G1 MS

A Polícia Federal deflagou na manhã desta terça-feira (20), em Mato Grosso do Sul, uma operação para desarticular uma quadrilha que promovia a entrada ilegal de estrangeiros no Brasil por meio do posto de controle migratório em Corumbá – o posto Esdras, na fronteira com a Bolívia.
Corumbá, no oeste do estado, está se transformando segundo a polícia, na nova rota de entrada ilegal de estrangeiros no Brasil.
Chamada de operação Caronte, o objetivo da ação desta terça-feira é impedir a ação criminosa feita por “empresas de turismo” que vendiam uma espécie de “pacote” aos estrangeiros que desejavam entrar no país de forma ilegal, sem precisar passar pela fiscalização imigratória, além do transporte de Mato Grosso do Sul até São Paulo.
Segundo a PF, faziam parte do esquema despachantes das “empresas de turismo”, além de um policial federal, um servidor administrativo e um contratado da unidade, que facilitavam a entrada irregular dos estrangeiros.
Os valores cobrados variavam por migrantes, sendo que, inclusive, estrangeiros com impedimento ou com multa vigente tinham seus registros adulterados, de forma a permitir a entrada no território nacional.
A Polícia Federal aponta que o modo de operação da quadrilha consistia no desvio de documentos de imigração (conhecidos como “tarjetas”), os quais eram entregues aos despachantes que vendiam no “pacote” aos estrangeiros que desejavam entrar irregularmente no país. Após essa fase, os documentos eram inseridos nos sistemas de controle, burlando totalmente as regras estabelecidas, permitindo com que indivíduos ingressassem sem qualquer tipo de fiscalização. Migrantes com impedimentos ou multas tinham seus dados alterados para permitir o acesso ao território nacional.
A operação desta terça-feira
Conforme a PF, estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão, por cerca de 30 policiais federais. A operação foi batizada de Caronte, pois esse personagem mitológico era um barqueiro que somente atravessava as pessoas para outro plano mediante o pagamento de uma moeda, em alusão à corrupção praticada para permitir acesso ao território nacional.