementação mineral, proteica e energética dos bovinos, na época seca, momento em que o objetivo dos pecuaristas deve ser o incremento do ganho de peso dos animais.

 

Na tentativa de garantir a oferta de forragem aos animais neste período, muitos produtores vedam piquetes precocemente, o que resulta em aumento do intervalo entre cortes do capim. Este ato ocasiona alterações significativas na estrutura e composição do capim, que será pastejado pelo animal. A maior altura do dossel forrageiro será representada por incremento de haste, que apresenta valor nutricional bem inferior às folhas.

 

No momento do pastejo, se o dossel forrageiro estiver muito alto, o animal gastará mais tempo para realizar um bocado, o que pode acarretar menor ingestão ao longo do dia. Em adição, a forragem consumida apresentará menores teores de minerais, proteína bruta e energia, porém maior teor de fibra.

 

É comum desempenho insatisfatório no período seco, quando bovinos não são suplementados com fontes proteicas, energéticas e mineral adequadas. Ao suplementar os animais com nutrientes limitantes na forragem, nesta época, haverá incremento no consumo de forragem e maior digestibilidade do alimento ingerido. A adoção desta prática elimina o chamado “boi sanfona”, animal que perde peso no período seco do ano, fato que compromete a eficiência econômica e produtiva de qualquer propriedade. Ao oferecer aos bovinos o suplemento mineral adequado, a deficiência nutricional será corrigida, proporcionando ganho de peso ao animal.

 

Para manutenção do peso vivo dos animais, no período seco, é necessário o fornecimento de um suplemento mineral ureado, o qual apresenta somente a ureia como fonte de nitrogênio. No entanto, o fornecimento de um suplemento mineral proteico, com pelo menos 30% de Proteína Bruta, que propicie o consumo de 100g de proteinado / 100 kg de peso vivo, resultará em um ganho de peso que vai variar de 150 a 250 g/animal/dia. Já o fornecimento de um suplemento mineral proteico/energético, com pelo menos 30% de Proteína Bruta, que proporcione o consumo de 200g / 100 kg de Peso Vivo, terá em um ganho de peso com variação de 300 a 500 g/animal/dia. O ponto fundamental, independente do suplemento, é a presença de oferta de forragem suficiente.

 

Os suplementos minerais proteicos ou proteico / energéticos devem ter em sua composição proteína verdadeira, proveniente principalmente do farelo de soja, bem como fonte de nitrogênio não proteico (ureia). A quantidade de proteína verdadeira e ureia dependerá do teor de proteína bruta do proteinado e do valor nutricional da forragem ofertada.

 

Um bom suplemento proteico e/ou proteico/energético apresenta teores de sódio, farelos vegetais e ureia adequados para regular o consumo de tais suplementos. Não há necessidade de abastecer os cochos diariamente. No entanto, a cada três dias é fundamental que os cochos disponham de tais suplementos e sejam monitorados. Apesar de serem disponibilizados no período seco, os cochos devem ser cobertos, pois chuvas ocasionais podem ocorrer. Além disto, devem apresentar orifícios que permitam o escoamento de água, visto que estes suplementos apresentam ureia em sua composição.

 

Artigo escrito por: José Leonardo, zootecnista e gerente de Produtos Ruminantes da Guabi Nutrição Animal.

Produtor rural destaca que proposta de eleição na Famasul contribui para agronegócio mais forte

Assessoria

 

A proposta de eleições gerais da chapa “Novos Tempos”, representa o anseio da classe rural de Mato Grosso do Sul, porque além de promover a participação de todos os associados no processo eleitoral da Famasul – Federacão da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, vai permitir a melhoria da prestação do serviço que a entidade realiza com mais objetividade, transparência e promover o agronegócio mais forte e consequentemente, um Brasil mais forte.

 

A afirmação é do produtor rural e presidente do Sindicato Rural do município de Santa Rita do Pardo, Florindo Cavalli Neto, nesta terca-feira (22.05) durante o Simpósio Agropecuário – Confinar 2018, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande- MS. Realizado pela Beef Tec, a iniciativa tem como finalidade unir agentes do meio rural, da agroindústria, estudantes e profissionais do setor.

 

A candidata a presidência da Famasul, também esteve presente ao evento, oportunidade em que recebeu cumprimentos e manifestação de apoio de vários produtores, empresários e associados.

 

Segundo Florindo Neto, a candidatura de Terezinha Candido a presidente da Famasul representa justamente esse anseio do produtor rural. Neste momento, por exemplo, os produtores estão preocupados com o FUNRURAL. “A atual gestão poderia ter ficado ao lado do produtor rural, e no entanto não ficou, o que deixou a classe apreensiva”, lembra.

 

A Terezinha, além de técnica,também tem formação em gestão, é veterinária, empresária, é produtora rural, e há mais de vinte anos presta serviço a Famasul. Ou seja, ela está preparada, tem conhecimento para gerir a entidade, e nos representar através de uma proposta de gestão participativa onde todos os produtores terão acesso as informações de forma transparente, e que todos sejam ouvidos em suas reivindicações.

 

Ela também tem propostas voltadas a questão da pauta do ICMS, melhores investimentos com a receita da instituição, entre outras contidas no Plano Diretor elaborado por especialistas do setor.

 

Neto destaca que a classe não está dividida, apenas pela primeira vez na história da Famasul, nestes 40 anos, temos uma opção de modernização e avanço para ingressar num processo mais democrático, com a participação de todos os sindicatos e associados.

Com um rebanho que seria o 8ª maior do mundo, se fosse um país, MS inicia nesta terça campanha de vacinação contra a aftosa

G1 MS

 

Campanha da vacinação contra a aftosa foi aberta nesta terça em todas regiões sanitárias de MS (Foto: Arquivo/Reprodução/TV Morena)

Mato Grosso do Sul tem um rebanho bovino de aproximadamente 21 milhões de animais, é o quarto maior brasileiro, mas se fosse de um país, equivaleria ao oitavo maior do mundo, atrás somente da Índia, do próprio Brasil, da China, dos Estados Unidos, da União Europeia, da Argentina e da Austrália, conforme dados do Departamento de Agricultura norte-americano e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Pecuária (FAO).

 

É para imunizar este grande rebanho, que a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) inicia nesta terça-feira (1º de maio), em todas as regiões sanitárias do estado: Planalto, Fronteira e Pantanal, a primeira etapa campanha de vacinação contra a febre aftosa de 2018. A meta do órgão é vacinar 21 milhões de animais, entre bovinos e bubalinos.

 

No Planalto e na Fronteira a vacinação acontecerá de 1º a 31 de maio, e o registro deve ser feito de 1º de maio a 15 de junho. Os proprietários da região do Pantanal que optarem pela vacinação de todo o rebanho em maio, deverão vacinar de 1º de maio a 15 de junho e o registro de 1º de maio até 2 de julho.

 

Entretanto, o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguilar Rodrigues Leite, desde meados de abril aponta que a entidade poderá pedir a Iagro a ampliação do prazo de vacinação em razão da antecipação da cheia no Pantanal, que está fazendo com cerca de 1 milhão de cabeças que estão nas áreas mais baixas, sejam removidas para locais mais altos.

 

Luciano diz que a entidade já possui, inclusive, laudos técnicos da Embrapa Pantanal e Famasul, que podem embasar o pedido, se necessário. Em decorrência da situação extraordinária, ele comenta que os animais que estiverem sendo retirados poderão ser vacinados quando chegarem ao destino ou mesmo durante o deslocamento, nas estradas.

 

 

A Iagro já publicou uma instrução de serviço em que orienta produtores da região do Pantanal que em caso de enchente na propriedade, a retirada dos animais deve ser requerida junto ao órgão. Caso o destino seja informado previamente, será feita a emissão de GTA, caso não informe o local o serviço oficial deve controlar e acompanhar a movimentação dos animais.

 

A campanha de vacinação da aftosa deste ano, acontece sobre o impacto de uma notícia positiva para o setor, com o anúncio no início do ano de que o Comitê Cientifico da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) aceitou o pedido para declarar todo o Brasil como livre da aftosa com vacinação. O certificado com esse reconhecimento deve ser emitido no congresso da entidade em Paris, em 20 de maio.

Estado inicia campanha contra a aftosa no dia 1°

Portal do MS

 

A Iagro disponibiliza a antecipação da vacina em 15 dias antes do início da campanha (Foto - Kelly Ventorim)

 

A vacinação contra a febre aftosa começa oficialmente em Mato Grosso do Sul no dia 1° de maio, para os proprietários das regiões do Planalto, Fronteira e Pantanal. A previsão do Governo do Estado é de imunizar 21 milhões de animais entre bovinos e bubalinos nesta campanha.

 

Responsável por acompanhar e fiscalizar a vacinação, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), afirma que os proprietários que precisarem podem solicitar a antecipação da vacina a partir desta segunda-feira (16.4).

 

Por questões de manejo, a Iagro disponibiliza a antecipação da vacina em 15 dias antes do início da campanha. Porém, os produtores interessados precisam fazer um requerimento que passará por análise dos técnicos do órgão estadual. Independente deste prazo, o registro da vacinação só poderá ser feito a partir de 1º de maio.

 

No Planalto e na Fronteira a vacinação acontecerá de 1º a 31 de maio, e o registro deve ser feito de 1º de maio a 15 de junho. Os proprietários da região do Pantanal que optarem pela vacinação de todo o rebanho em maio, deverão vacinar de 1º de maio a 15 de junho e o registro de 1º de maio até 2 de julho.

 

A Iagro publicou instrução de serviço em que orienta produtores da região do Pantanal que em caso de enchente na propriedade, a retirada dos animais deve ser requerida junto ao órgão. Caso o destino seja informado previamente, será feita a emissão de GTA, caso não informe o local o serviço oficial deve controlar e acompanhar a movimentação dos animais.

 

Diretor-presidente da Iagro, Luciano Chiochetta, explica que a partir do dia 27 de abril o produtor poderá comprar a vacina contra a febre aftosa nas revendas do Estado, sem a necessidade de emissão de autorização de compra pela Iagro.

Showtec 2018 começa hoje em Maracaju

Assessoria

 

Showtec 2018 oportuniza conhecimentos sobre sistemas sustentáveis de produção, gestão e inovação no agro (Foto - Divulgação)

 

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), estará presente no Showtec 2018. Durante o evento, que acontece em Maracaju, 17 a 19 de janeiro de 2018, produtores e empreendedores rurais, técnicos agrícolas, acadêmicos, entre outros participantes poderão conhecer detalhes de pesquisas relacionadas aos sistemas sustentáveis de produção, entre outros temas que serão abordados no estande.

 

Nesta edição, a Fundação MS firmou uma parceria com a Embrapa na realização da programação técnica do evento. Os painéis e palestras vão acontecer no estande da Embrapa, em um auditório com capacidade para 200 pessoas. Além disso, ao longo do evento pesquisadores e analistas da Embrapa estarão no local, à disposição do público para diálogo tecnológico.

 

Os painéis ocorrerão diariamente no auditório do estande da Embrapa. Ao todo serão realizados sete painéis envolvendo várias instituições do agronegócio e com temas relacionados à sustentabilidade da produção agropecuária, com ênfase no tema Carbono Zero.

 

Programação 

 

O primeiro painel acontece na quarta-feira, dia 17, com início às 14h, intitulado “Da Porteira para Dentro: Gestão e Inovação no Agro”.

 

Já na quinta-feira, dia 18, serão realizados três painéis, pela manhã, a partir das 9hs, acorre a primeira parte do painel “Sistemas de Produção em MS – Desafios e Soluções”; às 11hs, tem início o Painel intitulado “Encontro da Pecuária Sustentável”; no período da tarde, das 14h às 16h, haverá a segunda parte do painel “Sistemas de Produção em MS – Desafios e Soluções” e ao final da quinta-feira, a partir das 17h, será realizado o “Encontro de Mulheres do Agronegócio: Aprendendo a domar os desafios econômicos na atualidade”.

 

Já na sexta-feira, dia 19, acontece pela manhã, a partir das 8h, o 4º Ciclo de Seminários Agrícolas do Setor Sucroenergético e a tarde, a partir das 14h, será realizado o Encontro de Jovens da Agropecuária. Confira aqui a programação técnica do Showtec 2018.

 

Vitrine tecnólgica

 

No campo, os participantes poderão ver as alternativas de arranjos de cultivo que representam a evolução histórica dos sistemas de produção e que gradativamente vêm melhorando a produtividade das lavouras e pastagens, agregando valor à produção, reduzindo a emissão de carbono e aumentando a competitividade do agronegócio brasileiro. “Será uma oportunidade de verificar in loco que a agricultura desenvolvida por meio de sistemas sustentáveis não é poluente, muito pelo contrário, ela contribui com a melhoria e a estabilidade da produtividade, melhorando o solo e reduzindo os riscos a cada safra”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Claudio Lazzarotto.

 

Showtec 2018

 

O evento, considerado a vitrine tecnológica do agronegócio sul-mato-grossense, acontece nos dias 17 a 19 de janeiro de 2018, na Estação Experimentação da Fundação MS, em Maracaju fixa no solo como componente melhorador das condições físicas e químicas das terras cultivadas.

 

Realizado pela Fundação MS e promovido pelo Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Sistema OCB/MS (Organização das Cooperativas Brasileiras), Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) e Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). O Showtec conta com o apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Prefeitura Municipal de Maracaju, Sicredi, Agrisus, Embrapa, A Granja e Caixa Econômica Federal.

 

 

​Estado atende pedido de Dourados e plantio de soja é prorrogado até o dia 31 de janeiro

Assecom

 

A Semagro (Secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) acolheu o pedido de Dourados e, por meio da Resolução 659, editada nesta quinta-feira (11), prorrogou o período para a semeadura da soja no Município até o dia 31 de janeiro deste ano.

 

De acordo com o calendário oficial, o prazo deveria se expirar  ontem (11), conforme prevê dispositivos da Lei estadual 3.333/2006.

 

Segundo o vice-prefeito Marisvaldo Zeuli, que intercedeu em nome do Município por entender que o excesso de chuvas tem provocado retardamento no cumprimento dos prazos estipulados para a safra 2017/18, a sensibilidade do Governo, mais uma vez, proporciona a garantia de que será possível recuperar a força da nossa agricultura no tocante a essa oleaginosa.

 

Além de Dourados, a Resolução editada pelo secretário interino da Semagro, Ricardo Senna, que deve ser publicada na edição desta sexta-feira (12) do Diário Oficial do Estado, contempla ainda os produtores dos municípios de Bandeirantes e Bodoquena, também afetados pelos fenômenos climáticos alterados deste início de ano.

Parceria Agraer e Embrapa atenderá produtores de médio porte de MS

Assessoria

 

Cooperação técnica prevê acompanhamento em regiões Norte, Leste e Centro do Estado (Foto - Haroldo Queiroz)

 

A Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) e a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) assinaram um acordo de cooperação técnica que pretende ampliar a interação das duas instituições em Mato Grosso do Sul, por meio de ações de assistência técnica e extensão rural, fortalecendo a transferência de tecnologias. Para isso, a parceria possibilitará a capacitação mútua de técnicos, implementação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs), dias de campo e outras ações.

 

O contrato veio após a conclusão de um acordo da Agraer junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que prevê o atendimento a produtores de médio porte de pecuária de corte e leiteira. “O foco é trabalhar na recuperação de pastagens degradadas e por isso solicitamos o apoio da Embrapa para trabalharmos juntos no treinamento de técnicos e instalação de URTs”, afirma Araquem Ibrahim Midon, gerente de desenvolvimento rural da Agraer. Para a Embrapa, “ao acompanhar a implementação das ações conheceremos as tecnologias adotadas e, a partir disso, é possível prospectar e analisar também os impactos das nossas tecnologias” assegura o agrônomo, responsável pelo contrato com a Agraer, Marcelo Castro Pereira.

 

O objetivo da Agência é atender ao redor de 200 produtores das regiões Norte, Leste e Centro do Estado em três anos. Na iniciativa estão previstas a instalação de 12 URTs, visitas bimestrais às propriedades participantes e seminários regionais. Gestora de desenvolvimento rural da empresa estadual, Rose Lander Borges ressalta que um dos principais entraves da produção em MS são as restrições alimentares e isso, muitas vezes, é reflexo da situação de degradação das pastagens. “Manejá-las adequadamente e recuperá-las certamente fornecerá melhor alimento e equilíbrio ambiental”.

 

Estima-se que Mato Grosso do Sul possua de sete a nove milhões de hectares de áreas degradadas, colocando a degradação como um dos maiores problemas do setor agropecuário brasileiro.

 

Capacitação

 

O primeiro passo já foi dado a partir do nivelamento e atualização de 21 profissionais da Agraer em técnicas de manejo, reforma e recuperação de pastagens, ocorrido na capital sul-mato-grossense, esta semana. O curso abordou métodos em difusão de tecnologia, gestão da propriedade, manejo de doenças e pragas, consórcios e sistemas integrados, qualidade de sementes forrageiras, utilização de máquinas e implementos e outros assuntos.

 

“A formação desses multiplicadores é um dos maiores ganhos da proposta”, identifica Ademir Zimmer, pesquisador da Embrapa que há 40 anos atua em manejo de pastagem e conhece a realidade dos pastos brasileiros. Zimmer foi um dos palestrantes do treinamento, teórico-prático, ao lado de outros especialistas da Embrapa e Agraer, como Manuel Macedo e Sandro Cardoso.

 

A agrônoma Márcia Gomes dos Santos é um desses multiplicadores. Atuando na região de Chapadão do Sul, a técnica com duas décadas de experiência em extensão rural já realizou o diagnóstico das propriedades que dará assistência, inclusive com amostras de solo e perfil do proprietário. Ela acredita em uma mudança de comportamento no produtor rural a partir do exemplo. “Se ele perceber que a recuperação do pasto do vizinho dá certo, ele vai aderir às tecnologias. Aos poucos, entenderá que somente continuará no mercado quem adotar técnicas, cada vez mais, sustentáveis”.

 

Os gestores Araquem Midon, Marcelo Castro e Rose Borges, assim como, a extensionista Márcia Santos e o pesquisador Ademir Zimmer reconhecem o desafio que é tratar o assunto com um público distinto – produtor de médio porte – do comumente assistido pela Agraer. Entretanto, acreditam que com abordagem e metodologias adequadas barreiras se romperão. Além do nivelamento em pastagens, há um em gestão rural e outro em crédito. Após isso é ‘mãos à obra’.

Mapa vai reforçar fiscalização do arroz ao consumidor

Assessoria

 

O Ministério da Agricultura (Mapa) vem realizando junto aos pontos de varejo a fiscalização da classificação vegetal de arroz. A primeira grande ação ocorreu no interior do Rio de Janeiro, mais precisamente na Região dos Lagos em municípios como Araruama, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio. Durante as diligências, foram coletadas 17 amostras de arroz em produtos que apresentavam aparência suspeita. Do total, 30% das amostras coletadas apresentaram disparidade de qualidade em relação ao rótulo.

 

Conforme o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Fábio Florêncio Fernandes, a fiscalização de classificação do arroz e de outros produtos alimentícios é uma atividade regular realizada nos Estados, onde são verificadas a disparidade da qualidade do produto em relação à rotulagem declarada. “Geralmente, quando constatada, a qualidade é inferior à classificação. Isto se constitui em uma fraude econômica que faz com que o consumidor pague mais caro por um produto de baixa qualidade”, salienta.

 

Fernandes informa que as ações em relação ao arroz serão fortalecidas. O pedido foi feito pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e será levado em frente pelo Ministério da Agricultura. Para o diretor do Dipov, a parceria das entidades é importante no sentido de auxiliar no controle e fiscalização da qualidade e sanidade ao consumidor. “Vamos abrir uma ação nacional em cima da fiscalização do arroz da mesma forma que recentemente realizamos com o azeite de oliva”, declara.

 

Segundo o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, com estas ações de fiscalização o Ministério da Agricultura cumpre o papel de defesa tanto do produtor quanto do consumidor. “Na defesa do consumidor, dá garantia à qualidade do produto que ele está consumindo. Além disso protege a renda do produtor e garante que aquilo que sai da lavoura chega ao consumidor final. É uma clara prova de como as coisas devem funcionar, com as entidades organizadas junto ao Ministério da Agricultura planejando ações colaborativas para a sociedade”, enfatiza.

 

Quando é detectada a infração, o Ministério da Agricultura suspende a venda do produto, possibilita ao proprietário da mercadoria a contestação e ele pode participar de uma perícia e confirmado o resultado é aberto o processo administrativo de apuração de responsabilidade mediante a lavratura um auto de infração.

Estiagem de setembro tem pouco impacto na safra de soja da região Sul

Embrapa

 

Em setembro de 2017, choveu apenas 12 mm, ou seja, apenas 12% da média histórica do mês na região. Além da pouca chuva, o mês também foi o mais quente dos últimos 39 anos, com temperatura média de 25,7ºC. Nesse sentido, essas condições climáticas influenciaram no início do plantio da soja no sul do estado.

 

O vazio sanitário da soja encerrou oficialmente no dia 15 de setembro, plena época em que a estiagem estava forte e sem previsão de chuvas para aqueles dias. Hoje, porém, quase 30 dias após data de largada da semeadura das lavouras de soja no Sul de Mato Grosso do Sul, muitos produtores ainda estão iniciando a implantação das lavouras.

 

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia, explica que apesar da chuva ter atrasado o início do plantio, por enquanto não há nenhum impacto negativo nessa safra de soja. Muitos produtores, principalmente os que cultivam áreas maiores, começam o plantio na segunda quinzena de setembro, o que não ocorreu de forma tão acentuada nesse início de safra. “Se tudo transcorrer normalmente, e não tivermos nenhuma outra janela prolongada de estiagem em outubro, ou mesmo excesso de chuvas, boa parte das áreas de soja serão implantadas no mês de outubro, o que está dentro do esperado”, explica ele.

 

“Quanto mais o produtor atrasar o plantio, maior pode ser a pressão dos problemas fitossanitários, como a ferrugem asiática e o percevejo. Mas, o potencial produtivo é excelente mesmo que o plantio seja efetuado em novembro. Nesses casos, o uso de materiais precoces associado ao monitoramento fitossanitário adequado são fundamentais para o bom êxito da lavoura e viabilidade do milho em sucessão”, disse ele.

 

Irrigação – Outra alternativa que o produtor dispõe é a irrigação das lavouras. “Essa é uma ferramenta muito útil, que em anos de estiagem, como esse, trazem muito conforto e segurança para os produtores”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Luiz Flumignan. Segundo ele, neste ano, por exemplo, o produtor que dispõe de sistemas de irrigação na sua propriedade iniciou a semeadura juntamente com a liberação do vazio sanitário, em 16 de setembro. Isso porque com a irrigação ele mesmo poderia fornecer a água que faltou devido à falta de chuvas.

 

Mas não é só isso. Danilton afirma que mesmo em épocas mais úmidas a irrigação nessa região do Estado pode ser um bom negócio. “Mesmo nas safras de maior oferta de chuvas para o cultivo da soja, sempre temos pequenos eventos de seca, fazendo com que a irrigação seja necessária para atingir o potencial produtivo que considero ser de, pelo menos, 80 sc ha-1 hoje”, afirma o pesquisador da Embrapa.

 

Ele explica que a irrigação tem como características atrativas a obtenção de altos índices de produtividade e da estabilidade interanual da produção, pois evita prejuízos nas lavouras por déficits hídricos e contribui para melhor planejamento da atividade agrícola.

 

Dourados receberá 3ª edição da Caravana da Produtividade

Assessoria

 

O evento contará com a presença de pecuaristas e produtores da região (Foto - Divulgação)

 

A 3ª edição da Caravana da Produtividade, ação realizada pela Boehringer Ingelheim Saúde Animal, uma das líderes globais em saúde animal, passará, no próximo dia 25 de outubro, em Dourados .

 

O evento contará com a presença de pecuaristas e produtores da região, e acontecerá no recinto Soubhia e Cia LTDA.

 

O tema central da Caravana é “+ @ & L/ha/ano” (Mais Arrobas e Litros de Leite por Hectare/Ano) e o objetivo é contribuir para o aumento da produtividade da pecuária, destacando práticas corretas de vacinação, reforçando o bem-estar animal e a atenção aos vários elos da cadeia produtiva. “A Caravana da Produtividade tem uma proposta muito clara: disseminar informações essenciais sobre o rebanho, incluindo manejo sanitário, prevenção de doenças parasitárias e outras enfermidades que colocam a produtividade em risco, além de novas tecnologias que ajudam o produtor a ter mais lucratividade Para isso, envolvemos todo o nosso time técnico de campo e especialistas para levar soluções e esclarecer dúvidas dos produtores”, explica Pedro Bacco, Diretor da unidade de negócios de Grandes Animais da Boehringer Saúde Animal.

 

A Caravana da Produtividade é realizada em parceria com a DSMTortuga, Dow AgroSciences e Volkswagen e percorrerá 13 estados brasileiros, que abrangem 170 milhões de bovinos – cerca de 80% do rebanho total. Quatro caminhonetes customizadas (3 com foco na pecuária de corte e 1 na pecuária leiteira) visitarão mais de 100 cidades, percorrendo cerca de 60 mil km em 60 dias. “No total, estão programadas aproximadamente 200 visitas a propriedades rurais, 150 Pontos de Venda e 66 ações de campo com produtores. O objetivo é impactar 5.000 pecuaristas, 900 balconistas e 800 Funcionários de Fazendas em todo o país.”

 

Capacitação

 

Para reforçar o compromisso com o resultado econômico dos pecuaristas, nos encontros com produtores de corte e leite teremos a presença de especialistas do setor produtivo, sempre com foco na importância de obtenção dos melhores resultados no campo.

 

Além disso, a Caravana da Produtividade 2017 terá 10 treinamentos para funcionários de fazendas, para a capacitação em Bem Estar Animal, e aplicação de medicamentos veterinários, incluindo o manejo mais adequado dos animais e recomendações às equipes envolvidas. O passo a passo da aplicação correta da vacina contra febre aftosa merecerá atenção especial. “A correta aplicação de vacinas e outros medicamentos veterinários é muito importante para o manejo sanitário do rebanho. Nossa proposta é ajudar a capacitar os envolvidos com recomendações e técnicas eficazes para o sucesso da medicação. Nesse sentido, a vacinação contra a febre aftosa terá destaque”, explica Pedro Bacco.

 

Roteiros da Caravana da Produtividade 2017

 

1ª Caravana Pecuária Leiteira – RS, SC, PR, SP, MG, GO

1ª Caravana Pecuária de Corte – RS, PR, SP, MS

2 ª Caravana Pecuária de Corte – GO, MT, RO

3ª Caravana Pecuária de Corte – BA, TO, MA, PA

MS é referência nacional no sistema de integração lavoura-pecuária

Por Marcos Ribeiro, G1 MS

 

Pesquisadores dizem que sistemas de integração estão entre as melhores alternativas (Foto - Divulgação)

 

O Mato Grosso do Sul é uma das referências do Brasil na busca de novos sistemas de produção para melhorar o rendimento na agropecuária e ao mesmo tempo assegurar a preservação do meio ambiente. A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) estão entre técnicas de maior destaque nas propriedades rurais do estado.

 

É cada vez maior a quantidade de produtores que estão aderindo a estes sistemas, em razão dos excelentes resultados alcançados. A Fundação MS, especializada em pesquisas e difusão de tecnologias, foi pioneira nos estudos e desenvolvimento destas metodologias produtivas. As primeiras experiências da instituição ocorreram há 25 anos.

 

Os estudos apontam que a diversificação de sistemas ajuda na recuperação de pastos degradados, devolve vigor às áreas desmatadas, aumenta a qualidade e a quantidade da produção de grãos, carne e leite.

 

O pesquisador e diretor-executivo da Fundação MS, Alex Melotto, destaca a eficiência dos sistemas de integração. “Mato Grosso do Sul é um dos estados com maior possibilidade de crescimento na agricultura e pecuária, só trabalhando com a integração. O estado tem 10 milhões de hectares de pastagem com algum tipo de degradação. Só com a pecuária demora de cinco a sete anos para recuperar um pasto. Com a soja, em muitos casos, é possível recuperar a pastagem já no segundo ano de cultivo”.

 

Melotto afirma que os sistemas integrados são as melhores ferramentas para otimizar a produção e a produtividade. “Com a integração é possível conseguir uma amortização do custo inicial, ter diversificação das fontes de renda. Com isso eu tenho componentes para atingir mercados diferentes, consigo explorar melhor o mercado. A integração propicia a quebra do ciclo de várias pragas, doenças e o controle de plantas daninhas” explica o pesquisador.

 

O produtor Rodrigo Monteiro, dono da fazenda Quinzão, em Sidrolândia (MS), sempre trabalhou com a pecuária. O fazendeiro conta que não estava conseguindo recuperar a pastagem, com a qualidade e a velocidade necessária.

 

Há quatro anos, o produtor encontrou na Integração Lavoura-Pecuária a solução para recuperar o pasto degradado. Ele começou com 100 hectares destinados à agricultura e foi aumentando nos anos seguintes. Atualmente são 400 hectares destinado à agricultura.

 

Na fazenda com 1.150 hectares, Monteiro planta milho no inverno e soja no verão. A cada dois anos, ele faz a inversão das áreas com lavoura e pastagem. “Eu percebi quando colhi o milho e deixei o capim que realmente era um capim muito melhor. Eu busquei uma assessoria e estou com eles desde 2014. Começamos devagar com agricultura de precisão. No inverno, em vez de plantar tudo de milho, eu plantava um terço da área com milho e o resto da área com capim para inverno. Eu fiz a safrinha depois. Tinha capim sobrando, daí começou desde então. Agora eu estou na fase de estabilizar, para recuperar a pastagem. Em quatro a cinco anos, eu consigo passar toda a fazenda para agricultura de precisão”, projeta.

O produtor José Rodrigues, dono da fazenda Cachoeirão, em Bandeirantes (MS), trabalhou por muitos anos apenas com a pecuária. Investir em agricultura, na fazenda com o solo bastante arenoso, era algo pouco provável.

 

Rodrigues conta que estava bastante preocupado com a pastagem cada vez mais degradada e, por isso, decidiu buscar novas alternativas.

 

Em 2005, ele plantou 340 hectares de soja e nos ciclos posteriores foi ampliando o espaço destinado à agricultura. Atualmente são 1,8 mil hectares reservados ao cultivo do grão. A cada dois ou três anos, o produtor faz inversão de área para plantar soja e pastagem. “Tenho mais rendimentos porque agora tenho mercadoria para negociar o ano todo. Além disso melhoro a produtividade da soja e ainda produzo uma carne de melhor qualidade e de maneira mais rápida”, destaca Rodrigues.

 

 

 

Veterinários são reconhecidos pela OMS como essenciais à saúde

Assessoria

 

A atuação do médico veterinário no Brasil tem evoluído muito na prestação de serviços à sociedade e resultado, entre outros benefícios, no bem-estar da saúde humana. Por conta disso esse profissional tornou-se peça fundamental dentro do conceito de saúde única, estabelecido pela OMS- Organização Mundial da Saúde, formado pelo indissociável tripé: ambiente saudável, saúde animal e saúde humana.

 

“Esses três fatores têm de estar ligados e cuidados para termos saúde. E a partir desse conceito de saúde única foi consolidada a importância da medicina veterinária nas questões de saúde pública”, afirma João Vieira de Almeida Neto, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul – CRMV-MS, que tem desenvolvido uma campanha permanente de valorização da categoria e que ganhou maior dimensão no mês de setembro, quando se comemora o Dia Nacional do Médico Veterinário (9).

 

João Vieira, que esteve esta semana na Assembleia Legislativa, onde ocupou a tribuna para falar desse profissional, afirma que o médico veterinário tem um papel fundamental na sobrevivência da espécie humana e explica: “A história da espécie humana é ligada aos animais, nosso convívio com eles. São os cavalos que transportavam os homens; os bois que puxavam as cargas; os cães que auxiliavam nas caças e na guarda das residências. A vida da humanidade está associada aos animais e quem cuida da saúde desses importantes aliados em nossa evolução são os médicos veterinários”.

 

E tudo isso, segundo o presidente do conselho, sem falar da questão da alimentação, “pois os produtos de origem animal são a base de proteína do mundo: os ovos, leite, queijos, carnes de boi, frango, suínos, ovinos, peixe e outros. O sistema de produção e proteção de saúde desses animais, o momento do abate, a análise da qualidade dessas carnes que vão chegar à mesa do consumidor, passa pelas mãos dos médicos veterinários. E não há profissional, no Brasil e no mundo, habilitado a lidar com os produtos de origem animal, a não ser o médico veterinário”.

 

Muitas vezes as pessoas associam a figura do veterinário à clínica e cirurgia dos pequenos e grandes animais. Entretanto, segundo o presidente do CRMV-MS, a atuação desse profissional vai muito mais além. “Ele é o único profissional habilitado para avaliar e controlar todo produto de uso e consumo, de origem animal”, afirma.

 

ÁREAS 

 

A atuação do médico veterinário é bastante abrangente e para se ter ideia dessa dimensão, João Vieira Neto cita como exemplo o veterinário de pequenos animais onde dentro dessa área de atuação há uma diversidade de especializações: “O médico veterinário, que é clínico e especialista em diagnóstico por imagem; há ainda o especialista em oftalmologia, ortopedia, anestesista veterinário, fisioterapia, até mesmo os profissionais de alternativas de fisioterapia como acupuntura, hidroterapia.

 

Aqueles que trabalham com grandes animais têm especialistas em reprodução, nutrição e uma gama enorme de especialidades, explica o presidente. “Na verdade, quem demanda a evolução é a sociedade. O cão era um animal de quintal, hoje ele convive dentro de casa, fazendo companhia para a família, adotado como um membro familiar. Então, cada vez mais se aplicam cuidados e a esse animal. No caso dos grandes animais, a produtividade exigida hoje, na questão da produção de carne precoce, por exemplo, exige adaptação e especialização”.

 

Em Mato Grosso do Sul são em torno de 6 mil profissionais inscritos no Conselho Regional de Medicina Veterinária, que completa 40 anos em 2018. Atuantes no mercado, segundo João Vieira, são em torno de 4,5 mil veterinários. “Temos uma moçada altamente competente e trabalhando duro e abrindo cada vez mais espaço no mercado de trabalho. As prefeituras são obrigadas a ter médicos veterinários em seus centros de zoonoses, para tratar da questão da leishmaniose, raiva e tantas outras doenças zoonóticas que são atribuições do veterinário combater”

Pesquisas com grão-de-bico estão sendo realizadas em Dourados

Embrapa

 

Plantação de grão de bico e lentilha (Foto - Christiane Comas)

O cultivo no Cerrado do grão-de-bico, uma leguminosa rica em proteína, está sendo pesquisado pela Embrapa em diversas regiões do país, nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O estudo nacional com a 5ª leguminosa mais cultivada no mundo, pretende avaliar o potencial produtivo de algumas cultivares (indianas e nacionais) em diferentes épocas de plantio.

 

No Mato Grosso do Sul, a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados) é responsável pelas pesquisas desenvolvidas com o grão-de-bico e também com o cultivo da lentilha. O Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, Harley Nonato de Oliveira, explicou que essa demanda de pesquisa foi feita pelo presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, que após uma viagem à Índia observou o potencial desse cultivo para exportação.

 

As cultivares nacionais, que estão contribuindo para a mudança no cenário nacional de produção da leguminosa no cerrado brasileiro foram desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF). As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, no Estado de Goiás, possibilitou que o grão-de-bico produzido naquele Estado, em 2016, fosse exportado para outros países: duas cargas de grão-de-bico, cada uma com 24 toneladas da leguminosa, foram embarcadas com destino à Colômbia e aos Emirados Árabes.

 

De acordo com o Chefe-geral da Embrapa Hortaliças e coordenador do programa de melhoramento genético de leguminosas na instituição, Warley Nascimento, além das tecnologias disponíveis de produção, o sucesso obtido pelo produtor também deve ser creditado às características edafoclimáticas da região de Goiás. “Em áreas com altitude acima de 800 metros, em plantios realizados de abril a maio, os resultados têm sido bastante satisfatórios, com a produtividade variando entre duas a três toneladas por hectare, bem mais expressiva que a média mundial, que é de 900 quilos por hectare”, destaca Nascimento.

 

Além do mercado internacional, o grão-de-bico também possui potencial para consumo interno no Brasil. “Importamos cerca de 8 mil toneladas/ano do grão, principalmente da Argentina, Chile e México, explicou o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Oscar Fontão de Lima Filho, responsável pela condução do ensaio de pesquisa na Unidade de Dourados.

 

Oscar explica que as avaliações, realizadas em Dourados, representam uma fase inicial para verificar o potencial de produção, no Estado de Mato Grosso do Sul, de quatro cultivares de grão-de-bico – duas nacionais e duas provenientes da Índia. É uma cultura que se desenvolve bem sem excesso de chuvas e calor excessivo, principalmente no período reprodutivo. É importante definirmos as melhores épocas de plantio em diversas regiões de Mato Grosso do Sul, levando-se em conta a presença ou ausência de irrigação, altitude e temperaturas máximas e mínimas no período de cultivo. Também é preciso avaliar principais ocorrências de pragas e doenças e seu controle, já que as leguminosas estarão inseridas em um sistema produtivo específico do estado de MS.

 

Colheita

 

A primeira colheita da safra de grão-de-bico, foi realizada no dia 24 de agosto, na Fazenda Alvorada, em Cristalina (GO). A safra é fruto de experimentos coordenados pela Embrapa, em parceria com a empresa indiana UPL e é resultado da visita de Maggi à Índia no final de 2016, quando o país mostrou interesse em importar do Brasil leguminosas de grãos secos, as chamadas pulses. Também fazem parte desse grupo o feijão-caupi, feijão-mungo, grão-de-bico e lentilha.

 

Na ocasião, a UPL anunciou investimento US$ 100 milhões, por meio da parceria com a Embrapa, no desenvolvimento e produção de pulses no Brasil para exportar ao mercado indiano. De acordo com a Embrapa, a demanda da Índia por esses produtos cresce de forma expressiva. A projeção é que possa chegar a 30 milhões de toneladas por ano até 2030. Como o ciclo do grão-de-bico gira em torno de quatro meses, as primeiras colheitas iniciam-se agora, entre o final de agosto e o início de setembro, e a expectativa é selecionar as cultivares com melhor adaptação às condições ambientais brasileiras.

 

Saiba mais

 

O Grão-de-Bico também é considerado uma planta medicinal. Possui propriedades afrodisíacas, antibiótica, anti-inflamatória, diurética, emenagoga, energizante, mineralizante, nutritiva, resolutiva, tônica, vitaminizante.

 

Sindicato Rural de Dourados e Senar/MS abrem inscrição para mais dois cursos

 Assessoria

 

O Sindicato Rural de Dourados e o Senar/MS, através do Sistema Famasul, abriram inscrição para mais dois cursos de qualificação que serão realizados em setembro. Através da parceria, pelo menos 200 pessoas são qualificadas todos os meses em Dourados. A maioria dos cursos ocorre no próprio Parque de Exposições João Humberto de Andrade Carvalho.

 

O curso de análise e classificação de grãos acontece de 18 a 21 de setembro. Já o curso NR 31.8 (prevenção de acidentes com agrotóxicos) acontece de 18 a 20 deste mês.

 

Esses cursos serão realizados no Sindicato Rural e os interessados podem obter mais informações através dos telefones 3424-6686 e 99971-5799.

Setor sucroenergético do MS investe em nova variedade de cana de açúcar

Embrapa

 

Viabilizar a troca de informações sobre as variedades de cana-de-açúcar utilizadas pelo setor sucroenergético foi um dos objetivos da 4ª Reunião Anual de Variedades RB no MS, que aconteceu na quinta-feira, 17 de agosto, no Auditório da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados. O evento realizado pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA/UFSCar), Associação dos Produtores de Bioenergia de MS (Biosul) e Embrapa Agropecuária Oeste. A reunião contou com a presença de técnicos de empresas conveniadas ligados ao setor sucroenergético de diversas regiões do Mato Grosso do Sul e do interior de São Paulo.

 

Durante a programação pesquisadores do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar da RIDESA/UFSCar apresentaram os resultados do Censo Varietal 2017/18, dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Também foram apresentados por técnicos de Usinas, alguns cases de sucesso e também casos de inovação para a maior produtividade na lavoura. Ao final do dia, foi preferida pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, José Rubens Leme Filho, uma palestra sobre os impactos da geada nas lavouras de cana-de-açúcar.

 

Em sua apresentação, Antônio Ribeiro Fernandes Junior, engenheiro agrônomo e pesquisador da Ridesa/Ufscar, destacou a importância de Mato Grosso do Sul em relação a adoção de novas variedades, pois das 17 Usinas que participaram da pesquisa do Censo, totalizando cerca de 59 mil hectares plantados em 2017 com cana-de-açúcar no Estado, 77% utilizam variedades RB, que foram desenvolvidas pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA). “Dentre as variedades mais plantadas, a 7ª posição ficou com a RB 975201, que teve seu lançamento em 2015 e sempre foi destaque no MS, pois é bem adaptada as condições edafoclimáticas do Estado”, disse Antônio.

 

“Mato Grosso do Sul demanda, atualmente, de pesquisas em outras linhas de estudo, em relação as adaptações das variedades de cana-de-açúcar as condições climáticas locais, tais como: impactos das geadas, chuvas e estiagem. Pesquisas relacionadas as doenças, pragas, reações a herbicidas, maturadores, inibidores de florescimento, manejo da palhada, enfim, são alguns exemplos das inúmeras demandas de pesquisa que o estudo in loco pode vir a realizar. A parceria com a Embrapa contribui com algumas respostas para essas necessidades, podendo proporcionar aumento da produtividade do setor”, disse Antônio.

 

“O setor sucroalcooleiro de Mato Grosso do Sul é um setor que avança de forma pujante. Nós da Embrapa nos sentimos muito orgulhosos de nos aproximar de uma forma organizada e complementar as atividades da Ridesa”, disse o Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus. Ele explicou que a aproximação com a Embrapa teve início há alguns anos, com uma visita do professor Geraldo Verissímo de Souza Barbosa (UFAL) e Lungas Lopes Menezes (Ridesa/Ufscar), para verificar como a Unidade poderia contribuir com as atividades e concluíram que a complementariedade seria a palavra que mais se adequa a essa parceria. “Estamos há algum tempo trabalhando em prol dessa parceria, fomos recentemente confrontados com uma geada e esse está sendo considerado um tema prioritário para que a Unidade faça essa interface e trabalhe em complementariedade as ações da Ridesa”, disse Asmus.

 

A técnica de desenvolvimento agronômico da IACO Agrícola, de Chapadão do Sul (MS), Letícia Vieira da Silva, que participa desde o ano passado das reuniões anuais, explicou esse momento de trocas de informações é muito importante. “As reuniões apresentam muitos dados e proporcionam esclarecimentos e orientações de atualização de variedades e escolhas que estamos usando e que vamos usar. Dá uma direção clara e nos mostra se estamos ou não seguindo o caminho correto”, explicou ela.